“Igrejas de Roma”

Plinio Corrêa de Oliveira

 

 

Prefácio

 

 

 

 

 

 

 

 

“Igrejas de Roma”, obra póstuma do Dr. Henrique Gregori Junior, Editora Ave Maria Ltda., São Paulo, 1950

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Basílica de São Pedro (foto Kenneth Drake)

Os dias agitados e indecisos em que vivemos transcorrem sob o signo da confusão. Cada vez nos entendemos menos uns aos outros. É nebulosa e cheia de contradições a política internacional. O panorama interno de nosso País e dos outros também está desfigurado por mil aspectos e situações, que “hurlent de se trouver ensemble” [urram de se encontrar juntos]. Na vida social, na vida doméstica, nas artes, nas ciências, em todos os domínios campeia a confusão. Da confusão ao desespero é curto o passo. E é para o desespero, para a completa desorientação, decorrente da falta de um norte, de um rumo, de uma idéia-retrix, que caminha a humanidade de hoje.

A confusão não se remedeia senão com a verdade. Não com essas mil pequenas verdades fragmentárias e mescladas de erro que a todo o momento se repetem aos ouvidos do mundo cansado e desatento, mas com a Verdade por excelência, a Verdade plena e sem jaça, que só se encontra naquele que é “Caminho, Verdade e Vida” (S. João, XIV, 6). Abram-se os olhos à luz da Revelação cristã, “luz intelectual cheia de amor” (Dante, Paraíso, XXX, 40), e a humanidade encontrará novamente os rumos que perdeu.

Esta luz brilha em Roma há vinte séculos, e não refulge somente nos documentos do supremo magistério da Igreja, como nos edifícios, nas obras de arte e nos monumentos históricos da Capital da Cristandade.

Trazer presente à memória dos fiéis os esplendores artísticos e culturais da Roma cristã é contribuir de certo modo para que se difunda, nas trevas de nossos dias, a “Luz verdadeira”, que “brilha nas trevas”, e que as trevas não querem ver (S. João, I, 1-6).

Ao mesmo tempo, este trabalho de divulgação oferece aos espíritos cultos, de qualquer quadrante ideológico, ocasião para melhor conhecer um dos maiores centros artísticos da terra, ou, quiçá, o maior deles. Roma é ponto de atração dos estudiosos de todas as línguas, raças e religiões. E, para os muitos curiosos, que lá não podem ir pessoalmente, é útil e grato conhecer, por meio de um trabalho descritivo, claro, sóbrio, ameno e substancioso, o que há de mais notável na Cidade Eterna.

Desse trabalho, de tão singular oportunidade em nossos dias, quis incumbir-se o Dr. Henrique Gregori Junior. Sua obra sai hoje à luz, atestando a piedade e ardor com que se entregou ao estudo das “Igrejas de Roma”.

Infelizmente, esta é uma obra póstuma: a Providência levou a outra vida o piedoso autor destas páginas. Mas, a publicação de seu livro, realizando suas nobres intenções, fará bem a todos os espíritos sedentos de verdade e de beleza.

São Paulo, 20 de Abril de 1947

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Vista panorâmica de Roma (foto tirada do alto da cúpula da Basílica de São Pedro – Paulo R. Campos)

 

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