O último Cartão de Natal de Plinio Corrêa de Oliveira

Catolicismo, N° 600, Dezembro de 2000, pag. 2

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 A Adoração dos Reis magos – Stephan Lochner (séc. XVI), catedral de Colônia (Alemanha)

Todos os anos uma expectativa animava numerosas pessoas que costumavam enviar cartões de Natal ao Dr. Plinio. Consistia ela em receber, algum tempo depois, outro cartão em resposta, contendo uma mensagem natalina assinada por ele, que enchia as almas de alegria e esperança.

No Natal de 1994, o último que o insigne líder católico comemorou nesta Terra – pois o de 1995 celebrou-o no Céu, junto a Nosso Senhor, à Sua Mãe Puríssima e aos Anjos e Santos – após introduzir o tema, Dr. Plinio refere-se à proximidade do Terceiro Milênio, comentando o “dia solene e augusto em que se encerrarão, ao mesmo tempo, um ano, um século, um milênio”, e acrescenta estas sublimes palavras:

“Como é natural, neste momento os homens evocarão sumariamente como era o mundo mil anos atrás, compará-lo-ão com o que é hoje, e se perguntarão como ele será amanhã… no ano 2100… no ano 3000!

Impossível será abarcar ordenadamente tantos acontecimentos, tantas ascensões, tantas decadências, tantas esperanças e tantas apreensões, que uma tal visão de conjunto traz à tona.

Para o homem de fé, as linhas mestras da História são traçadas segundo critério claro e luminoso: o que foi feito da Igreja Católica e da Civilização Cristã no curso deste milênio, deste século, deste ano? O que será de uma e de outra no porvir?

E, no plano temporal, análogas interrogações se apresentam consecutivamente ao espírito: o que foi feito do Brasil, nesta metade de milênio inaugurada pela chegada à nossa terra das naus da Ordem de Cristo, comandadas por Pedro Álvares Cabral? Do nosso grande e querido Brasil, envolto hoje em nebulosa mescla de caos e de confusão, de progresso e de carência?

Quer na sublime noite de Natal, quer na noite da passagem de ano, carregada de apreensões e de esperanças, depositemos todos os nossos anseios aos pés do Menino Deus, que sorri misericordioso sob os olhares enlevados de Maria e José. E Lhes supliquemos que os dias vindouros conheçam, pela graça de Deus, regenerações transfiguradoras e, assim, a moralidade geral, hoje em catastrófica decadência, se reerga ao suave e vitorioso bafejo da fé.

Que a Santa Igreja se desvencilhe por fim da crise dramática em que vive nestes dias de confusão e de angústia, e que seja reconhecida por todos os povos como a única Igreja verdadeira do único Deus verdadeiro, como inspiradora e Mãe de todo bem espiritual e temporal. E que, abrindo cada homem a Ela seus corações, Ela ilumine com esplendor solar todos os indivíduos, as famílias, as instituições e as nações.

São esses os votos que formulo, no limiar deste ano, os quais torno cordialmente extensivos a todos os que me são caros e suas respectivas famílias.

Pela intercessão vitoriosa de Maria, nossas preces ver-se-ão atendidas”.

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Nota deste site: Em anexo ao cartão acima, vinha um elenco preparado pela Comissão de Leitores da TFP brasileira (sob a acurada revisão de seu responsável, o Eng. Antonio Augusto Borelli Machado), intitulado: 1994 – As TFPs desfraldaram, com crescente amplitude, nos cinco continentes, o glorioso pendão do leão dourado sobre campo rubro.

Clique na imagem abaixo para lê-lo.

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