Índice
Parte I
O
harmônico relacionamento entre pai e filhos, e dos esposos entre si,
segundo os ensinamentos dos Papas, Santos, Teólogos e Moralistas
Prefácio
Secção
I
A boa
ordenação interna da família supõe o respeito e o cumprimento dos
direitos e deveres recíprocos entre esposo e esposa, pais e filhos, com
vista à consecução de seu fim natural, e sobretudo de seu fim último, de
ordem sobrenatural
Capítulo I - A família é a célula mater da sociedade; quando nela não se
observa a Lei de Deus, consequências funestas decorrem para todo o corpo
social.
1. Em
grande medida é no lar doméstico que se forja a sorte dos Estados
2.
Porque os homens se afastam de Deus, corrompem-se os costumes e decai a
própria civilização
3. A
guerra, funesta consequência da descristianização da família
4. Com
demasiada frequência abandonam os esposos seus deveres sagrados
5.
Família e Estado, as duas colunas mestras da sociedade
6.
Corre risco a família, célula mater da sociedade, se o Estado exorbita
de suas funções
7. Todo
atentado contra a família é um atentado contra o próprio gênero humano
8. A
indisciplina dos costumes, erigida em liberdade indiscutível: causa da
desagregação familiar
9. O
entibiamento do afeto mútuo entre pais e filhos, consequência do
desprezo pelos mandamentos divinos
10.
"Quando a instituição cristã da família vacila, desabam os fundamentos
da civilização"
Capítulo II - Ao dignificar o Matrimônio como Sacramento, Nosso Senhor
abriu para os esposos uma via de santidade, na qual o fim natural da
multiplicação da espécie humana é elevado para um objetivo ainda mais
nobre: o da geração de novos membros para o Corpo Místico de Cristo
11. À união do homem e da
mulher, quis Nosso Senhor Jesus Cristo conferir a dignidade sacramental
12. Os deveres do estado matrimonial são graves e numerosos, mas
tornam-se suportáveis e até agradáveis pela virtude do Sacramento
13. Atingir o cume da perfeição cristã, dentro do matrimônio: um ideal a
que todos os esposos devem tender
14. Na castidade perfeita das almas consagradas têm os casados um
estímulo para praticarem a castidade própria ao estado conjugal
15. Uma vocação cristã especificada e reforçada com o Sacramento do
Matrimônio
16. De todas as relações entre os homens, nenhuma prende de maneira mais
forte do que o vínculo do matrimônio
17. A piedade, virtude sobre a qual se assentam as bases da família e da
sociedade
18. O primeiro dever dos pais abarca o de constituir, no santuário do
lar doméstico, uma sociedade cristã em toda a força do termo
19. No que podem os cônjuges faltar às obrigações mútuas
20. Os esposos não se devem amar com um amor meramente natural, mas com
um amor santo, como Cristo ama a Igreja e a Igreja ama a Cristo
21. Os deveres mútuos dos esposos segundo grandes moralistas do século
XIX...
22. ...e segundo um reputado moralista contemporâneo
23. Para o casal, um dever pouco lembrado
Capítulo III - Os pais devem educar os filhos na santidade e no temor de
Deus, tornando-se assim guias deles para o Céu, e não para os eternos
suplícios do inferno
24. A família recebe de Deus a
missão e o direito de educar a prole
25. O dever da educação compete em primeiro lugar aos pais
26. Os pais usem de sua autoridade, não para vantagem própria, mas para
a reta educação dos filhos
27. A difícil arte de educar crianças: uma influência má ou um descuido
podem produzir consequências para toda a vida
28. "Não se pode deixar de pôr em realce a ação evangelizadora da
família"
29. Os pais são "os primeiros e os melhores catequistas, que ensinam aos
filhos o amor de Deus"
30. "A ação catequética da família tem um caráter particular e, num
certo sentido, insubstituível"
31. Não basta formar física e intelectualmente, mas é sobretudo preciso
dar educação moral e religiosa
32. Quem não se habituou desde cedo ao santo temor de Deus, não
suportará depois qualquer freio moral
33. Os pais, após terem educado seus filhos na santidade, deles
receberão copiosos frutos de amor, obediência e respeito
34. Os pais devem educar os filhos com um amor impregnado de respeito,
considerando-os um depósito sagrado que o Senhor lhes confiou
35. Quando os pais dão mau exemplo, não há nenhum fruto a esperar...
36. Como pecam os pais em relação aos filhos
37. Pecam gravemente os pais que não dão formação religiosa aos
filhos...
