São Felipe Néri (26/5): firmeza do guerreiro católico dotado de coragem

Catolicismo, Março de 2003 (*)

 

São Felipe Néri viveu na Itália no século XVI. Fundou não propriamente uma ordem religiosa, mas uma obra que se chamava Oratório: grupos de padres que moravam juntos. Não faziam os três votos – de pobreza, obediência e castidade — mas sujeitavam-se a um certo regulamento comum.

Era grande orador sacro e exímio teólogo. Conhecia soberbamente a doutrina católica.

Essa obra que São Felipe Néri fundou espalhou-se pela Europa, tendo sido muito perseguida. Por quê? Boa parte do clero do tempo dele antipatizava com a excelente orientação espiritual que o Santo proporcionava aos sacerdotes, e, através deles, aos jovens que procuravam os padres chamados oratorianos.

Uma das grandes figuras do Oratório, em dias próximos aos nossos, foi o famoso Padre Faber, inglês convertido do anglicanismo, que lutou magnificamente contra os protestantes. Foi também um grande propagador da obra de São Luís Maria Grignion de Montfort.

Qual era a acusação que lançavam contra São Felipe Néri? Diziam que ele tinha fundado uma seita! Vê-se, assim, que nada de novo acontece neste mundo…

Esse quadro apresenta São Felipe Néri já idoso, barba inteiramente branca, sobrancelhas negras, com a fisionomia de um homem que lutou muito e que ainda está no combate. Está olhando atento e desconfiado para um adversário não visível para nós. Dir-se-ia que ele está percebendo formar-se uma trama a certa distância, e que está pensando na argumentação e na rasteira que empregará contra o inimigo.

O caráter de luta é manifesto, não tanto pelo olhar — de muita vigilância e pugnacidade — quanto pelo formato contorcido das sobrancelhas. Assim como um batalhador fica marcado pelas características da guerra, dir-se-ia que, de tanto franzir as sobrancelhas, elas ficaram com o traçado de suas profundas preocupações. Mas, se o olhar é vigilante, toda a atitude do rosto é plácida. É a firmeza do guerreiro católico dotado de coragem.

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São Felipe Néri celebrando a Santa Missa

(*) Excertos da conferência proferida pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira para sócios e cooperadores da TFP em 17 de janeiro de 1986. Sem revisão do autor.

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