São Germano, bispo de Auxerre (28/5) – As raízes da Idade Média

Santo do Dia, 6 de dezembro de 1974

A D V E R T Ê N C I A

Gravação de conferência do Prof. Plinio com sócios e cooperadores da TFP, não tendo sido revista pelo autor.

Se Plinio Corrêa de Oliveira estivesse entre nós, certamente pediria que se colocasse explícita menção a sua filial disposição de retificar qualquer discrepância em relação ao Magistério da Igreja. É o que fazemos aqui constar, com suas próprias palavras, como homenagem a tão belo e constante estado de espírito:

“Católico apostólico romano, o autor deste texto  se submete com filial ardor ao ensinamento tradicional da Santa Igreja. Se, no entanto,  por lapso, algo nele ocorra que não esteja conforme àquele ensinamento, desde já e categoricamente o rejeita”.

As palavras “Revolução” e “Contra-Revolução”, são aqui empregadas no sentido que lhes dá Dr. Plinio em seu livro “Revolução e Contra-Revolução“, cuja primeira edição foi publicada no Nº 100 de “Catolicismo”, em abril de 1959.

 

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São Germano, bispo de Auxerre (sec. V)

O santo do dia de hoje é de um santo que floresceu no século V,  foi bispo da grande diocese francesa de Auxerre, foi mandado depois como missionário na Inglaterra para combater os erros dos pelagianos.

O século V foi de grandes invasões, em que o Império romano do Ocidente acabou de ruir aos embates dos bárbaros, que em grande quantidade transpuseram o Reno e o Danúbio, cobrindo toda a extensão da Europa ocidental. Foi um século de aflições para a Igreja, porque ao par de que muitos bárbaros eram pagãos, outros eram arianos.

O arianismo era uma heresia existente séculos antes, levada aos bárbaros por um bispo ariano Úlfilas (311-383),  que fez com que grande número dos invasores tivessem um ódio mortal à Igreja Católica.

A invasão dos bárbaros representou para a Igreja um verdadeiro desastre. Com efeito, esses hereges e pagãos queriam derrubar o império latino católico. E, de outro lado, uma invasão de pessoas sem civilização nenhuma, que quebravam completamente os quadros das estruturas da civilização romana, na qual o cristianismo tinha triunfado e em que tinha colocado alguma coisa de sua marca.

A Providência suscitou então uma série muito grande de santos, aos quais confiou a tarefa extraordinária de transformar esse revés num dos maiores triunfos da história. O Império Romano do ocidente estava completamente deteriorado. A liquidação final dele, que poderia ser um mal tremendo, acabou sendo um bem, no sentido de que a podridão do império ruiu e desapareceu com ele. Mas ao mesmo tempo a estrutura de Igreja ficou.

E essa estrutura, levada pelo sofrimento de todas as contaminações que tinha recebido com o império decadente, se apresentou em condições de enfrentar os bárbaros. Grandes santos, homens de milagres, homens de fé, homens de trabalhos extraordinários, enfrentaram os bárbaros e os converteram. Ao mesmo tempo lhes comunicaram o resto da cultura latina.

Desta mescla de elementos bárbaros, cultura latina e sobretudo fé católica, resultou a síntese mais extraordinária que houve na história: a Idade Média. Precisamente a decadência da Idade Média marcou depois o início das Revoluções. Em sentido oposto e semelhante, como o Reino de Maria será uma outra Idade Média, que nascerá dessas misteriosas convulsões preditas em Fátima.

Há, portanto, uma certa analogia muito fecunda, muito importante entre os santos que viveram na decadência do império romano do ocidente e os que haverá na aurora do Reino de Maria. Estes últimos deverão imitar aqueles santos. Essa similitude faz com que se tenha um interesse especial por santos daquela época. Um desses santos foi exatamente São Germain l’Auxerrois.

Há aqui alguns traços da vida de São Germain, que os senhores devem transportar para a época contemporânea, para medirem bem a decalagem, a diferença das circunstâncias do tempo dos bárbaros e dos dias de hoje.

Um dos traços é o que vem narrado nessa ficha:

“Dois povos bárbaros, os pictos e os saxões, tinham invadido a Grã-Bretanha. São Germain não hesitou em tomar o comando em chefe das tropas dos anglos e armado com espada. Seu grito de guerra era: Aleluia!

