Viver é tomar posição a favor da verdade, do bem e da beleza, ou seja, da Contra-Revolução

Auditório São Miguel, sábado, 2 de maio de 1987,  Santo do Dia

 

A D V E R T Ê N C I A

O presente texto é adaptação de transcrição de gravação de conferência do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira a sócios e cooperadores da TFP, mantendo portanto o estilo verbal, e não foi revisto pelo autor.

Se o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira estivesse entre nós, certamente pediria que se colocasse explícita menção a sua filial disposição de retificar qualquer discrepância em relação ao Magistério da Igreja. É o que fazemos aqui constar, com suas próprias palavras, como homenagem a tão belo e constante estado de espírito:

“Católico apostólico romano, o autor deste texto  se submete com filial ardor ao ensinamento tradicional da Santa Igreja. Se, no entanto,  por lapso, algo nele ocorra que não esteja conforme àquele ensinamento, desde já e categoricamente o rejeita”.

As palavras “Revolução” e “Contra-Revolução”, são aqui empregadas no sentido que lhes dá o Prof. Plínio Corrêa de Oliveira em seu livro “Revolução e Contra-Revolução“, cuja primeira edição foi publicada no Nº 100 de “Catolicismo”, em abril de 1959.

 

Quando nós vínhamos de automóvel de casa para cá, eu perguntei a ele qual era o tema que ele propunha para a reunião. E ele deu um tema que me parece muito importante, muito prático, muito interessante, mas muito complicado de tratar. Em todo caso, como o tema é muito importante, eu resolvi abordar de qualquer jeito. E o tema é o seguinte.

* Processo da fixação: interesse, consonância, adesão consciente

Os senhores tomem um “enjolras”  – matéria que os senhores estão vendo que é atualíssima -, os senhores tomem um “enjolras” que foi abordado e começou a frequentar a TFP, lá a sede da Saúde, e que se interessou pelos jogos, se interessou ainda mais pelas reuniões, pelos quadros, pela atmosfera toda da Saúde, gostou e começou a frequentar.

Frequentou bastante e tomou o hábito de frequentar e ficou, portanto, um “habitué”, um habituado, não é mais um que vai às vezes, mas outras vezes não vai. Não é um que não vai quase nunca. Sobretudo não é um que nunca mais foi, esse está descartado de nossas preocupações. Mas é um que tomou o hábito de ir.

Se ele tomou o hábito de ir é porque ele gostou e é porque se estabeleceu uma consonância. Um som consonante quer dizer “uma coisa soa com a outra, um som que vai com outro”. Os senhores já devem ter visto isto com cristais: a gente tem um copo de cristal, bate, tem outro copo do mesmo cristal perto, o outro copo repercute o mesmo som, dá o eco. Isso é consonância: uma coisa vai com a outra.

Assim também se deu entre o “enjolras” que nós estamos falando e a TFP. Deu-se uma consonância. O que se trata na TFP encontra eco na alma dele. Mas de outro lado também, o que encontra eco na alma dele, aquilo de que ele gosta de falar interessa a TFP. De maneira que então há uma consonância. E essa consonância torna o convívio agradável, torna o convívio atraente, e é evidentemente um fator muito grande na fixação.

O que é que é a fixação? A fixação não é a mera, a simples aquisição do hábito de frequentar, mas é mais. É algo por onde a pessoa fica aderente à TFP, toca no fundo, é quando a pessoa compreende, não tem só a consonância, mas além de ter consonância, compreende a razão profunda dessa consonância, e por isso adere sabendo ao que é que está aderindo. Adere com toda a sua alma, com toda a sua compreensão, porque está entendendo.

Essas várias etapas correspondem então à abordagem; à fixação; na fixação um progresso até que se produza essa consonância da alma inteira com tudo quanto há dentro da TFP; depois, além da consonância, essa fixação profunda, de fundo de alma, de fundo de alma. Estas várias etapas estão na natureza humana.

E mais ou menos se passa com o homem em relação a tudo que ele frequenta, a tudo que ele faz: ele se fixa através desse processo.

Vamos dizer por exemplo, uma família se muda, vai para um bairro onde não morava antes. Naturalmente daí a pouco os vizinhos estão cumprimentando, depois começam as visitas. Por que é que a gente frequenta muito a casa do vizinho A e foge de ir para a casa do vizinho B? É porque não houve o hábito de ir, por quê? Porque não há… aquilo arranha, ou é sem graça, insípido, quer dizer, não tem sabor. Ou se não é isso, é porque há um choque, e a gente não gosta de ir onde tem um choque, ninguém vai para a casa de ninguém para se chocar. A gente vai para encontrar o macio, o agradável da concórdia.

E, isso eu descrevo, portanto, com esse cuidado essas várias etapas no desenvolvimento do membro da TFP, mas são etapas pelas quais passa o espírito humano normalmente.

