Catolicismo, N° 536, Agosto 1995 (www.catolicismo.com.br)
Em terras de El Cid, TFP faz campanha contra o aborto
Espanha da Reconquista contra o invasor mouro, terra de El Cid, São Fernando e Isabel, a Católica: nessa nação privilegiada, a TFP lançou-se às ruas contra o aborto.
Sob as ardências do sol deste verão (no hemisfério norte), membros da TFP espanhola, em vistosa campanha de rua, iniciaram pelas principais cidades do país, uma campanha contra projeto de lei que permite total despenalização do aborto.
Tendo-se iniciado pela Puerta del Sol, a praça central de Madri, a campanha já se estendeu, até agora, às cidades de Barcelona, Saragoça e Valência.
Através de documento distribuído ao público, com argumentos irrefutáveis apoiados por autoridades de grande peso, a TFP sugere que cada eleitor se dirija ao deputado no qual votou nas últimas eleições, rogando-lhe que se levante contra a ampliação da lei do aborto.
Como toda campanha de rua da TFP em qualquer país (e a Espanha não é exceção), é sempre possível deparar-se com os eternos indolentes, apáticos que pouco se incomodam que o mundo piore ainda mais rumo à imundície, vileza e vulgaridade.
Entretanto, não foram poucas as reações de pessoas que se entusiasmaram com a força, o donaire e garbo com que os jovens da TFP espanhola desenvolviam o contato com o público.
— Vocês são os únicos valentes na Espanha! Que Deus os abençoe! dizia em Madri uma distinta senhora, com voz emocionada
Enquanto a fanfarra tocava, outra senhora aproximou-se, dizendo:
— Posso oscular o crucifixo de seu Rosário? E o fez com muita devoção.
Ao final de um dia de campanha, uma senhora exclamava:
— Isso, isso! Todos os dias na rua a fazer isto! Vamos ver se afundamos com os socialistas!
Em Barcelona, capital da Catalunha, as circunstâncias são peculiares. Nessa região estão os partidos que poderão decidir a questão da despenalização do aborto, pelo fato de que, se retirarem seu apoio aos socialistas, estes terão que se unir forçosamente à esquerda radical para aprovar a lei. Assim, existe uma polarização maior, pois as posições do público estão muito mais definidas.
Em outras palavras, os maus são cada vez piores, e os bons, de certo modo, também mais categóricos. Desta forma, a campanha não poderia ter sido lançada num momento mais propício.
Numa repercussão característica, um senhor pertencente a boa categoria social disse a um cooperador da TFP que os felicitava pelo fato de serem o único grupo anticomunista não decrépito que ele conheceu em toda sua vida.
Igualmente sintomático foi um jornalista afirmar que “nunca havia visto anteriormente manifestação anticomunista que tivesse a garra (da TFP), na qual via algo de especial que não sentia nas outras”.