“São Germain lançou contra eles os seus guerreiros. Uma torrente de água barrava o caminho aos bárbaros e grande número deles pereceram querendo atravessá-lo a nado. Os outros caíram aos golpes da espada dos soldados de São Germain”.

Os srs. estão vendo aqui a figura não muito canônica, mas certamente muito empolgante, de um grande santo que é bispo e ao mesmo tempo que combate. Se pudéssemos fazer uma iluminura, ou um vitral, apresentaríamos um guerreiro de mitra, segurando na mão esquerda as rédeas, na mão direita o gladio e comandando as tropas para o combate!

Por que essa figura não é muito canônica? Posteriormente, o Direito Canônico – com esse senso das proporções e essa sabedoria que pertence só à Igreja – estatuiu que não é bem, que aqueles que são representantes de Cristo na terra, máxime os bispos que são os sucessores dos Apóstolos, derramem o sangue humano. Eles só podem derramá-lo na própria e legítima defesa. Não é que seja imoral, ou direta e frontalmente contrário à natureza do sacerdote ou à plenitude do sacerdócio, que é o episcopado. Mas é uma questão de conveniência, de congruência.

Para verem como a Igreja calcula bem, Ela proíbe que os clérigos tomem parte no que se chama “caçada clamorosa”. Uma caçada pequena, caçar um passarinho, dar uns tiros, sim. Mas tomar parte numa caçada de javali, como se faz na Europa, ou numa caçada de leão, então com grupos de pessoas, anda-se a cavalo e dão tiros etc., a Igreja recomenda que os padres não façam isso.

Por quê? O leão não tem nenhum direito à vida. E o direito à vida do leão não é mais precioso do que o do peixe, porque todos são animais. Porque a Igreja permite que o padre cace, pesque e não vê com bons olhos que o padre faça essas grandes caçadas? Não é por um princípio de moral. Mas é porque não convém que no espírito público se associe as duas imagens: a do representante de Cristo que deve levar a vida que lhe é própria e a do homem que enfrenta um javali, ou que luta com um leão… E que, afinal de contas, exerce a violência e depois impõe a morte.

É muito bonito esse senso das conveniências, em que a Igreja, afirmando o princípio de que isso não é imoral, afirme que isso não  é consonante inteiramente com a imagem que os fiéis devem ter do sacerdote. E por isso aconselha a este que não lute e faça tais práticas.

Mas naquele tempo (século V), o Direito Canônico não proibia isso, nem os espíritos dos povos era tão sensível a respeito desse assunto. Eram bárbaros para os quais matar era a coisa mais comum do mundo. Tomar parte numa “caçada clamorosa” era um modo de sobreviver: matar o bicho para poder assá-lo e comer. De maneira que eles não entranhavam tanto, ou não estranhavam nada a participação de sacerdotes nisso. E não sendo um ato de moral em si, a legislação canônica não proibia.

Os senhores então têm a venerável figura de São Germain, que capitaneia bretões, que estão numa guerra lícita, porque se defendiam contra os invasores de seu território e ele, de gládio em punho, dirigindo a luta.

Para nós que estamos exaustos de tantas concessões, de tanta moleza, de tanta omissão e recuo, isso nos entusiasma. Vemos um bom bispo enfrentar uma caçada, a mim me entusiasmaria! Eu iria ajudar o bispo a matar o bicho. Não acredito que fosse de uma grande utilidade para esse fim, mas em todo caso é o que faria.

E se eu visse um bispo capitanear uma luta, de espada na mão, eu diria: “bem-aventurado aquele que vem em nome do Senhor”! E é possível até que durante a “Bagarre” algum Papa permita que algum bispo empunhe o gládio para lutar, para edificação da Cristandade.

Aqui os senhores têm a figura de São Germain que fazia isso

Esses bárbaros eram muito primitivos. São Germain já era homem civilizado. Ele podia dirigir o seu povo na luta porque tinha mais inteligência. Não era preciso ser um militar, um profissional para dirigir bem uma batalha. Bastava ter um certo senso das coisas. Ele poupava muitas vidas dirigindo aqueles que faziam a legítima defesa. E por isso estava perfeitamente na sua missão.