Bem, e eu quero fazer a descrição disso aqui no mais alto grau desse processo. É quando o indivíduo tem a consonância com a TFP, todos os sons de alma que ele ouve dentro da TFP lhe agradam. De outro lado, o que ele diz também, o que ele faz, o modo de ser do novato agrada dentro da TFP. Produziu-se a consonância e o convívio. É preciso entrar agora numa coisa mais alta que é a compreensão. Sem ter compreendido não adiantou nada.

Agora, para os senhores isso tem uma importância muito grande, para os senhores saberem o que é que estão fazendo.

Agora também tem outra importância para os senhores, que é aprender a viver. Quem sabe o que eu estou dizendo, esse aprende a viver. E não é só com a TFP, é por exemplo, vamos dizer, ele tem que fazer uma viagem no exterior, vamos dizer que ele tem que fazer uma viagem, hoje quase não se viaja de navio, mas vamos dizer que aconteça a ele que tenha que fazer uma viagem de navio à Índia de 15 dias. No navio, o navio é uma magnífica prisão, mas é uma prisão, o sujeito está lá, embarcou em Santos e tem que desembarcar em Nova Delhi, não tem conversa, o navio não para em outros lugares… 15 dias.

Está bem, a pessoa para saber com que roda se dá, com que pessoas conversar, o que fazer para ter um trânsito agradável, ela precisa compreender como são os outros, o que é que são. Como fazer? por que é que ela está procurando? por que é que ela não procura? Senão ela faz besteira e no fundo não entendeu a viagem que fez.

* A compreensão consciente faz-se em torno da Revolução e a Contra-Revolução

Bom, então nós vamos examinar um pouquinho o que é essa compreensão no fundo. Essa compreensão faz-se na TFP em torno do que? em torno de que ponto?

E, foi escrito por aí um livro, de não muitas páginas, que se destinava exatamente a isso, estabelecer, apontar para os que entram na TFP o que é a TFP, o que pensa a TFP, em torno do que ela gira, como é uma mentalidade TFP, e do que é que essa mentalidade vale, é verdadeira? é falsa? o que é que ela é? é um sonho ou uma realidade? como é que ela toca na vida e nos acontecimentos?

Esse livro, mais cedo ou mais tarde, os senhores vão ter que ler, está ao alcance de todo mundo que queira, e se chama “Revolução e Contra-Revolução”.

* Há duas mentalidades em choque: a revolucionária e a contra-revolucionária

Bem, em última análise o livro expõe a seguinte ideia: há 2 mentalidades opostas no mundo de hoje, não há nem 5, nem 30, nem 40, nem 200, nem 1, há duas, não há outra coisa. Duas mentalidades opostas, uma mentalidade é a da Revolução, outra é da Contra-Revolução.

O livro acrescenta que a TFP é a Contra-Revolução e que ela está oposta à Revolução como um gládio. Os senhores viram com certeza alabardas e que formam as duas fileiras, avançam na aparência uma contra a outra de alabarda em punho, mas de fato estão dispostas de tal maneira que atravessam uma à outra e não se chocam. Essa é uma imagem pálida da Revolução e da Contra-Revolução. Aquilo ali é a imagem de um combate.

Que vamos entestar uns com os outros, entestar é isto: pam! Os senhores já viram, ou ao menos viram descrever briga de bodes, briga de carneiros, entestam, um mete a testa no outro e lá vai aquele negócio!

Então, então, então há uma “entestagem” nossa com a Revolução. E essa “entestagem” é a vida!

* Viver é tomar uma posição a favor da Revolução ou da Contra-Revolução

O livro R-CR [Revolução e Contra-Revolução], não me lembro se diz em expressos termos, mas poderia dizer… há tanto tempo que eu li esse livro [risos], depois de ter lido, eu não reli e eu não sei bem se isso está lá dentro, mas podia ter estado. Que praticamente viver é tomar uma posição a favor da Contra-Revolução ou da Revolução, isso é viver, o resto é tolice, é não viver. E viver vida vivida é tomar posição a favor da verdade, do bem e da beleza, quer dizer, da Contra-Revolução. O erro, o mal e a hediondez é a Revolução.

* O que faz que uma coisa, ou várias sejam revolucionárias ou contra-revolucionárias?

Bem, agora, qual é o fundo de tudo isso? existe um “unum” por onde um ponto central, por onde tudo quanto é Contra-Revolução se une em alguma coisa especial e naquilo forma um só todo? Por que é que nós dizemos, por exemplo, que a abadia de Saint Michael, eu creio que os senhores já devem ter visto fotografias, é um monumento de Contra-Revolução, e nós podemos dizer de outro lado que tal ou tal outro prédio moderno é um monumento de Revolução? O que é que tem um prédio?