38. ...e só se preocupam com as coisas temporais
39. É igualmente pecado grave que os pais não velem para que seus filhos
tenham vida casta
40. Cuidados a tomar para a preservação moral dos jovens
41. Também com a educação corporal e com o futuro terreno da prole devem
os pais se preocupar
42. Os pais têm a gravíssima obrigação de educar os filhos cristãmente
43. Guiar a vida no caminho da verdade eterna, autêntico ato de
libertação para o homem, rumo à plenitude de seu destino
Capítulo IV - Os filhos devem aos pais amor, reverência, obediência e
assistência; e, se assim os honrarem, serão premiados já nesta terra com
uma longa vida e toda espécie de bens
44. "É o próprio Deus que
veneramos em nossos pais"
45. Aos pais, preste-se o merecido culto
46. Os filhos devem aos pais amor, respeito, obediência e culto
47. "Honra teu pai e tua mãe, para que vivas longamente e te suceda tudo
de bom nesta terra"
48. Amor, reverência e obediência, deveres impostos pela piedade filial
49. Conforme as circunstâncias, os filhos têm que prestar também
assistência aos pais
50. Peca o filho que dá causa razoável de grave tristeza aos pais
51. Os deveres dos filhos, numa visão de conjunto
52. Por que ensinou Nosso Senhor que não se pode ser seu discípulo quem
não odeia pai e mãe?
Capítulo V - A obediência devida aos pais não é absoluta, nem perpétua:
estes não podem mandar coisas ilícitas, nem dar ordens em matérias em
que, pela natureza das mesmas, os filhos são livres
53. O poder dos pais: nem
absoluto nem despótico, mas subordinado à lei natural e divina
54. Os limites da obediência, segundo São Tomás de Aquino: em função da
ordem de um superior mais elevado e quando este manda algo que não é de
sua alçada
55. Quando se pode e se deve desobedecer
56. A obediência não tem outros limites senão os que o próprio Deus
traçou
57. A obediência filial cessa de urgir quando termina o pátrio poder;
nas coisas ilícitas e no que concerne à escolha do estado, os filhos não
devem obedecer aos pais
58. "Importa mais obedecer a Deus, do que aos homens"
59. Deve-se obedecer aos pais nas coisas que agradam a Deus, e não nas
que Lhe desagradam
60. Se os pais mandam coisas ilícitas, os filhos não os devem obedecer
61. No tocante à salvação da alma, os filhos são sempre livres
62. Nas coisas que dizem respeito à natureza do corpo, nenhum homem está
obrigado a obedecer a outro homem
63. Os limites da obediência, numa visão de conjunto
64. Devemos não obedecer aos nossos superiores quando nos ordenam o que
está proibido por Deus
Capítulo V, Apêndice
65. "O Evangelho nos mostra um
Cristo muito exigente, que chama a uma conversão radical do coração"