Retenhamos aqui esta linda figura de uma torrente, mencionada anteriormente na narração. Torrente são águas que estão detidas nos altos dos montes e despencam abruptamente. Então, uma torrente que de repente despenca e corta o caminho ao invasor. São Germain do lado de cá da torrente, com sua espada na mão, com seus bretões armados, vê que a Providência através da torrente dizima muitos adversários. Ele se incumbe do resto. Os que conseguem escapar da torrente, ele liquida e incita os seus fiéis a que façam o mesmo. Grande vitória que daria para um lindo vitral…

Aqui está um primeiro flash, se os senhores quiserem, da vida e da obra de São Germain.

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São Germano barrando o caminho a Eocharich (pintura de 1836, na igreja St. Georges, em Sélestat, na Alsácia, França) – Foto Wikipedia, domínio público

Os senhores têm um episódio que apresenta uma certa analogia com este no seguinte lance:

“Etkam (?) (em francês Eocharich), rei bárbaro, se preparava para partir a cavalo, quando o santo conjurou a renunciar esta expedição…”

Era um rei bárbaro amigo dele.

“O rei lhe fez sinal de afastar-se e continuou o seu caminho. São Germain segurou as rédeas do cavalo e gritou: Vós passareis sobre o meu corpo, ó rei dos alanos, ou me ouvireis, porque em nome de Cristo, rei dos céus, eu vos falo. O rei, impressionado pela majestade sobrenatural do pontífice, desceu do cavalo e acolheu as propostas de São Germain”.

A ficha não é muito clara, mas se entende que o rei partia para fazer alguma injustiça, ou alguma violência à maneira dos bárbaros. E que São Germain queria lhe fazer propostas que evitassem isso.

Os senhores estão vendo esse varão de Deus, São Germain, que em certas circunstâncias se apresenta de gládio na não, mas que neste caso é um apóstolo militante da paz. Não dessa paz balofa, sem consistência, dessa paz esponjosa em cujos meandros está a guerra. Mas é a paz verdadeira dos que querem a tranquilidade da ordem.

Estão vendo o santo que toma as rédeas do cavalo do rei. Não imaginem nesse caso um rei como São Luiz IX, com uma coroa de ouro, com uma flor de lis, cabelos bem penteados, jeito amável, majestoso… Eram homens que os romanos descreviam como terríveis, de alta estatura, olhos injetados de vermelho, usando muitas vezes um crânio amarrado sobre a cabeça, uivando, ululando, um bárbaro, um selvagem. Quer dizer, o selvagem-mor, o mais selvagem dos selvagens, esse era o “rei”…

Os senhores imaginam a figura majestosa de São Germain que diz a ele: Não prossiga! Ele faz um sinal, afaste-se. Ele segura a rédea e diz: Em nome de Jesus Cristo que eu te digo, ou tu passas sobre o meu corpo, ou tu paras.

Aquele olhar, a cena psicológica deve ter sido lindíssima! O rei, abrasado em cólera e habituado a passar por cima, de repente olha para o santo, que está tranquilo, sereno, majestoso, com olhar forte, com voz dominadora.

E quando São Germain diz: “é em nome de Cristo, rei dos céus, que eu te falo”, ele sentir que Cristo rei dos céus está atuando ali de algum modo, está presente ali de algum modo. Ele sente a influência e a presença de Deus… Desarma e desce de cavalo. “Pai, o que quereis dizer-me?” – “Sentemo-nos”… e o santo começa a falar. A batalha estava ganha!

Os senhores veem que lindo episódio esse da supremacia do sobrenatural  sobre o natural, do espiritual sobre o temporal e da virtude sobre o crime. É uma verdadeira beleza! A seguir faremos as transposições para os nossos dias.

“Uma certa ocasião ele encontrou um mendigo que chorava junto ao cadáver de um morto. Seu companheiro, para iludir a caridade do bispo, tinha feito do papel de morto. São Germain lhe entregou uma soma de dinheiro e continuou o seu caminho. Mas em pouco tempo ele foi chamado de volta pelos gemidos do mendigo. É que aquele que simulava a morte tinha morrido”.

