Santo do Dia, 19 de novembro de 1965
A D V E R T Ê N C I A
O presente texto é adaptação de transcrição de gravação de conferência do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira a sócios e cooperadores da TFP, mantendo portanto o estilo verbal, e não foi revisto pelo autor.
Se o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira estivesse entre nós, certamente pediria que se colocasse explícita menção a sua filial disposição de retificar qualquer discrepância em relação ao Magistério tradicional da Igreja. É o que fazemos aqui constar, com suas próprias palavras, como homenagem a tão belo e constante estado de espírito:
“Católico apostólico romano, o autor deste texto se submete com filial ardor ao ensinamento tradicional da Santa Igreja. Se, no entanto, por lapso, algo nele ocorra que não esteja conforme àquele ensinamento, desde já e categoricamente o rejeita”.
As palavras “Revolução” e “Contra-Revolução”, são aqui empregadas no sentido que lhes dá o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira em seu livro “Revolução e Contra-Revolução“, cuja primeira edição foi publicada no Nº 100 de “Catolicismo”, em abril de 1959.
São Félix de Valois (1127-1212), estátua no Palácio Nacional de Mafra, Portugal (foto de Vitor Oliveira de Torres Vedras, Wikipedia CC BY-SA 2.0)
Hoje é festa de Santa Isabel, viúva, filha do rei da Hungria e duquesa da Turíngia; século XIII. Amanhã, 20 de novembro, teremos a festa de São Félix de Valois, Confessor; de família real da França; fundou, com São João da Mata, a Ordem dos Trinitários para resgate dos cativos.
A respeito dele, temos na obra do Abbé Daras, “Vida dos Santos”, os seguintes dados biográficos:
“São Félix de Valois foi grande por seu nascimento e maior ainda por suas virtudes. Seu pai era conde de Vermandois e de Valois; filho do duque de França e neto de Henrique I, rei de França. Sua mãe era filha de Thibaud III, chamado o Grande, conde de Blois e de Champagne. Quando de sua gestação, sua mãe fez uma novena a São Lupo, arcebispo de Rouen. No último dia da novena, estando de joelhos diante do altar do santo prelado, ela adormeceu e viu em sonho a Bem-Aventurada Virgem Maria segurando seu Divino Filho em seus braços. Ao seu lado estava uma outra criança, bela e graciosa. Nosso Senhor levava uma cruz nos ombros e a outra criança segurava uma coroa de flores na mão. Então fizeram uma troca: Nosso Senhor deu sua cruz à criança, que lhe entregou a coroa. A princesa procurava entender o sentido da visão, quando São Lupo apareceu e lhe disse: Esta criança, que tu não conhecias, é teu filho, que trocará as flores de lis de França pela Cruz de Jesus Cristo, e ele a dividirá contigo para que ambos se assemelhem a Jesus Crucificado. Com efeito, o menino dividiu a cruz em duas partes, dando uma à sua mãe e guardando a outra consigo.
“Após a morte de sua mãe, São Felix foi chamado à corte, onde tomou a cruz, para acompanhar o rei numa Cruzada. Um dia em que se exercitava com o príncipe num torneio, o jovem caiu do cavalo, vindo a falecer. O santo correu ao local, tomou a mão do cadáver e lhe diz: “Em nome da Trindade Santa, levanta-te.” No mesmo instante o jovem levantou-se, curado. Durante a Cruzada, o jovem príncipe deu mostras do seu valor e virtude. Mantinha, no meio do campo de luta, a vida austera de Claraval, unindo o ardor e coragem militar à modéstia e discrição do religioso. Distinguiu-se em todas as batalhas em que tomou parte, e quando voltou a Paris quis se dar a Deus. Embora fosse um dos mais próximos herdeiros do rei, trocou realmente a flor de lys pela Cruz e fez-se religioso.
“Após a fundação da Ordem dos Trinitários para redenção dos cativos, São Felix foi encarregado da direção do convento de Cerfroid. Instruídos por sua palavra e seus exemplos, os religiosos levavam vida exemplar de tal forma, que a Santíssima Virgem e os anjos dignaram-se honrar com sua presença esse mosteiro. Em certa véspera da Natividade de Nossa Senhora, o sacristão, tendo esquecido de soar matinas, São Felix desceu ao coro para preparar o que era necessário. Mas ele já o encontrou ocupado pelos Anjos, vestidos com o hábito de sua Ordem. A Santíssima Virgem, também de hábito, sentada sobre um trono, presidia essa assembleia. Parecia que se esperava o santo para começar as Matinas. Porque logo que esse entrou, a Santíssima Virgem começou a Antífona, que foi continuada pelos Anjos com uma harmonia incomparável. E São Felix cantou com os Anjos. Quando a visão desapareceu ficou, em sua face, extraordinário esplendor”.
Convento de Cerfroid em 1540 (por Claudio.osst — CC BY-SA 3.0, wikipedia)