Legionário, N.º 618, 11 de junho de 1944
7 Dias em Revista
Publicaremos em nossa próxima edição meticulosa reportagem acerca da viagem de S. Excia. Revma., o Sr. D. Bento Aloisi Masella, a Piracicaba. Sobre essa viagem a Cúria Diocesana de Campinas publicou o seguinte edital:
“De ordem de S. Ex.a Rev.ma o Sr. Bispo Diocesano, comunico ao Revmo. Clero, às associações religiosas e aos fiéis em geral, que no próximo dia dez de junho, às 11:10hs., chegará a Campinas o Exmo. e Revmo. Sr. Núncio Apostólico, que seguirá nesse mesmo dia, pelo trem das 15:30 para Piracicaba, a fim de dar execução solene à bula de criação daquela nova Diocese e presidir as cerimônias de encerramento do primeiro Congresso Eucarístico Regional.
- Excia. o Sr. Bispo Diocesano convida, pois, aoRevmo. Clero, as organizações de Ação Católica e Associações Católicas e associações religiosas, aos Colégios Católicos e a todos fiéis a que compareçam à gare da Paulista, as 11:10, a fim de prestarem homenagem de respeito e veneração ao ilustre embaixador do Santo Padre Pio XII.
De ordem de S. Excia. Revma.
Campinas, 10 de junho de 1944.
Pe. Hilário Ferraz Coelho
Chanceler do Bispado”
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O LEGIONÁRIO tem dois acontecimentos imensamente gratos a registrar nesta semana.
A libertação da Cidade Eterna representou para todos os corações verdadeiramente católicos um motivo de gáudio extraordinário. De há muitos meses, vínhamos oprimidos pela expectativa de acontecimentos trágicos que se desenrolavam na Itália e ameaçavam submergir Roma. Por fim, não somente a Cidade ficou incólume, como ainda e sobretudo, foi expurgada dos terríveis inimigos da Igreja, que a ocupavam e ocupada pelas tropas aliadas, das quais o Santo Padre já tem recebido as maiores manifestações de respeito. Assim, um ou dois dias depois da penetração de nossos aliados em Roma, o Sumo Pontífice recebeu em audiência vários soldados anglo-americanos. Todos se ajoelharam quando o Pontífice entrou. Alguns eram protestantes… Santo Padre também recebeu em audiência o Comandante das tropas vitoriosas.
Roma é Roma. Nem por isto, sobretudo, devemos subestimar o benefício imenso que representa, para a cultura e para a Igreja, a libertação da França. Para os católicos, tudo quanto diz respeito a Roma é impar. Ali está o coração da Igreja, isto é, o maior tesouro da terra.
Esta ressalva feita, poucas coisas tão boas poderiam nos acontecer quanto a libertação da Pátria de São Luís e de Joana D’Arc. A invasão da França, a expulsão dos nazistas, a modelar e exemplar punição dos elementos de Vichy, devem representar o triunfo da França Católica, da França de São Luís, para a glória da Igreja e bem da latinidade. E por isto mesmo, achamos que é dever de todo católico rezar ardentemente pela França para que ela se liberte logo, se restaure inteira, refloresça na autenticidade e esplendor de seu espírito, e veja poupada seus inestimáveis monumentos, no horror da presente conflagração.