66. A experiência sexual pré-matrimonial opõe-se à doutrina cristã...
67. ...e é fonte de graves consequências para a saúde
68. A concupiscência, "pela veemência de suas paixões, pode produzir
notáveis distúrbios"
69. "São Paulo condena a luxúria como um vício particularmente indigno
para o cristão e que exclui do Reino de Deus"
70. "Os fiéis, também hoje, e mesmo mais do que nunca, devem empregar os
meios que a Igreja sempre recomendou para levar uma vida casta"
71. Quem deixa de fugir de uma ocasião de pecado sem razão suficiente,
comete um pecado da mesma espécie daquele a cujo perigo se expõe
72. A fuga das ocasiões, bailes, praias, piscinas é o pressuposto para
conservar a castidade, especialmente devido aos costumes modernos
73. O mundanismo, inclusive dos que se consideram bons católicos, pode
ser pecado mortal por causa do escândalo, do perigo de pecado ou da
oposição à lei moral
74. Hoje em dia os jovens de ambos os sexos vivem em uma camaradagem
aparentemente assexual; de fato, essa espontaneidade degenera
frequentemente em desabusos, e no amor livre
75. "O namoro facilmente se torna um grave perigo" – Alguém só deve
começar o namoro quando está em condições de se casar em breve
76. Um contato social extra-familiar muito frequente entre pessoas de
sexos diferentes não é isento de perigos
77. A Igreja tem declarado constantemente ser contrária à educação mista
78. Deus chama à castidade como algo superior ao próprio plano dEle para
a maioria dos homens, que é o matrimônio
79. A continência tem tal valor, que o próprio Jesus Cristo Nosso Senhor
a escolheu para Si
80. A castidade é "um traço particular de semelhança com Jesus Cristo"
81. Nosso Senhor Jesus Cristo chama alguns para a continência perfeita,
para que participem de modo especial na instauração do Reino de Deus
sobre a terra
82. O celibato é uma vocação importante e necessária
83. A perfeita continência sempre tem sido considerada pela Igreja "como
um manancial extraordinário de espiritual fecundidade no mundo"
84. "O celibato constitui uma excelsa culminância e o ápice da via de
perfeição"
85. "A castidade é um valor nobilíssimo" de que foi exemplo Santa Maria
Goretti, mártir da castidade aos 11 anos
86. "Não podemos deixar de assinalar as multidões de religiosos, de
religiosas e também de jovens e leigos, fiéis ao seu compromisso de
perfeita castidade"
87. A castidade é mais fácil de conservar quanto mais se evitem as
possíveis ocasiões
88. O celibato não é contrário à natureza
89. A completa abstenção de qualquer ato sexual não contradiz a natureza
e não acarreta nenhum dano para a saúde
90. O preconceito a respeito da nocividade da continência sexual "já foi
completamente desmantelado por uma massa imponente de investigações"
91. É próprio dos indivíduos que se abandonam à luxúria o declinar
precoce das energias vitais
Capítulo VI - Por direito natural, os filhos, mesmo menores, são livres
de escolher o próprio estado de vida, seja o matrimônio, o celibato ou o
estado religioso. E ao pais toca apenas aconselhá-los nessa matéria.
92. Desde que atinge o uso da
razão, o homem está obrigado a dispor de si retamente, de acordo com a
própria consciência
93. É lícito a cada qual optar pela virgindade ou pelo matrimônio
94. Nenhuma lei humana pode privar o homem do direito natural de se
casar
95. O direito à livre escolha do estado de vida consignado também no
Código de Direito Canônico promulgado por João Paulo II
96. Não é lícito impedir a virgindade a quem tenha escolhido tal estado
97. O celibato honesto, se escolhido para um fim nobre, constitui em si
um estado mais perfeito
98. Respeitar o direito à livre escolha do estado, uma das condições
para a paz social
99. Os pais não têm jurisdição sobre as almas dos filhos, pois elas
pertencem a Deus
100. "Todos os teólogos ensinam que o filho é livre na escolha de um
estado principal de vida e pecam os pais se coagem o filho a abraçar
determinado estado"
101. Pecam gravemente os pais que forçam os filhos a adotar um estado
perpétuo
102. Cometem pecado mortal os pais que se opõem ao ingresso dos filhos
na vida religiosa, por temor de perder a companhia destes
103. Os pais podem aconselhar, não porém impor um estado de vida a seus
filhos
104. Na escolha do estado de vida, todo homem é absolutamente livre
105. Os pais não podem impor aos filhos a escolha da profissão, embora
seja útil para estes seguir os conselhos paternos
106. Na escolha de um estado de vida, os filhos, mesmo menores são, por
direito natural, inteiramente livres
107. "O único direito que tendes é o do bom conselho"
108. A mera vontade dos pais não é sinal de verdadeira vocação para o
Sacerdócio
109. "A vocação não é algo que se possa impor!"
110. Não podem ser escusados de pecado mortal os pais que afastam os
filhos do estado religioso
111. A que fica obrigado quem impede outrem de seguir a vocação
religiosa?
