Revda. Madre Maria Letícia da Virgem Misericordiosa (* 10-3-1900 + 2-5-1974): “um dos baluartes da defesa da sã doutrina”

Catolicismo, N.° 281, Maio de 1974, pág. 8

 

TFP de luto pela morte da Revda. Madre Maria Letícia

 

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A Revda. Madre Letícia com a insígnia da TFP, durante visita à sede do Conselho Nacional da entidade, em São Paulo

Por motivo do falecimento da Revda. Madre Maria Letícia da Vir­gem Misericordiosa, o Serviço de Im­prensa da TFP distribuiu em São Paulo, no dia 4 [de maio], o seguinte comu­nicado:

A Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade tem o pesar de comunicar o faleci­mento [no dia 2 de maio p.p.], aos 74 anos de idade, de sua sócia honorária, Revda. Madre Ma­ria Letícia da Virgem Misericordiosa, no século Maria Julieta da Gama Cerqueira.

Descendente de ilustre e tradicional estirpe mineira, a Revda. Madre Le­tícia consagrou-se desde cedo à vida religiosa, ingressando na Congre­gação das Servas do Espírito Santo, em Juiz de Fora. Naquela cidade, e depois em Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro, dedicou-se à forma­ção da juventude feminina. Transfe­riu-se então para o Mosteiro das Irmãs Redentoristas, de vida contem­plativa, em Itu. Dessa cidade paulis­ta, dirigiu-se a Belo Horizonte, onde fundou o Mosteiro do Imaculado Co­ração de Maria, daquela Congrega­ção. Trasladou-se da capital mineira para Diamantina (MG) e, posterior­mente, para Campos (RJ). Nessa im­portante cidade fluminense, a Revda. Madre Letícia fundou o Mosteiro do Coração Doloroso e Imaculado de Maria, no qual foi Superiora até seu falecimento.

Dotada de excecional inteligência e rara firmeza de vontade, a Revda. Madre Letícia discerniu, desde seus primórdios, a crise progressista que hoje assola a Igreja. Assim, por seus conselhos, seus exemplos, sua extra­ordinária influência pessoal, consti­tuiu-se, desde logo, num dos baluar­tes da defesa da sã doutrina.

Principalmente por suas orações e por seus sacrifícios, a Revda. Madre Letícia, dotada de profunda piedade eucarística, devoção a Nossa Senho­ra e à Santa Igreja, tudo fez para ob­ter da divina clemência que abrevias­se a tormenta que hoje se abate sobre o mundo católico. Neste sentido, ofe­receu com resignação e constância edificantes os longos padecimentos da moléstia que acabou por vitimá-la.

A Revda. Madre Letícia foi, des­de as primeiras horas, ardorosa sim­patizante da TFP, à qual dispensou continuamente o apoio de seus enco­rajamentos, preces e sacrifícios. Sen­tindo-se mortalmente doente, pediu que seu corpo fosse inumado em ja­zigo da entidade.

Os restos mortais da Revda. Madre Letícia foram transportados de avião da cidade de Campos para esta Ca­pital, tendo sido conduzidos, a pedido dela, até à sede social da TFP, à Rua Maranhão, n.° 341, de onde o féretro saiu, com a presença dos diretores, sócios e centenas de militantes, para o Cemitério da Consolação. Junto à sepultura, prestando homenagem à falecida, fez uso da palavra o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, Presidente do Conselho Nacional da TFP.

A assembléia geral desta entidade atribuiu à Revda. Madre Letícia, post mortem, o título de sócia.

Anteontem e ontem os estandartes da Sociedade estiveram hasteados com tarja negra, em luto pelo falecimento da ilustre e benemérita Religiosa.

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