Mas depois nós vamos dizer que uma moda é revolucionária e outra moda é contra-revolucionária. Depois nós vamos dizer que uma dança é revolucionária e que outra dança é contra-revolucionária. O que é que há de comum entre um prédio, uma abadia, uma dança, uma canção para se poder dizer que todas elas se encaixam num ponto e são contra-revolucionárias? ou que elas todas se encaixam num outro ponto, são revolucionárias? Qual é o fio que conduz de uma coisa dessas para outra?

Toma aqui essa taça aqui, é uma bonita taça. Eu a estou empunhando de um modo que os senhores não têm meio de apreciar toda a taça. Só de olhar os senhores veem que é cristal e não é vidro, mas depois os senhores estão vendo que ele foi talhado de tal maneira que forma bonitos desenhos, mas que esses desenhos fazem jogar a luz, a luz brilha na taça, e a água que recebe a luz difunde dentro da taça, e daí vem um jorro muito bonito, porque a luz passando pela água toma a beleza da água, passando pelo cristal toma a beleza do cristal. Ela chega à nossa retina singularmente embelezada.

Acontece ainda que essa água é gaseificada e as bolazinhas de gás que ficam depositadas no fundo do copo vão subindo, e ao subir elas movimentam discretamente a água, e esse movimento movimenta a luz.

Bem, os senhores tomem essa taça, ela é revolucionária ou é contra-revolucionária?

[aparte: contra-revolucionária!]

Bem, agora os senhores imaginem esses copos que os senhores bebem aí em bar, em hamburguer, não são copos, são tubos. Tubos de vidro, às vezes vidros com defeito, a gente vê umas bolhas, mas não são as bolhas movediças e leves daqui, mas são bolhas de ar aprisionadas dentro do vidro, formam uma espécie de defeito dentro do vidro, e aquilo não tem a beleza do cristal, tem apenas a transparência estúpida do vidro, e os senhores bebem naquele tubo que é lavado depois muito sumariamente e dado para um outro beber.

Bem, por que é que alguém que dissesse: “Dr. Plinio, eu acho agradável ver o copo de cristal de que o senhor se serve”, toma uma atitude contra-revolucionária? E outro que dissesse: – “Dr. Plinio, por que é que o senhor não troca esse copo antigo por um copo moderno, com a forma de um cilindro e inteiramente liso e sem desenhos? é muito mais moderno e muito mais prático, isso dá um certo trabalho para lavar; aquilo não, a gente põe dentro da água quente, espuma um pouco e está pronto, está acabado; então por que é que não é melhor aquele outro?”

Os senhores já vão dizendo “que horror!” Esse é um revolucionário.

O que é que há num copo para a gente já ir dizendo, não de um copo, mas de uma pessoa, que ele é contra-revolucionária ou revolucionária? Qual é o fundo disso aí?

* Utilidade desta doutrina

Os senhores notarão aí o empenho da TFP em ser compreendida. A TFP procura o mais possível se explicar, em tudo e por tudo.

Por que razão?

Primeiro: para os senhores a entenderem, aderirem sabendo o que é.

Segundo lugar: para os senhores terem o hábito de entender as coisas e de aceitá-las quando elas são razoáveis, são conformes à fé e rejeitá-las quando são contrárias à fé. É um hábito fundamental dentro da vida.

Agora, em terceiro lugar: para os senhores saberem explicar para os outros.

Bem, o que é que há na cabeça dos que não gostam que esse copo esteja aqui, não gostam que essa cadeira esteja em cima desse estrado, mas não é só por se tratar de mim não. Se eles pudessem, eles acabariam com todos os cristais do mundo e substituiriam só por vidro. Se eles pudessem, eles acabariam com todos os estrados.

Há um bispo aqui no Brasil, Dom Casaldáliga, bispo de São Félix do Araguaia se não me engano, Dom Casaldáliga que tem um livro, que eu refutei, e que diz que ele odeia todas as cercas e todas as porteiras da terra, porque ele queria que tudo fosse de todo mundo, e que tudo pudesse invadir todos os lugares. É um bispo comunista. Queria que todo mundo fosse dono de tudo. É o comunismo.

O comunismo se baseia na igualdade completa, os homens devem ser completamente iguais, qualquer diferença entre um homem e outro é um ultraje à justiça; a desigualdade é uma injustiça.

Bem, o católico é o contrário. Ele quando encontra uma superioridade qualquer, superioridade de idade, superioridade de companhia mais agradável, de talento, de educação, de instrução, de inteligência, sobretudo, sobretudo, sobretudo quando ele encontra uma superioridade de virtude, o católico fica encantado de encontrar uma superioridade de virtude. Porque o católico gosta de reverenciar, ele gosta de homenagear, ele gosta de ver aquilo que é mais do que ele porque é uma imagem de Deus para ele, ele gosta da desigualdade porque ele vê em cada desigualdade legítima ele vê um degrau a mais que o aproxima de Deus. E eu vou mostrar que é isso daqui a pouco.

Bem, o indivíduo que tem espírito revolucionário… esse é o contra-revolucionário, esse então gosta da hierarquia, gosta da ordem, gosta do respeito, gosta da reverência.