112. São Tomás e a questão do voto feito por menores
113. Como acusar de loucura um santo menino que se consagra a Deus?
Capítulo VII - O dever de assistência dos filhos em relação aos pais não é
empecilho para a entrada em Religião, a não ser que estes se vejam em
necessidade extrema, ou pelo menos grave, a qual não possa ser socorrida
de outra forma
114. É pretensão falsa,
irreverente, perigosa e vã querer submeter uma vocação religiosa a
juízos de ordem natural e profana
115. Os pais que desviam os filhos do chamado divino cavam, para si
próprios e para estes, uma grande fonte de lágrimas
116. "Lembra-te de que é esse o momento em que deves praticar o preceito
do Senhor, de obedecer antes a Deus que aos homens"
117. Se fosse preciso ouvir os conselhos dos pais, muito poucos
abraçariam a perfeição da vida cristã
118. Mesmo contra a vontade dos pais, é lícito entrar para o estado
religioso
119. A carne e o sangue não entendem aquilo que é do espírito
120. Opinião de Lutero que devemos rejeitar: os filhos cometeriam pecado
entrando para a vida religiosa sem o consentimento dos pais
121. "Aqueles que querem seguir a Cristo estão desatados dos cuidados do
século e da casa paterna"
122. Quando os pais têm absoluta necessidade de sua assistência, devem
os filhos retardar o ingresso na vida religiosa
123. Três perguntas e três respostas
124. Regularmente, não podem ingressar no estado religioso os filhos que
deixem os pais em necessidade extrema, ou mesmo grave
125. "Tem alguém o dever de se casar, para com o dote sustentar o seu
pai, quando de outra forma não o puder fazer?"
126. Uma tentação que vem com aparência de bem, e até com rótulo de
obrigação
127. Quem pensará nos pais necessitados, cujos filhos estão consagrados
a Deus? – "Aquele que não deixa perecer um lírio do campo"
Capítulo VIII - Considerando que mesmo pais piedosos, agrilhoados pelo
vínculo da carne e do sangue, muitas vezes não entendem a linguagem do
espírito, Santos e moralistas chegam a recomendar que em tais casos os
filhos nem sequer lhes peçam conselho, quando se trata de seguir a
vocação religiosa.
128. Quase sempre existe perigo
de os pais quererem desviar o filho de seguir a vocação religiosa
129. Seria grande falta pedir conselho aos pais, e maior ainda
pedir-lhes o consentimento para abraçar uma vocação religiosa
130. Consultar os que não querem pensar com sabedoria, indica um
espírito vacilante e capaz de retroceder
131. Injuria a Cristo quem recebe seu convite e não o atende
imediatamente
132. "A vocação religiosa deveria ser abraçada ainda que viesse do
demônio, porque sempre se deve seguir um bom conselho ainda que nos
venha de um inimigo"
133. "Será melhor não pedir conselho aos pais, quando faltar a estes o
necessário conhecimento dessas coisas"
134. Muitas vezes, para vantagem própria, os pais se transformam em
inimigos
135. Às vezes é mais prudente ocultar aos pais a vocação, e executar a
vontade divina
136. "Deveis temer mais àqueles que talvez vossa carne resista em
considerar como inimigos"
Capítulo IX - Não há contradição, e sim harmonia entre as obrigações
para com Deus e os deveres para com os pais; mas, se importa honrar pai
e mãe, acima de tudo se deve colocar o amor de Deus
137. Os pecadores, como homens
capazes de bem-aventurança, hão de ser amados; pela sua culpa, hão de
ser odiados, mesmo sendo pai, mãe ou chegados
138. Depois de Deus, somos obrigados a prestar culto aos pais e à pátria
139. A virtude da piedade filial não pode contrariar os deveres de
religião
140. "Tu, que temes ofender a um superior, vê se não há outro Superior
ainda mais alto a quem devas temer"
141. É preciso amar os pais, mas pôr Deus acima de tudo
142. Grande é a obrigação que temos para com os pais, mas nenhuma
obrigação se compara à que temos em relação a Deus
143. Acima de tudo, honrar e venerar o Pai e Criador de todos os homens
144. "Não faltes à vocação por um mal entendido amor a teus pais, pois
então não serias digno de Deus"
145. Não nos separemos de Deus por amor a nossos pais
146. Quando os pais nos excitam ao pecado, devemos, nesse ponto,
abandoná-los e odiá-los
147. "Ame-se neste mundo a todos, ainda que seja ao inimigo; mas
odeie-se ao que se nos opõe no caminho de Deus, ainda que seja parente"
148. Não se deve renunciar à estima para com os pais, mas é preciso dar
a Deus o primeiro lugar
149. "Só ama perfeitamente a seu pai, mãe, irmãos, a todos os homens,
quem ama verdadeiramente a Jesus Cristo"
Secção
II
As
almas de escol, chamadas por Deus para um estado de perfeição, precisam
alcançar um alto grau de desapego em relação à coisas terrenas e, para
isto, devem muitas vezes renunciar até ao convívio da família.
