São João Batista e a virtude da severidade (com áudio e texto)

Santo do Dia, 17 de novembro de 1972 – Sexta-feira

A D V E R T Ê N C I A

O presente texto é adaptação de transcrição de gravação de conferência do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira a sócios e cooperadores da TFP, mantendo portanto o estilo verbal, e não foi revisto pelo autor.

Se o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira estivesse entre nós, certamente pediria que se colocasse explícita menção a sua filial disposição de retificar qualquer discrepância em relação ao Magistério da Igreja. É o que fazemos aqui constar, com suas próprias palavras, como homenagem a tão belo e constante estado de espírito:

“Católico apostólico romano, o autor deste texto  se submete com filial ardor ao ensinamento tradicional da Santa Igreja. Se, no entanto,  por lapso, algo nele ocorra que não esteja conforme àquele ensinamento, desde já e categoricamente o rejeita”.

As palavras “Revolução” e “Contra-Revolução”, são aqui empregadas no sentido que lhes dá o Prof. Plínio Corrêa de Oliveira em seu livro “Revolução e Contra-Revolução“, cuja primeira edição foi publicada no Nº 100 de “Catolicismo”, em abril de 1959.

 

(…) Quantas vezes assim Nosso Senhor louvou e glorificou a São João Batista no interior de sua alma! Quanto mais vezes, pregando para aquela gente e vendo a alma deste ou daquele ou daquele outro preparada, Ele pensou: aqui passou o meu dileto, aqui passou meu precursor, aqui passou o homem nascido do mesmo sangue do que eu, filho de David, aqui ele passou abrindo os caminho das almas para mim. E naquele lampejo de virtude, naquele olhar de simpatia, naquele ato de adoração, naquela maior facilidade para tal conversão, naquela pureza que eu vejo naquela outra alma, eu vejo que passou por aqui o meu precursor, o meu dileto.

Quantas e quantas vezes assim se encontraram as almas do precursor e de Nosso Senhor. É uma beleza nós imaginarmos o papel de São João Batista na vida de Nosso Senhor.

 * Nosso Senhor Jesus Cristo era alto, corpo poderoso, uma plenitude de varonilidade, ligada a uma sacralidade, delicadeza 

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Agora, qual era a fisionomia moral, o aspecto físico e a fisionomia moral deste homem? Os Srs. estão vendo que a descrição no-lo apresenta um tanto parecido com Nosso Senhor. Nosso Senhor era alto e era de um corpo poderoso. Não tinha — Ele era a própria perfeição –, portanto, nada de imperfeito de tanto ser corpulento, mas tinha uma plenitude de varonilidade, ligada a uma sacralidade, uma nota sobrenatural, uma elevação, uma delicadeza, de que nós podemos bem nos dar uma idéia fixando o quadro dos quadros, que é o Santo Sudário de Turim.

Não pode haver uma fisionomia mais varonil do que aquela, mas sem nada de aquilo que a palavra varonil poderia, por uma má intelecção, comportar de bruto ou de hercúleo, nada disso. Ele não tinha nada de um Hércules, uma espécie de carregador de feira.

Ele era nobre, Ele era proporcionado e a alma nEle era tanto mais do que o corpo que a gente, olhando aquela face divina, quase que não realiza, é preciso fazer um esforço para realizar o problema se Ele era varonil ou não, porque é tão mais do que isto — Ele é Deus — que esta idéia fica por baixo, ligada a outras notas. A gente precisa analisar longamente para passar pela cabeça a idéia de que Nosso Senhor tinha esse predicado também. Mas quando, afinal, essa idéia acorre ao espírito, a gente vê que Ele tinha de um modo excelente.

São João Batista era assim também, mas com uma nota diferente da que tinha Nosso Senhor. São João Batista representava a penitência, representava por tanto o jejum, a flagelação, a solidão no deserto, representava a mortificação. E por causa disso seu corpo tinha a pele bronzeada por mil sóis, aquele sol quente, ardente do Oriente Médio.

* São João Batista era muito magro porque os jejuns o haviam consumido. Ele era a própria representação da severidade 

Por causa disso ele também era muito magro, sem ser esquelético, sem ser de uma natureza doentia. Forte, — ele era forte — ele era entretanto muito magro, de tal maneira os jejuns o haviam consumido.

Ele era também a própria representação da severidade. Era uma severidade cheia de bondade, mas era um homem todo cheio de severidade. Ele passava por toda parte dizendo: “fazei penitência, porque o Senhor está próximo!” E só falava a respeito da missão dele. E a missão dele era só uma: levar as pessoas para fazerem penitência.