Como é o revolucionário? Ele odeia todas as desigualdades  – eu acabo de dizer. Por quê? porque quando ele vê a desigualdade, ele fica com inveja, ele não fica com admiração.

Notem aqui o ponto de partida, a bifurcação, encontra uma desigualdade, umas almas tomam um caminho, outras tomam outro. Umas almas caminham para a direita  – essas são as almas que diante da desigualdade admiram, querem bem, desejam servir e conservar. Há outras almas que vendo a desigualdade ficam com inveja, odeiam e procuram derrubar.

E então o revolucionário quer antes de tudo, ele é por definição um invejoso, que não pode suportar que outros tenham mais do que ele. É uma alma tapada, fechada, obturada, cega ao que é superior, porque aquilo que lhe é superior lhe faz mal, ela procura não olhar. Enquanto o contra-revolucionário á aberto para tudo quanto é superior, gosta de notar, gosta de amar, porque aquele superior o completa e lhe faz bem.

Os senhores então podem imaginar, esse é um dos pontos, eu vou daqui a pouco dar outro ponto, os senhores podem imaginar uma alma que, eu digo mal, eu me distraí, eu estava pensando em questão de horário e me distraí.

Os senhores devem tomar em consideração que os senhores devem examinar isso nos senhores. Os senhores sempre que encontram uma superioridade em alguém, os senhores são levados a admirar? ou se mantém meio indiferentes? ou até ficam com raiva?

Se os senhores são sempre levados a admirar, os senhores têm alma contra-revolucionária; os senhores podem ser chamados filhos da luz – a linda expressão que está no Evangelho de São João – os filhos da luz.

Bem, e as trevas? A treva está na alma daquele que vendo tem inveja, esse é o ruim. Vamos dizer logo tudo de uma vez: um é filho de Deus e outro é filho do demônio, um é filho da Virgem e outro é filho da serpente.

Por que luz e trevas? Os senhores tomem uma alma que admira, quando ela admira, ela se ilumina, ela fica contente, dá-lhe alegria admirar.

Os senhores tomem uma alma que inveja: ela fica aborrecida, ela fica triste, ela fica com as sombras da inveja dentro da alma. O invejoso é triste, não há o que lhe baste, ele quer tirar dos outros continuamente, continuamente, continuamente, ele fica indignado.

E isso os senhores notam às vezes desde a primeira infância. Os senhores tomam crianças da primeira infância que quando veem um brinquedo bonito na mão de outra criança não procuram tirar, quebram o brinquedo, para que aquele não possa ter um brinquedo mais bonito do que ele. Essa é a inveja.

* A admiração conduz à honestidade. A inveja conduz ao roubo

A admiração conduz à honestidade, não procura roubar. A inveja procura roubar, é claro. Se eu vejo, não sei, eu estou… uma vez eu vi isso: um rapaz que foi fazer uma visita à casa de um parente muito rico e encontrou, naquele tempo ainda circulava em São Paulo moedas, moeda ordinária, não era ouro, nem prata mais, mas era moeda de um metal qualquer, amarelo simbolizando ouro, e outro metal qualquer simbolizando prata. Mas o amarelo valia mais do que o prateado por uma convenção.

E eu entrei com esse rapaz, era uma casa de parentes dele, tínhamos toda liberdade etc. Encontrou  – eu vou dizer a coisa mais ou menos como foi, não vou dizer exatamente, porque eu não quero que jamais alguém possa identificar –  encontrou uma gaveta aberta cheia de moedas amarelas. Eu vi que o que entrou na sala comigo viu que a casa estava quase vazia e dava para perceber que aquela moeda não estava contada, porque não estavam postas naqueles rolinhos, mas estavam jogadas dentro da gaveta. Era um sujeito muito rico e que tinha o dinheiro ali para quando saísse à rua pôr no bolso o que quisesse.

O rapaz passou a mão por algumas moedas e pôs no bolso dele, mas o primeiro movimento é: “que bom se fosse meu!” Não é: “que bom que ele seja rico”, é: “que bom se fosse meu”. Chega um momento, pega e põe aquilo. “Eu tenho tristeza que ele tenha e tenho tristeza que eu não tenho, pam-pam!”. Está acabado o caso.

Quer dizer, da inveja nasce o roubo. Ladrão começou por ser invejoso. Entre os Mandamentos da Lei de Deus está: “não cobiçar os bens alheios”. Não cobiçar os bens alheios não quer dizer o seguinte: “fulano tem um lindo automóvel, eu vou trabalhar como ele trabalhou para eu poder comprar um automóvel igual ao que ele tem – isso é uma coisa legítima -, aquele automóvel é bonito, eu compro”. Mas não é isso não.

“Ele tem aquele automóvel e eu tenho vontade de ter o automóvel dele, não quero que ele tenha e quero eu ter”. Isto é vil, isto é filho da inveja, é filho da Revolução.