Capítulo I – A todo homem chama Deus para um determinado estado de vida;
é de suma importância conhecer os desígnios de Deus a respeito de si
mesmo, pois da realização de tais desígnios depende, em grande parte, a
felicidade neste mundo e na eternidade
150. É Deus que chama cada
homem a um determinado estado de vida
151. É de suma importância seguir a vontade divina a nosso respeito;
dela depende em grande parte nossa sorte na eternidade
152. "O Espírito Santo distribui seu dom segundo sua vontade e não
segundo nosso arbítrio"
153. É o próprio Jesus Cristo que dirige a cada fiel um convite pessoal,
para o Sacerdócio, ou para a vida religiosa, ou para a vida leiga
154. Entre as graças que a Providência prepara para cada um de nós,
muitas se prendem à nossa vocação
155. Grande é a responsabilidade de quem conhece com especial clareza
para onde Deus o chama
156. Para qualquer estado de vida conhecido com certeza, a
correspondência ao chamado divino é sempre moralmente obrigatória
157. "Se não segues tua vocação, andas bem, mas fora de tua pista, quer
dizer: fora do caminho a que Deus te chamou para salvar-te"
158. Há muitos homens que, se não deixarem tudo, de nenhuma forma se
poderão salvar
Capítulo II - Todos os fiéis devem aspirar à santidade, mas essa
obrigação é particularmente grave para os Religiosos, os quais assumiram
livremente o dever de tender à perfeição pela observância dos três
conselhos evangélicos - obediência, castidade e pobreza.
159. O Evangelho mostra-nos três vias para
nos dirigirmos a Deus: os Mandamentos, os Conselhos e o celibato no
século
160. Entre a via dos Mandamentos e a dos Conselhos, uma terceira: a via
da castidade ou da continência guardada no século
161. Cada cristão é convidado a tender ao ideal de perfeição com todas
as suas forças
162. Perfeição, estado de perfeição, estado jurídico de perfeição –
Esclarecendo conceitos
163. "Sede perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito" – um ideal
para todos os católicos
164. "Todos nós podemos, e todos nós devemos ser santos"
165. Ninguém pode conservar por tempo notável o estado de graça sem se
esforçar por progredir
Capítulo III - Os Religiosos, que por obrigação de estado, tendem à
perfeição e ao amor sem reservas a Nosso Senhor Jesus Cristo, devem
despojar-se de todo e qualquer apego em relação a seus parentes
166. O Antigo Testamento já
ressaltava o desapego que deve ter o ministro de Deus em relação à
própria família
167. Na vida de Nosso Senhor Jesus Cristo, um exemplo augusto
168. O desapego completo da pátria, da carne, do sangue, condição
necessária para a vida religiosa
169. "O coração não pode dar-se totalmente a Deus, se não está livre de
qualquer outro amor"
170. "Sai do teu país, deixa a parentela, abandona a casa de teu pai, e
vem à terra que te mostrarei"
171. Quando o afeto aos parentes separa o homem do termo da perfeição
172. É preciso rechaçar todas as afeições humanas capazes de pôr
obstáculo à perfeição
173. O afeto carnal aos pais constitui o impedimento mais perigoso e
prejudicial para a perseverança do Religioso
174. Para a perfeição espiritual, convém mortificar o amor natural que
sempre existe entre parentes
175. "É preciso primeiro que vos separeis para em seguida vos
consagrardes"
176. A perfeição exige o inteiro desapego, de corpo e espírito, em
relação aos parentes
177. "Se o apego aos parentes não fosse muito nocivo, Jesus Cristo não
nos teria recomendado tanto que nos desapegássemos destes"
178. O locutório do convento, local especialmente perigoso
179. "Esquece o teu povo e a casa de teu pai, e o rei cobiçará a tua
beleza"
180. "Foge até de teus familiares, separa-te de teus amigos e íntimos"
181. "Não sei o que é que deixamos do mundo se não nos afastamos do
principal, que são os parentes"
182. Evitem quanto possível conviver com os parentes... os encontros
sejam muito raros e breves
183. "Afastêmo-los da memória tanto quanto possamos"
184. Como não serão repreendidos os que visitam as casas dos que
deixaram no mundo?
