Capítulo I
A perda e a reconquista da calma
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Pode a calma conservar-se diante de algo altamente apetecível? No limite, pode; mas é preciso notar que as coisas muito apetecíveis levam o homem depois a não querer as coisas menos apetecíveis. É preciso, portanto, ter certo cuidado. O altamente apetecível cansa quando dura um tanto. Mesmo sentindo nele uma atração maior do que nas outras coisas, dá vontade de voltar ao normal. Em geral, a perda da calma se dá a partir da ideia de que forçando a fruição, exagerando-a até o paroxismo, a pessoa gozaria mais intensamente. Esse é o erro. Tínhamos esta calma, e teríamos tudo se não forçássemos nada. Forçando, nós nos arrebentamos. A calma pode ser recuperada? A resposta é simples: com a oração, sim; sem ela, não. Mas a calma deve ser profundamente desejada, deve ser considerada uma meta da vida. |