* A primeira luta entre Revolução e Contra-Revolução: São Miguel contra Lúcifer

Bom, então vamos prosseguir.

O filho da luz e o filho das trevas. Qual foi o primeiro filho da luz que houve e qual o foi o primeiro filho das trevas que houve?

No Antigo Testamento, nós vemos isso narrado de um modo perfeito, simplicíssimo e perfeito. E essa história os senhores já conhecem. É a questão da luta de São Miguel Arcanjo contra satanás, porque os Anjos se revoltaram contra Deus, uma terça parte dos Anjos se revoltou contra Deus. E revoltando contra Deus, São Miguel Arcanjo investiu contra satanás e pôs para fora do Céu. Ele e os Anjos bons puseram para fora do Céu os Anjos maus.

Como é que se deu isso?

A questão foi a seguinte: os Anjos, nos ensina a doutrina católica, são constituídos hierarquicamente, os Anjos não são iguais, os Anjos são desiguais. Desiguais por natureza, eles se dividem em classes que se chamam coros. E essas várias camadas são, porque a natureza de um Anjo é superior à natureza do outro, e foi criado por Deus assim gratuitamente, não foi para recompensar nada, Deus os criou desiguais por uma razão que eu vou indicar daqui a pouco.

E o mais alto dos Anjos é o que brilhava mais, chamava-se Lúcifer: aquele que… “fer” em latim é conduzir, “luci” os senhores já estão vendo o que é, o que levava a luz, o Anjo que iluminava pela sua pessoa, pela sua inteligência, pela virtude que ele tinha e tudo o mais, iluminava todos, todos, todos os outros, era o rei dos Anjos. Esse chamava-se Lúcifer. E abaixo os vários coros dos Anjos.

Bem, são 9 coros. Esses Anjos todos viviam na consideração direta de Deus, contemplação direta de Deus e numa felicidade perfeita. Mas Deus queria prová-los, queria submetê-los a uma coisa difícil, para ver quais eram os que se submetiam ou não, uns seriam aceitos e outros seriam rejeitados.

Em certo momento Deus revelou a eles que criaria os homens. E o homem é inferior ao Anjo. Por que razão? É que o homem é um misto de Anjo e de bicho. Somos nós todos, não escapa ninguém. Na sua natureza humana até Nosso Senhor Jesus Cristo, enquanto homem Ele tinha algo do Anjo. O que é que ele tinha de Anjo? O espírito não tem nada de material, não tem nada de mortal. A mais alta categoria de seres que há é do puro espírito. Deus é puro espírito, não preciso dizer mais nada.

Bem, o Anjo é puro espírito. Nós homens não, nós somos um espírito que habita um corpo material. E pelo corpo material nós somos análogos aos animais. Vejam bem, eu não estou dizendo que somos iguais, estou dizendo que somos análogos, parecidos, participamos em algo do animal. E é tanto assim que nas escolas de medicina, para fazer progredir a medicina dos homens, experimentam nos animais.

Os senhores já ouviram falar de cobaias, não ouviram? Cobaia é uma espécie de coelhinho que tem uma natureza tal que todas as experiências médicas que fazem na cobaia facilmente servem para o homem também, de tal maneira uma cobaia rolando pelo chão é um bichinho, uma espécie de coelhinho, tem uma natureza parecida com a nossa.

Os senhores compreendem que um Anjo não está longe de achar isso baixa de nível. Tanto mais, tanto mais que o homem não é só animal, o homem tem qualquer coisa de vegetal e tem qualquer coisa de mineral. Os nossos ossos por exemplo têm cálcio, tem uma porção de coisas minerais, no corpo todo há sais, há corpos minerais. O homem é uma espécie de resumo de todo esse universo que a gente vê. O homem é um suprassumo de todo o universo visível. Mas ele não é nem o chão do universo invisível.

Os Anjos souberam disso e pelo silêncio da Escritura, a gente é levado a achar que eles acharam isso muito normal, uma categoria abaixo deles, toca o barco, está bem.

Então depois vão ser criados os animais, vão ser criados os vegetais, vão ser criados os minerais. Está bom.

Agora vem o ponto, pam! como que se soasse um gongo em toda a eternidade e é o seguinte:

Deus colocado infinitamente acima deles, Deus revela a eles um outro ponto: a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, a Sabedoria Eterna e Encarnada, em determinado momento vai unir-se à natureza humana, vai assumir a natureza humana e vai haver um Homem-Deus, e não vai haver isso com a natureza angélica, vai haver com a natureza humana.

Qual é a impressão que isso poderia causar num Anjo? Conforme o Anjo, uma admiração; conforme o Anjo, uma inveja: “pois nós somos tão maiores do que eles, e Vós vos uns a eles e Vós não Vos uns a nós? Por que é que o Espírito Santo ou o Padre Eterno não formam uma só pessoa com a natureza angélica? vai formar uma só pessoa com um homem?”.