Ora, fazer penitência não é coisa simples. A gente só convence os outros a fazerem penitência, quando a gente convence os outros de que pecaram. E aqui está o fundo da missão dele. Quer dizer, com toda a retidão dele ele fizera muito jejum, muita penitência, para pagar pelos pecados do povo. De maneira que, por causa da penitência dele, Deus perdoasse aqueles a quem ele ia pregar. E assim a palavra dele tivesse eficácia.

Aparece para aquele povo ganancioso, preocupado exclusivamente com as coisas da terra, adorador do conforto e da vida agradável, na medida em que as condições daquele tempo podiam permitir, um homem que é um choque contra tudo isso. E que, ao contrário, é desprendido, é um facho ardente de amor de Deus, só vive para a realização da missão que ele tem. Só tem Deus diante dos olhos. Àquele povo que esperava um Messias temporal, um rei poderoso, ele aparecia falando do Messias, mas um Messias anunciado não por um guerreiro, nem por um potentado, mas por um homem penitente.

Ele produziu um choque sobre as pessoas. E o contraste do homem impuro, do homem ganancioso, com aquele homem reto, simples, eloqüente, e que o tempo inteiro bradava “Fazei penitência!” deixava as consciências profundamente abaladas. Ele produzia uma enorme vergonha. As pessoas compreendiam, no contato com ele, que não deviam ser daquele jeito, e ele completava o efeito dizendo: “Endireitai os caminhos do Senhor… Aí vem o Messias… O dia de Deus está próximo, etc., etc.” E por toda parte por onde ele passava, isto era acompanhado com uma nota de severidade.

* A severidade é a virtude por onde se detesta efetivamente o que deve ser detestado e em toda a medida que o deve ser 

O que é a severidade? A severidade é a virtude por onde se detesta efetivamente o que deve ser detestado e em toda a medida em que o deve ser, isto é a severidade. É, portanto a própria expressão da limpeza de consciência, porque o limpo detesta o sujo, o reto detesta o sinuoso, o valente detesta o poltrão, e assim por diante. Ele era a severidade, quer dizer, todo mundo sentia os seus próprios defeitos qualificados por ele. Ele passava e, entretanto, todo o mundo o respeitava, todo o mundo o obedecia, e com isto ele ia preparando os caminhos de Deus.

Até o desenlace dele, que os Srs. sabem: ele disse a Herodes que não lhe era lícito cohabitar com a mulher de seu irmão. Herodíades indignou-se com isto. Mandou a filha pedir a cabeça dele, ele foi decapitado. Quer dizer, acabou havendo uma mulher infame, torpe, miserável, incestuosa, que por meios travessos alcançou de um rei mole, sensual e entregue aos prazeres, que ele fosse decapitado.

Tudo isso é muito bonito. Que relação tem com a figura de Nosso Senhor? Nosso Senhor era menos severo do que São João Batista? Não, porque ninguém pode ter mais virtude do que Nosso Senhor. Ora a severidade, é uma virtude, logo Nosso Senhor a tinha mais do que São João Batista. Mas é que em Nosso Senhor todas as virtudes brilhavam a um tempo. Nós não podemos falar de uma luz primordial de Nosso Senhor. Nosso Senhor é a luz primordial (*) de todo o mundo. Ele é a plenitude de todas as virtudes.

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Os Srs. olhando para o Santo Sudário de Turim e prestando atenção, notam que há uma severidade muito grande naquela fisionomia. Mas há tanta outra coisa além da severidade, tantos sóis brilham na face daquele cadáver, que a gente nem sabe o que dizer. De maneira que aquilo fica um pouco assim.

São João Batista não. Ele não era a luz primordial de ninguém. Ele tinha uma luz primordial e a luz primordial dele era a severidade, que em Nosso Senhor existia em estado infinito. Então, a severidade dele, menor do que a de Nosso Senhor, infinitamente menor do que Nosso Senhor, uma vez que só se pode ser infinitamente menor do que Ele em todos os sentidos, a severidade de São João Batista era mais saliente do que a de Nosso Senhor. Era mais visível do que a de Nosso Senhor, mais perceptível que a de Nosso Senhor.

* Se São João Batista passasse por uma cidade de hoje, que efeito ele produziria?

Agora eu pergunto o seguinte: se São João Batista passasse por uma cidade de hoje, que efeito ele produziria? Se, de repente, aparecesse São João Batista virando a esquina da Rua Martim Francisco e entrando na Rua Martinico Prado, passando aqui em frente de nós rumo à Avenida Angélica… Não digo trajado de um modo tão singular, mas digamos vestido como um frade franciscano, com burel franciscano, com sandálias, etc., etc., ou com um burel carmelita, passando com essa fisionomia, que efeito ele produziria sobre os homens de hoje?

Sobre os homens daquele tempo, se bem que o seguissem de um modo incompleto, um certo efeito ele produziu. Aqui, hoje em dia, que efeito ele produziria?