185. "Ninguém é escolhido para Sacerdote se não diz a seu pai e a sua
mãe: ignoro quem sois"
186. "Para agradar a nossos pais, não devemos fazer nada que possa
embaraçar o exercício do nosso ministério"
187. Em matéria de zelo, os parentes são os piores inimigos do Sacerdote
Capítulo IV - Nas regras e normas de conduta dos Institutos religiosos,
estabelecidas ao longo dos séculos, se manifesta uma preocupação
constante de incutir nos Religiosos o desapego em relação aos parentes.
188. Entre os antigos monges do Oriente, fazer visitas por motivo de
parentesco era coisa alheia à profissão
189. Na Espanha visigótica, penas severíssimas para o monge que tomasse
alguma deliberação em conjunto com a família
190. Na Regra de São Bento, proteção especial dos monges contra as
infiltrações do mundo
191. O cartuxo deve ser e permanecer um verdadeiro solitário
192. "Todas as pessoas da Ordem devem evitar e fugir das visitas de seus
parentes"
193. O religioso é um outro Abraão ao qual Deus disse: "sai de tua casa
e de tua parentela"
194. Na formação dos noviços dominicanos, uma prudente e solícita
vigilância no que se refere a visitas de parentes e correspondência com
eles
195. Também na Companhia de Jesus, as mesmas precauções
196. Nenhum Irmão Lassalista podia falar de sua família, nem de seu
passado
197. Não se imiscuirão as Filhas da Sabedoria em assuntos temporais de
seus parentes
198. Aos Missionários Claretianos: "guardai-vos de ir à casa dos
parentes, ainda que seja para fins piedosos"
199. Entre os Jerônimos, uma medida de precaução
Secção
III
Aplicam-se também aos fiéis - os quais se dedicam de modo especial, ou
até com exclusividade, ao apostolado próprio dos leigos - os princípios
e normas, válidos para a vida sacerdotal ou religiosa, sobre o
relacionamento com os familiares? - Tendo em vista os princípios
expostos, "mutatis mutandis", impõe-se responder afirmativamente.
Capítulo I - Leigos, isto é, membros da Igreja discente, sempre
desempenharam um papel de grande alcance nas atividades da Igreja,
colaborando dedicadamente com a Sagrada Hierarquia e o Clero; e, em
nosso tempo, mais do que nunca, tornou-se prementemente necessário o
empenho apostólico do laicato.
200. Dos tempos apostólicos até nossos
dias, o importante papel do laicato na Igreja
201. "Grandes Santos que, sendo simples leigos, criaram na Igreja de
Deus magníficas instituições de todo o gênero e até verdadeiras Ordens
Religiosas"
202. Em plena Idade Média, São Francisco de Assis funda para os leigos a
Ordem Terceira...
203. ...e assenta as bases de uma renovação radical da sociedade, feita
de acordo com o espírito evangélico
204. Orientadora de Pontífices, Príncipes e Cardeais
205. Santa Catarina de Sena, leiga, "a conselheira atendida do Papa e
dos governos, o árbitro da cristandade"
206. "Seu papel essencial é o de sustentar o Papado mediante suas
orações"
207. No Concílio Vaticano I (1870), reclamada com instância a cooperação
dos leigos
208. A Igreja sempre acolheu com benignidade e abençoou a colaboração do
laicato católico
209. Para São Pio X, mais do que nunca, era preciso haver em seu tempo
leigos esclarecidos, resolutos, intrépidos, verdadeiramente apóstolos
210. Segundo Pio XII, nunca a colaboração dos leigos com a Hierarquia
foi tão necessária
211. A luta contra o comunismo, importante função do apostolado dos
leigos
212. Uma colaboração que sobretudo em nossos tempos se deve verificar
213. As circunstâncias atuais pedem aos leigos um apostolado muito mais
intenso e amplo
214. A premente obrigação dos leigos em nossos dias
215. "Os fiéis têm o direito de manifestar aos Pastores da Igreja as
próprias necessidades, principalmente espirituais, e os próprios
anseios"
216. A Igreja é também golpeada pelos que dela fazem parte
217. "Por alguma fissura entrou a fumaça de Satanás no Templo de Deus"
218. Foram difundidas verdadeiras heresias, no campo dogmático e moral,
criando dúvidas, confusões e rebeliões
219. "A Sagrada Escritura anuncia claramente que os pecados do povo têm
origem nos pecados dos Sacerdotes"
220. Não houve uma única heresia na Igreja de Deus que não haja sido
levantada ou propagada por algum clérigo
Capítulo II - Aos leigos compete, por vocação própria, sacralizar a
ordem temporal, ordenando-a segundo a Lei Divina; dessa forma exercem
eles uma tarefa insubstituível, em prol do restabelecimento do Reino de
Deus sobre a terra.