Era a mesma coisa que se dissesse o seguinte: “Está vendo essa cobaia? É nessa cobaia aqui vai ligar-se um Anjo que vai ser muito mais do que todos que estão nesta sala. E todos os senhores que estão nesta sala prestarão honra a essa cobaia”.

É singular, não é? Os senhores não acham que nessa sala podia haver uma divisão? alguns pró cobaia e, portanto, pró Anjo; e outros contra a cobaia e, portanto, contra o Anjo? Qual é a Revolução e qual é a Contra-Revolução aí?

Bem, o resultado, o resultado é que os Anjos tomam conhecimento disso, e mais ainda, é dito a eles: “vai ser dado a vocês uma Rainha e essa Rainha nem sequer é homem, é mulher, e não vai ser unida à Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, Ela vai ser Mãe dessa Segunda Pessoa, Ela vai ser Rainha de todos os Anjos e de todo o universo, Ela vai ser Esposa do Divino Espírito Santo”.

Alguns Anjos prorrompem num cântico: “Te Deum laudamus, Te Dominum confitemus – a Ti, ó Deus, nós louvamos, a Ti, nós reconhecemos como Senhor”, e vem o resto.

Bem, outros indignados dizem: “eu não servirei a essa Rainha, não servirei esse Rei que vai ser Homem-Deus, eu protesto!”. E uma terça parte dos Anjos, picado pela inveja, se revolta: é a Revolução, é a Revolução!

Bem, agora vem a Contra-Revolução. São Miguel Arcanjo brada: “Quis ut Deus? – quem é como Deus?” o que quer dizer: “Deus é Deus, Ele é incomparável, é perfeito, Ele faz o que quer e está bem feito; vocês, luta contra vocês!”

E a Bíblia conta: “proelium magnum factum est in coelis”, uma grande guerra foi feita no Céu. Notem, hein! como os Anjos têm uma personalidade muito mais elevada que a nossa e tem uma força espiritual muito mais alta do que nossa, uma batalha de bombas de hidrogênio não é nada em comparação com uma luta de Anjos.

Como é que eles lutaram? como é que um Anjo luta com o outro?

O fato é que houve a luta e São Miguel expulsou, mandou para o inferno satanás e todos os espíritos malfazejos, estão trancados no inferno por toda a eternidade sujeitos aos tormentos eternos. Por quê? Foram revolucionários.

Esse é um dos aspectos da Revolução.

* No mundo de hoje, a todo momento há uma revolta contra a desigualdade

Os senhores observem o mundo de hoje e os senhores notam que a todo momento e continuamente, o que há é uma revolta do que é menos contra o que é mais, uma negação da homenagem devida a quem é mais, uma revolta contra todas as desigualdades mais explicáveis.

Não há, por exemplo, uma desigualdade mais digna e mais respeitável do que a superioridade que os pais têm sobre os filhos. O pai é a causa do filho, o pai e a mãe são as causas do filho, e o efeito deve veneração à causa.

Os senhores imaginem que um escultor toma aí um barro ordinário que tem no lamaçal, manda colher, levar para casa e faz com aquilo uma linda estátua de barro. Bem, aquele barro que não valia nada, ficou valendo muito, porque o escultor deitou o seu talento.

Imagine que nessa hora Deus desse vida a essa estátua e essa estátua colocada diante do escultor, a primeira coisa que fizesse fosse uma bofetada. O escultor tinha ou não tinha o direito de quebrar a estátua? Como ele fez, depois ele é tratado assim?! Ser causa de algo é uma superioridade sobre algo. E se é assim precisa respeitar.

Então os pais, todos aqueles que são superiores a nós em alguma qualidade, por algum título, têm um papel análogo ao de pai. Não é idêntico, mas análogo ao de pai. Sobretudo têm os sacerdotes que receberam de Nosso Senhor a missão de celebrar Missa e com a celebração da Missa conduzir, fazer com que se renove o sacrifício incruento, renove de modo incruento o sacrifício de Nosso Senhor Jesus Cristo no Calvário. É a coisa mais eminente que há.

Bem, o padre tem o poder de absolver os pecados, o padre tem “n” missões, cada uma mais alta que a outra. Está bem: faltar com o respeito a esse padre não é um ato revolucionário?

Nós não vemos a todo momento os próprios padres em grande número  — não quero dizer que sejam todos – procurar se rebaixar e se misturar com os leigos? Nós não vemos a todo momento velhos que procuram se rebaixar e se misturar com os mais novos? Nós não vemos a todo momento professores que procuram se rebaixar e se misturar com os alunos?

Parece que a mania da igualdade chegou a um tal ponto que os que estão em cima querem se jogar para baixo, para se misturar com os que estão em baixo. Até lá chegou. Esses aí perderam a noção da admiração, e mais ainda: passaram a antipatizar com a admiração, de tal maneira que quando eles veem que eles são admirados, eles procuram se jogar para baixo. Até lá chegou. É isso, a todo momento nós vemos isso. Esta é a Revolução!

