Mensagem de admiração e homenagem ao Cardeal Mindszenty

Catolicismo, N.° 281, Maio de 1974

O EMMO. CARDEAL József Mindszenty recebeu em Viena [no dia 15 de março p.p.] uma mensagem de admiração e homenagem das TFPs e entidades congêneres das Américas e da Europa pela sua inquebrantável recusa de dobrar-se ante o comunismo que domina sua pátria.

Assinaram o documento os Srs. Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, Presidente do Conselho Nacional da TFP brasileira; Cosme Beccar Varela Hijo, Presidente da TFP argentina; Patricio Larraín Bustamante, Presidente da TFP chilena; Pedro Morazzani Boscheti, Presidente da TFP venezuelana; Mario Bonilla Ulloa, Presidente da TFP colombiana; Edmundo Uribe, Presidente da TFP equatoriana; Aquilino José Ferraro, Presidente da TFP uruguaia; Philip Calder, Presidente da TFP norte-americana; Mario Taglione, Presidente do Grupo Tradição e Ação por um Peru Maior; José María Rivoir Gómez, Presidente da Sociedade Cultural Covadonga, da Espanha; e Antônio Carlos de Azeredo, Presidente do Centro Cultural Reconquista, de Portugal.

É o seguinte o texto integral da mensagem:

“Eminência.

Os Presidentes das Sociedades de Defesa da Tradição, Família e Propriedade (TFPs) da América do Sul e do Norte — bem como entidades afins de Portugal e Espanha — todas consagradas à ação ideológica anticomunista, apresentam a Vossa Eminência o testemunho da profunda admiração que nelas desperta a conduta de Vossa Eminência em face da tirania vermelha que domina a Hungria. E osculam com a maior reverência a Sagrada Púrpura, expressão simbólica do martírio, tão dignamente usada por Vossa Eminência.

Dessa admiração participam intensamente os sócios e militantes que temos disseminados pelas vastidões do território americano, na sua grande maioria jovens católicos pertencentes a todas as classes sociais, desde as mais elevadas até as mais modestas.

É clara a razão por que nos animamos a juntar nossas vozes às de tantas associações, grupos e personalidade húngaras que no mundo livre celebram nestes dias de dor e de glória o nome de Vossa Eminência.

Se bem que a natural esfera de ação de Vossa Eminência seja a nobre Arquidiocese de Esztergom e através dela o território húngaro, o problema diante do qual Vossa Eminência tomou atitude é de caráter universal: pode um católico coerente com sua fé acomodar-se a um regime comunista, e estipular com ele pactos realmente úteis à Religião?

Esta pergunta, Eminência, atormenta os católicos do mundo inteiro, solicitados pela propaganda vermelha a mudar a atitude de repulsa lúcida e heróica ao comunismo, que Pio IX e os grandes Papas que lhe sucederam, lhes haviam ensinado.

Na imensa confusão surgida nos meios católicos em razão do êxito alcançado pelas aliciantes sugestões comunistas, o “non possumus” firme de Vossa Eminência, repercutindo no mundo inteiro, vale por uma lição e por um exemplo próprios a manter os católicos na via da fidelidade aos ensinamentos tradicionais imprescritíveis, emanados da Cátedra de Pedro em antigos dias de luta e de glória.

E é por esta razão que, a par da admiração, tributamos a Vossa Eminência um agradecimento profundo, que seria injusto não levar ao conhecimento de Vossa Eminência.

O Reino Apostólico da Hungria recebeu desde Santo Estêvão a missão gloriosa de ser baluarte da Igreja e da Cristandade. Esta missão, ele a cumpre por inteiro em nossos dias, na Pessoa augusta de Vossa Eminência. Pois, lutando por seu dileto rebanho, Vossa Eminência ao mesmo tempo esclarece e orienta — com o duplo prestígio da Púrpura e do martírio — todos os católicos da Terra. E cria assim indestrutíveis entraves ao comunismo internacional.

Na esperança de que nosso preito de admiração conforte a Vossa Eminência, rogamos suas valiosas bênçãos e orações para nós e para as organizações que temos a honra de representar”.

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