Está liquidado o caso… Era uma fraude para arrancar dinheiro ao santo. O fraudulento morreu.

Os senhores dirão: “Dr. Plínio, é um fatinho que se passa numa floresta que não tem maior transcendência…”

Esse fato se deu no século V, estamos em 1974. Durante todos esses séculos intermediários, esse fato se contou e edificou. Ver a justiça de Deus como despenhou pronta para vingar a fraude feita contra seu eleito, mostrando como Deus ama a quem Ele escolhe e como pune os que iludem ou que defraudam aqueles que Ele escolhe. Nesse episódio há uma manifestação da aliança de Deus com seus eleitos que devem encher de esperança e de alegria a todos católicos verdadeiros.

Se os católicos autênticos soubermos ser aliados de Deus, Ele será nosso aliado. Se formos aliados e filhos de Nossa Senhora, Ela será nossa aliada. E aí, então, se compreende bem como em todas as circunstâncias, ainda que não se perceba, a Providência nos ajuda.

Mas não é só. Os senhores devem imaginar o efeito desse fato na época em que se deuPovoações muito pequenas, vivendo do que acontecia entre elas, porque não havia jornal, nem telégrafo… Resultado é que tudo que acontecia entre elas era muito comentado. E quando passava gente ali por perto, viajantes a pé, iam perguntando notícias por onde tinham chegado. E esses fatos então eram comentados longamente, para edificação do povo, durante gerações eram contados. E tal fato se espalhava assim através dos viajantes, em todas as cercanias. E era toda uma área que respeitava mais a religião vendo a prova da presença de Deus nesse grande santo.

Era um acontecimento apostólico extraordinário!

“Em Autun…”

Cidade da qual depois foi bispo o miserável Talleyrand.

“São Germain, acompanhado do povo, foi ao túmulo do santo bispo Cassiano [de Ímola, sec. IV]. E depois de ter rezado longamente junto ao túmulo de Cassiano, ele diz…”

É dessas canduras que eu acho que espantam a alma moderna, mas aconteciam as coisas assim e Deus premiava essas atitudes.

Ele disse para dentro da sepultura:

“…glorioso irmão, o que fazes na tua sepultura? E saiu de dentro da sepultura uma voz que respondeu: Eu descanso na paz do senhor e espero a vinda do meu redentor.”

Os senhores considerem que linda lição para todo mundo a respeito da imortalidade da alma! Naturalmente a graça foi concedida para isto. A imortalidade da alma e o princípio do prêmio dos bons, que tem como corolário o castigo dos maus.

Os senhores podem imaginar a cena: São Germain rezando junto a São Cassiano, com uma porção de gente olhando… O santo recolhido e edificando a todo mundo. De repente, ele faz a pergunta e vem a resposta. Os senhores já se puseram nessa situação? Num cemitério ver alguém fazer uma pergunta para um morto e sair a resposta de dentro da sepultura, sobretudo quando esse morto é um santo, a impressão que deve causar… Os senhores percebem o lance que isso trazia consigo.

O que São Germain respondeu a São Cassiano? Diz o seguinte:

“Meu irmão, descanse nesta sepultura durante todo tempo que  agrade a Cristo Jesus. Até o fim do mundo. Mas ora por meu povo e por mim, a fim de que mereçamos a glória da feliz ressurreição.”

Isto é diálogo! Estava terminado e todos foram embora…

Os senhores imaginem São Germain que afasta pensativo e o povinho todo contando depois, comentando o fato extraordinário que se passou.

Estão vendo através desse fato como a fé se entranhava a fundo nas almas. E como por eles as raízes da Idade Média iam sendo lançadas. Aí é que compreendem essa árvore maravilhosa que foi a Idade Média, de que santos ela nasceu…

Um último fato, esse é menos interessante:

A imperatriz do Oriente era a mais alta dama da terra. São Germain quis mandar para ela um presente. Então lhe enviou o que tinha: um prato de madeira e um pão. A imperatriz, que tinha muita veneração por tudo quanto ouvira falar dele, acolheu o presente insignificante como um grande dom e o guardou como relíquia.