* O contra-revolucionário ama as desigualdades

Então os senhores consideram o contra-revolucionário, como é que ele é? Ele procura pelo contrário reverenciar tudo aquilo que merece reverência, ficar contente quando ele tem ocasião de prestar uma homenagem, de mostrar um respeito, de mostrar um reconhecimento, ele fica contente com isso, ele admira isso. E é esta posição que faz também com que ele admire os objetos mais bonitos ou admire as coisas que tem grande valor, que tem grande alcance artístico, porque elas são superiores ao comum e tudo o que é superior merece admiração.

* Por que razão Deus teria de criar criaturas e desiguais?

Eu concluo com uma explicação. Essa é uma explicação, é um pouco dura para ser dada à 1 hora da manhã… O tempo vai correndo, vai correndo, mas é um pouco dura de ser dada à 1 hora da manhã. Mas eu vou procurar torná-la o mais possível clara.

Deus não podia ter criado todas as criaturas iguais? e não teria sido então melhor que todas fossem iguais? ao menos os invejosos não sofriam de inveja e os ladrões não tinham vontade de roubar e muitos assassinos não tinham vontade de matar, e não haveria crime sobre a face da terra, não era melhor?…

Eu expus bem a pergunta? Bem, a resposta qual é?

São Tomás de Aquino, que é o sol dos teólogos, ele é o máximo dos teólogos, mas é o máximo de um modo que não se pode, não é dizer que ninguém o igualou, ninguém chegou perto dele. Esse é São Tomás. E depois declarado na Igreja que é o sol, quer dizer, ele está para os outros teólogos como o sol está para os outros astros. Bem, São Tomás de Aquino dá a explicação:

Ele explica que Deus criou outros seres que não Ele mesmo por um ato de bondade, para que pudessem conhecê-Lo, adorá-Lo e participar da felicidade eterna dEle. Foi um ato de bondade. Mas que nem Deus, que é onipotente, nem Deus poderia criar uma só criatura; Ele tinha que criar várias.

Por que é que Ele tinha que criar várias? Ele tinha que criar várias por uma razão. É que Ele para criar uma criatura que desse a Ele uma homenagem à altura dEle, à altura de ser recebida por Ele, proporcionada a Ele, Ele precisava de criar  uma criatura tão possível semelhante com Ele. É claro! um grande escultor não pode esculpir uma estatuazinha qualquer, a estátua tem que ter proporção com Ele, tem que estar à altura do talento dEle, do contrário não vale a pena.

Mas acontece que Deus, infinito como é, se Ele criasse uma criatura que pudesse ter proporção com Ele em tudo, essa criatura seria outro Deus, e Ele não pode criar outro Deus.

Por que é que não pode criar outro Deus? Por uma razão simples: é que está na natureza de Deus não ser criado; Ele é eterno, existiu desde todo o sempre; se Ele tivesse um criador, se Ele fosse criador de outro Deus, esse não podia ser Deus; Deus é incriado por natureza; esse tinha que ser inferior a Ele.

Mas se é inferior a Ele então tem outra coisa: é preciso ter um grande número de perfeições, mas não cabe num homem ter tantas perfeições que esteja em proporção com Deus, então tem que criar vários.

Bom, agora a resposta podia ser: “está bem, então por que é que não cria todos iguais?”

Não, porque cada um tem que espelhar uma perfeição dEle de um determinado modo, e ao espelhar essas perfeições é necessário, é inevitável que um seja mais do que o outro, porque do contrário desequilibra a coisa. Donde os homens são necessariamente desiguais.

Mas há uma outra razão: é que se todos os homens fossem iguais, eles não poderiam compreender Deus. Ver um homem superior nos facilita de compreender como seria Deus.

Eu aqui estive elogiando São Tomás de Aquino, eu de fato estou falando de São Tomás de passagem, mas se eu estivesse falando sobre ele, não de passagem, mas uma conferência sobre ele, eu não deixaria de dizer: “que coisa magnífica São Tomás, é como o sol, quer dizer, das criaturas que nós vemos assim a olho nu, a mais esplêndida é o sol, é, portanto, a seu modo a mais magnífica imagem que Deus criou no céu material. Assim também, São Tomás foi o mais magnífico dos teólogos, ou seja, São Tomás me ajudou como o sol me ajuda a ver a Deus“.

Então, o superior é uma imagem de Deus para o inferior. O padre deve ser uma imagem de Deus para o fiel. Os bispos devem ser uma imagem de Deus para o padre fiel. O cardeal deve ser uma imagem de Deus para o bispo, o padre e o fiel. O papa deve ser uma imagem de Deus para o mundo inteiro.

Mas também é verdade que numa sociedade justamente desigual, os que estão na mais alta situação devem ser imagem para os outros de uma situação um pouco inferior, e assim por diante até os mais modestos, que são os mais bem servidos, porque têm o maior número de imagens de Deus diante dos olhos.