221. "Os leigos, enquanto
leigos, são portadores de uma vocação divina"
222. A sacralização da ordem temporal, tarefa própria do laicato
223. Impregnar de Cristianismo a ordem temporal: tarefa em que os leigos
têm uma função importante a desempenhar
224. Como o fermento, agir dentro do mundo para a santificação do mundo
225. Cumpre que os leigos tomem como obrigação sua, a restauração da
ordem temporal
226. A vocação específica do leigo o coloca no mundo, e é esse o campo
próprio de sua atividade evangelizadora
227. A vocação dos leigos para o apostolado, enquanto vocação cristã,
corresponde também ao chamado de Cristo: "segue-Me"
228. É aos leigos que compete oferecer soluções concretas no campo
social, econômico e político
Capítulo III - O dever de apostolado obriga genericamente a todos os
leigos, não porém em igual medida: alguns se sentem chamados a fazer do
apostolado a ocupação principal ou até exclusiva de sua vida; outros
levam a dedicação a ponto de praticarem - às vezes mesmo com voto
privado - os conselhos evangélicos; e outros, por fim, chegam a adotar
um estado jurídico de perfeição, nos Institutos Seculares.
229. Todos os católicos têm um
dever social de apostolado; mas ao apostolado propriamente dito nem
todos se podem consagrar
230. "Também vós, a vosso modo, deveis ser ministros de Cristo", afirma
Santo Agostinho
231. Para o apostolado leigo no sentido estrito, só um escol dentre os
cristãos é chamado
232. Apóstolos leigos há, que se ocupam exclusivamente da tarefa
missionária...
233. ...e se consagram até para sempre ao serviço apostólico
234. Grande número de simples leigos praticam a castidade perfeita no
século, para melhor servirem a Deus e ao próximo
235. A continência perpétua no mundo, um chamado para almas de eleição
236. Obediência, castidade e pobreza praticadas no século, sem nenhuma
Regra religiosa
237. Homens e mulheres, no mundo moderno, se empenham na prática dos
Conselhos evangélicos por votos privados e secretos, só de Deus
conhecidos
238. Com frequência são emitidos os três votos, sem necessidade de uma
aprovação especial da Igreja
239. Por fim, e já constituindo um estado jurídico de perfeição, os
Institutos Seculares
240. Um apostolado exercido no século, e a partir do século
Capítulo IV - Como Mãe sábia e prudente, a Igreja concede a seus filhos
ampla liberdade para exercerem seu apostolado da maneira pela qual se
sintam mais chamados a fazê-lo; e por isso não os constrange a que se
moldem a esta ou àquela forma jurídica ou organização pré-existente.
241. A Igreja é por essência uma sociedade
desigual
242. Por instituição divina, a Igreja é uma sociedade hierárquica
243. A Igreja sabe criteriosamente deixar mais à iniciativa dos leigos,
certas obras de apostolado
244. Às vezes é do "front' que partem as iniciativas mais felizes
245. À disposição dos fiéis, uma grande variedade de Institutos
Religiosos e de Associações pias; nada impede que ainda venham a se
estabelecer novas formas de associação
246. O Espírito Santo pode inspirar algo inteiramente inédito na Igreja
247. Em princípio, para qualquer obra de misericórdia pode ser criada
uma nova Ordem Religiosa
248. Justifica-se perfeitamente a iniciativa individual do apostolado
dos leigos, mesmo sem "missão' explícita da Hierarquia
249. "Não vos inquieteis em perguntar-lhes a que organização pertencem"
250. No apostolado dos leigos, várias modalidades de relações com a
Hierarquia
251. De acordo com as leis canônicas em vigor, a TFP pode ser
considerada uma "Confraternitas Laicalis'
252. Numa família de almas constituída em sociedade civil, uma semente
de perfeição religiosa
253. Nada obriga a TFP a acelerar artificialmente seu desenvolvimento
orgânico para se enquadrar desde logo numa das formas jurídicas
atualmente existentes
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