Catolicismo, N° 597, Outubro de 2000 (*)
São João Crisóstomo, Bispo, Confessor e Doutor da Igreja. + Armênia, no ano de 407. Um dos quatro grandes Doutores da Igreja Oriental, foi Bispo de Constantinopla. Perseguido e desterrado pela Imperatriz Eudóxia – que era partidária da heresia ariana -, morreu a caminho do exílio. São Pio X declarou-o Patrono dos oradores católicos.
A gravura acima é um famoso mosaico, em estilo bizantino, representando São João Crisóstomo na capela palatina em Palermo (Itália).
Esse é um dos maiores pregadores sacros do Oriente, mas da época em que a Igreja oriental era toda católica, antes do cisma de 1054, mediante o qual se constituiu a chamada igreja ortodoxa, na realidade, a igreja greco-cismática.
Ele pronunciava sermões tão esplêndidos, com tanta eloquência que o denominaram Crisóstomo – isto é, Boca de ouro.
O modo de representar um Santo no Oriente era profundamente diferente das apresentações dos santos feitas pelos artistas do Ocidente.
No Ocidente tinha-se o mais possível a preocupação de expor a fisionomia do santo como ele foi. Uma preocupação artística que precedeu a existência da fotografia. Nas pinturas ocidentais havia esse anseio da fotografia, de captar a realidade e apresentá-la tal qual é.
Essa tendência está presente, mas apenas de algum modo, nas escolas artísticas do Oriente, onde a principal preocupação consiste em exibir a fisionomia e as atitudes do corpo do homem santo numa posição hierática, impassível e sagrada, de quem está mais voltado para as coisas do Céu do que para as da Terra. Numa imobilidade que já participa da eternidade. Tal atitude está bem presente no soberbo mosaico aqui reproduzido.
Sem dúvida alguma, a noção de santidade se depreende das representações artísticas dessa escola bizantina de um modo possante.
E a Santa Igreja Católica, Apostólica, Romana, vê com bons olhos os dois estilos, conservando como obras de arte preciosas e obras de piedade insignes as manifestações de arte oriental que se encontram em seus templos do Ocidente. Infelizmente a igreja greco-cismática, depois de sua apostasia e seu afastamento da Igreja Católica, apossou-se das obras que se encontravam nas igrejas do Oriente.
(*) Excertos da conferência proferida pelo Prof. Plinio, para sócios e cooperadores da TFP. Sem revisão do autor.