O resultado é que o homem contra-revolucionário ama a hierarquia. Não é que ele ame qualquer hierarquia, há um modo de uma hierarquia ser injusta e ele não pode amar a injustiça.

* Características da hierarquia justa e injusta, da sociedade contra-revolucionária e da revolucionária

Qual é a hierarquia injusta? Todo homem enquanto homem tem uma certa dignidade própria e se a hierarquia é tal que o homem que está no último lugar fique tratado menos bem do que se deve a um homem, ali houve uma injustiça.

 

Então as hierarquias devem ser proporcionadas e cada degrau superior respeitando a seu modo o inferior; o inferior reverenciando o superior, o superior respeita no inferior o que ele tem de respeitável.

Por exemplo o professor com o aluno. O professor é respeitável aos olhos do aluno por ser professor, mas ele deve ver no aluno um projeto de homem que está adquirindo a ciência que ele tem, e que enquanto tal, por ser aluno merece respeito. Não é?

O pai deve respeitar o seu filho. O esposo deve respeitar a sua esposa. Um é o respeito que o inferior tem ao superior, outro é o respeito que os superiores devem ter para com os inferiores. Mas tudo é uma imensa roldana de respeitos. Então de amor e de respeito.

Alegria pelo que o outro tem é a maior prova de amor, é o amor. O respeito pelo que o outro é, é o respeito, é a veneração, é a ordem. Essa é a sociedade contra-revolucionária.

Qual é a sociedade revolucionária? É a sociedade comunista. Mas é também a nossa, à medida que cada vez mais as superioridades vão caindo, as inferioridades vão se afirmando, e tudo vai caindo na igualdade.

Bem, então para um “enjolras” que está em vias de fixação, ele deve entender que assim a TFP vê as coisas, deve compreendê-las. Se ele tem alguma objeção, ele pode e deve fazer, é razoável que ele pergunte: está razoável ou não é? Ele será tratado com toda a bondade, receberá todas as explicações etc. Não há dúvida nenhuma. Mas ele deve amar essas desigualdades, ele deve amar o respeito, ele deve amar o amor, ele deve ser aquele que vive na sociedade do amor e da veneração.

Agora, a todo momento os senhores encontram coisas que afirmam o caráter contrário a isso na sociedade contemporânea, a todo momento.

Alguém contou uma cena que viu passar-se diante de minha casa. Era alguém que estava num outro andar da minha casa e viu, olhou pela janela e viu essa cena.

Os senhores viram que tem ali, a dois passos, uma agência do Banco Bradesco, essa agência é muito frequentada, parou ali um automóvel. Eu creio que já contei esse fato aqui… [não] Parou ali um automóvel e desceu um homem que foi tratar uma coisa qualquer no Bradesco, vamos dizer que ele tenha ido retirar um cheque, fazer um depósito, qualquer coisa, não sei. E no automóvel ficaram, na direção uma mulher, presumivelmente esposa, talvez filha do homem que desceu, irmã quero dizer do homem que desceu para tratar lá no Bradesco.

Bem, e ficou na parte de atrás um homem velho e bem velho. A mulher olhando para a frente não falava com o homem e o homem também não falava com ela. Em certo momento o homem abriu a porta do automóvel. Como o outro do Banco estivesse demorando e para mover-se um pouco, começou a andar de um lado para outro. E também em certo momento, pouco depois, a mulher percebeu que o outro estava andando. Ela saiu do automóvel indignada e gritando para ele: “que é isso? você já se atreveu a sair do automóvel? entra para aí!”. Foi e agrediu a bofetadas o velho. [exclamações]

O pobre velho nem reagiu, voltou para dentro do automóvel e sentou.

Bem, eu ouço de vários cantos da sala “que horror! que horror!”. É um horror mesmo, por quê? Por causa do carácter revolucionário. Não se faz isso com ninguém, ainda que fosse uma criança, fazer com uma criança isso não se faz. A gente deve respeito até aos menores, de maneira a não poder fazer isso com ninguém!

Agora, de outro lado, fazer com um velho, que era ligado por algum parentesco com ela, e que era, talvez fosse o pai dela, a gente não sabe, hoje em dia eu acho que nenhum de nós garante nada…

Bem, esbofetear o homem, humilhando na rua, por causa da velhice dele não pode se defender, e ela homilia de tal maneira esse homem…! Mas isso é um horror mesmo! Mas é a sociedade revolucionária não tem mais respeito.

Assim a todo momento encontram essa falta de amor, essa falta de respeito.

Então está aí um dos traços da Revolução nascida da inveja, os senhores têm a Revolução. Não sei se está claro.

Eu dei só a metade do assunto. O outro assunto fica para o sábado que vem, se Deus quiser.

Agora, meus caros, chegou a hora dos senhores repousarem.

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