Nós poderíamos levar a nossa pergunta mais longe: imaginem que virando a esquina da Martim Francisco para a Martinico Prado, não chegasse à Avenida Angélica. Ele abrisse um portão na calçada do lado esquerdo de quem faz esse trajeto, quase a meio caminho. É uma casa consagrada a Deus, onde existem pessoas, moram pessoas, onde afluem para uma conferência pessoas que vivem para Nossa Senhora. Imaginem que ele entrasse aqui com toda a severidade dele dizendo: “Fazei penitência, fazei penitência!”

Imaginem que, ao verem São João Batista, cada um de nós sentisse todos os seus defeitos, todos os seus pecados aparecerem com uma plena saliência. E ao mesmo tempo sentirmos perfeitamente o mal que aquilo tem. Vermos toda nossa consciência diante do nosso olhar e se realizar diante de nós aquilo que David disse no salmo: “Peccatum meum contra me est semper” – meu pecado, meus pecados, meus defeitos como que se destacaram de mim e se puseram em frente de mim como um outro homem e estão continuamente diante de minha face. Ali estou eu com todos os meus defeitos.

* Ele era um homem cheio de bondade. E a prova de que era cheio de bondade é que ele era severo 

Estaríamos dispostos, preparados a receber esta presença celeste? Seríamos ávidos dessa revelação? Estaríamos em condições de aproveitá-la? O que é nos aconteceria? Notem, era um homem cheio de bondade. E a prova de que ele era cheio de bondade é que ele era severo. Porque quem tem em alto grau uma virtude tem em grau igual todas as outras. E, se ele era muito severo, ele era muito bom também. Mas essa severidade cheia de bondade, em que a tônica era a severidade, como é que a receberíamos? Quer dizer, amaríamos quem nos apontasse os nossos defeitos por inteiro? Agradeceríamos?

Haveria duas reações possíveis, se os Srs. quiserem três reações possíveis. Nós podemos nos catalogar em cada um desses casos. Depende de nós imaginarmos, de cada um de nós, e a gente se entusiasmar: “Mas que maravilha de homem! Veja como ele detesta os meus pecados! Como ele é puro! Como ele é íntegro! Como nele não existe nada dessa mazela horrorosa que existe em mim! Como ele aponta com clareza o que eu tenho de ruim! Como eu fico contente e aliviado vendo que alguém me descompõe como eu mereço”.

Então, ajoelhar-me aos pés dele, oscular os pés dele e dizer: “Ó enviado de Deus, dizei-me tudo, dizei muito mais! Eu tenho sede de uma descompostura contra mim e contra os meus pecados. Uma descompostura que me sacuda, uma descompostura que me tire de meu letargo, uma descompostura que me dê vontade, afinal, de ser bom. Fazer descer sobre mim as torrentes regeneradoras, as torrentes que lavam, de vossa severidade. Falai, que eu vos escuto”. Isto seria uma reação de alma.

Outra reação de alma seria enfado, horror: “Iiih, este homem não tem psicologia, não tem compreensão, olhe como ele está me deixando todo incomodado. Eu estava tão bem, eu vim aqui calmo; vou sair daqui nem sei em que estado. Esse homem meteu as garras dele dentro de todos os pontos doloridos da minha consciência. Coisas que eu não gosto que pensem a meu respeito, problemas que eu consegui sepultar e nos quais há anos eu não penso, mal-estares indefinidos com os quais eu não procuro esgrimir e que eu combato apenas por meio do esquecimento e da indiferença. Tudo isto ele leva à tona, e minha tranqüilidade foi-se embora. Miserável, não há um raio que parta esse homem?”

Haveria um outro meio termo, posição extrema entre as duas: “Ouvi. Puxa, que colosso! Que bom encontro eu fiz hoje à noite, que orador eloqüente. Porque ele me disse umas coisas duras, mas me disse de um modo tão agradável, com tanta bondade, tão interessante que, francamente, está me distraindo. Não é um homem comum. É uma noite agradável, bem cheia que estou tendo. Pode falar, eu estou ouvindo”.

Terminado, diz: “Aah, já é meia noite! É hora agora de eu ir ao bar tomar alguma coisa”. Chega ao bar, primeira pergunta: “Que novidades há? Como vai a eleição de vereadores? Papapa-papa-papa…” Quando vai dormir não se lembra mais de São João Batista, foi embora.

* Se alguém nos passar uma repreensão com afeto, com estima, mas dizendo tudo, o que é que nós fazemos? 

São três posições de alma possíveis, com todas as gamas intermediárias que essas reações arquetípicas comportam.