Os senhores podem imaginar, nos tesouros do império em Bizâncio, esmaltes preciosos, pedras preciosas, ouro, prata, tapetes, sedas, marfins, toda espécie de riquezas de que aquela corte estava repleta. No meio do depósito, um prato de pau com um pão seco e velho em cima. Ou seja, o contrário do tesouro, mas com uma recomendação: a imperatriz não quer que se toque, porque é a parte mais importante do tesouro. Foi presente de São Germain. Vale mais do que todos os tesouros da terra, porque os dedos de um santo pousaram ali. É uma relíquia…

Os senhores têm aí mais uma afirmação dos dons sobrenaturais e espirituais sobre as matérias. E quanto isto era ordenativo das mentes e tendente a nelas constituir uma ordem que depois se transpunha para as instituições.

Os senhores me dirão: “Dr. Plinio, tudo isso é muito bonito. Mas como o Sr. relaciona isto com nossa época?”

Primeiro: fatos semelhantes a estes, se se passassem entre os romanos decadentes, de antes da invasão dos bárbaros, o que aconteceria? Nada! O homem decadente, apodrecido, é refratário ao milagre. Quando ouve falar de milagre, fala: “Oh! se eu visse um milagre…” Quando acontece o milagre, ele faz n-a-n-e [“nada aprendeu e nada esqueceu”], indiferença total… Isso é sempre assim!

É o que Nosso Senhor diz quando dá a parábola do rico que foi para o inferno que pede a Deus que o mande para a terra para avisar os irmãos a fim de não terem seu mesmo fim eterno. Mas Deus diz: “eles têm a lei e os profetas, ainda que vá um morto, eles não acreditarão…”

Nós temos a Igreja Católica, não precisamos do milagre. O milagre é um elemento acidental. E quem fica indiferente, faz n-a-n-e ante a Igreja, esse fará n-a-n-e para o milagre! Olhará e dirá: “É… milagre. Ah! já houve muitos na Igreja…” Os decadentes têm esta frieza face o milagre. Pelo contrário, os povos que estão na aurora da sua vida espiritual, esses são receptivos para o milagre e é para esses que o milagre é feito.

Então temos aqui povos novos que são irrigados por milagres.

Os senhores imaginem um desses milagres se dando hoje, o que aconteceria?

Há sérios riscos que um número enorme de pessoas não darem importância. A prova são os milagres de Lourdes! Todo mundo sabe que existem. Quem muda de atitude com os milagres de Lourdes? Ninguém.

Os milagres de Fátima – Estão documentados os milagres do sol. Há gente que conta que viu, depois não muda em nada. Quer dizer, é isto ou até mataria quem praticou os milagres, porque o homem mata aquele que como que impõe um rumo de vida para o bem. O homem corrompido é assim.

Mas vem um grande castigo e purifica a humanidade, como Nossa Senhora advertiu em Fátima. Todos aqueles que são expoentes do mal e do erro, cuja influência retém os homens sob as garras do demônio, serão levados pelo castigo. Ficarão os que têm uma capacidade de adquirir uma certa inocência, uma certa simplicidade. Essas são ajudados pelo milagre.

Então se compreende que neste tipo de época é mais do que razoável, mais do que normal a gente ver que o milagre floresça.

Portanto, podemos e devemos esperar o milagre para durante a “Bagarre” e para o Reino de Maria. Porque aí começarão a aparecer aqueles que serão pedras vivas de Cristandade. São as pedras vivas que Nossa Senhora escolherá.

Isso não é dito no ar. É dito seriamente pelo seguinte. Se formos quem devemos ser, pode se dar que em determinado momento Nossa Senhora queira fazer o milagre por um de nós e sem mérito. E é preciso que tenhamos fé bastante para em ocasiões desesperadas pedirmos e acontecer. E devemos ir preparando nosso espírito para isto, pedindo a Nossa Senhora uma fé semelhante a que tinha São Germain.

Esta é a conclusão.

A era das grandes calamidades, a era da grande misericórdia é a era da grande graça, das vias extraordinárias. Nesta era, tudo é possível e devemos estar preparados a não achar nada impossível.

 

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Igreja de Saint Germain l´Auxerrois (Paris) – Foto P.R.C. – ABIM (Agência Boa Imprensa)

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