Nós poderíamos perguntar, cada um de nós, em que estado se coloca. Os Srs. dirão: “Não, mas é muito difícil”! Eu digo: “Não meu caro, não é tão difícil. Se quiser saber, basta pedir a alguém que lhe diga bem os seus defeitos; como é que você toma”? Diz a Escritura: “Repreende o justo – o justo na Escritura é o homem que está na graça de Deus – repreende o justo e ele te amará”. Se alguém nos passar uma repreensão com afeto, com estima, mas dizendo tudo, o que é que nós fazemos? “Faça o favor, diga mais, alivie minha consciência, esclareça mais”. Quantas vezes fizemos isto em nossa vida?

Ou nós ficamos ressentidos: “Assim também não! É um homem que não é compreensível. Sobretudo não é atencioso nem cortês. As coisas não se fazem assim”. Ou ouve, dá risada, e diz: “Olhem que esse meu colega, esse meu companheiro não deixa de ter uma boa psicologia, ele é bem divertido, está compreendendo?” Ouve um pouquinho e depois vai para o bar.

Quer dizer, nas próprias memórias nós podemos ver o que é que nós faríamos. Alguém me diria: “Não, Dr. Plínio, devagar. Uma coisa é esse fulano que está ouvindo sua conferência aqui ao meu lado me dizer as verdades. Outra coisa é esse colosso que foi São João Batista, dizer a verdade”.

Eu bem sei. Mas também é verdade que cada vez que um amigo nos diz uma boa coisa, a graça de Deus acompanha a palavra dele. Com intensidade maior ou menor, acompanha. E há uma possibilidade de nós nos emendarmos. De maneira que em algo se pode ver e, se não é decisiva a comparação, ela é pelo menos indicativa, ela sugere um calculo de probabilidade. Esse cálculo já é bastante útil para o nosso exame de consciência.

Que São João Batista vele por nós e que ele nos dê o amor aos severos. É um dos modos, não único, de nós amarmos a Deus Nosso Senhor e a Nossa Senhora, puríssima, imaculada, e portanto severíssima Mãe dEle, Mãe de toda doçura e de toda misericórdia.

* A doutrina católica tem que ser amada por inteiro, ela tem que ser amada também pela severidade 

(Pergunta: O Sr. pode dar a diferença que há, qual é o pior, o do meio termo ou o fulano que fica ressentido?

Com a minha querida geração nova, eu tenho sempre uma dificuldade. E a dificuldade é a seguinte: eu preciso de vez em quando da severidade. Porque a doutrina católica tem que ser amada por inteiro, ela tem que ser amada também pela severidade. E eu não daria uma formação verdadeiramente católica se eu não falasse da severidade de vez em quando. Mais ainda: eu sinto em mim uma espécie de… Algo que integra a minha luz primordial e que consiste em ser severo.

Bem, mas Nossa Senhora me fez conviver e me deu como filhos espirituais, – incontáveis -, pessoas de uma geração onde [se] a gente começa a apertar a severidade começa a vir o desespero, e começa a vir o abatimento. De maneira que eu ao mesmo tempo tenho que falar da severidade e logo depois por a mão para ajudar [a] que o sopro da severidade não ponha por terra aquele que eu quis vivificar e não [o] jogar no chão, não é verdade?

De maneira que a resposta à pergunta que o Sr. fez me põe num certo embaraço. Porque se eu for dizer o que eu penso e se eu for dizer com toda severidade, eu tenho medo de passar da conta, não é? Como é que eu poderia dizer isso?

Há uma frase da Escritura de que Nosso Senhor se apropriou e que é a seguinte: “Se tu fosses frio ou quente, eu te aceitaria, mas como és morno, eu começo a vomitar-te de minha boca”. Perguntado, eu tenho que responder. Respondendo eu tenho que dizer a verdade.

* Nossa Senhora é Mãe dos mornos também. E portanto é Mãe daqueles que se esquecem: não devemos perder a confiança 

Mas eu acrescento depois o seguinte: Nossa Senhora é Mãe dos mornos também. E portanto é Mãe daqueles que se esquecem, daqueles que são um pouco boca mole, dedo mole, miolo mole, bem… Ela é Mãe deles e, mesmo para aqueles há um socorro, que é o auxílio de Nossa Senhora. De maneira que, mesmo aí, nós não devemos perder a confiança. Devemos nos conservar confiantes e rezar com uma confiança tanto maior quanto maior for a situação em que estivermos.

Bem, então eu creio que nós podemos encerrar.

In nomine Patris, et Filii, et Spiritu Sancti…

(*) Luz primordial: segundo muitos autores espirituais, cada alma tem uma tendência para o mal que é mais forte que as outras, e é por onde é tentada: o vício capital. Em sentido contrário, há uma tendência mestra, que varia de pessoa para pessoa, e que é o aspecto de Deus que mais é chamada a espelhar: a luz primordial. Por extensão, pode-se falar em luz primordial de uma família, uma cidade ou uma região.

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