5 de junho de 1994 (continuação)
A D V E R T Ê N C I A
Gravação de conferência do Prof. Plinio com sócios e cooperadores da TFP, não tendo sido revista pelo autor.
Se Plinio Corrêa de Oliveira estivesse entre nós, certamente pediria que se colocasse explícita menção a sua filial disposição de retificar qualquer discrepância em relação ao Magistério da Igreja. É o que fazemos aqui constar, com suas próprias palavras, como homenagem a tão belo e constante estado de espírito:
“Católico apostólico romano, o autor deste texto se submete com filial ardor ao ensinamento tradicional da Santa Igreja. Se, no entanto, por lapso, algo nele ocorra que não esteja conforme àquele ensinamento, desde já e categoricamente o rejeita”.
As palavras “Revolução” e “Contra-Revolução”, são aqui empregadas no sentido que lhes dá Dr. Plinio em seu livro “Revolução e Contra-Revolução“, cuja primeira edição foi publicada no Nº 100 de “Catolicismo”, em abril de 1959.
Terceira aparição: 13 de julho de 1917
“Ao dar-se a terceira aparição, uma nuvenzinha acinzentada pairou sobre a azinheira, o sol se ofuscou, uma aragem fresca soprou sobre a serra, apesar de se estar no pino do verão. O Sr. Marto, pai de Jacinta e Francisco, que assim o refere, diz que ouviu também um sussurro como o de moscas num cântaro vazio. Os videntes viram o reflexo da costumada luz e, em seguida, Nossa Senhora sobre a carrasqueira.
NOSSA SENHORA: “Continuem a vir aqui todos os meses. Em outubro direi quem sou, o que quero, e farei um milagre que todos hão de ver para acreditarem”.
Lúcia apresenta então uma série de pedidos de conversões, curas e outras graças. Nossa Senhora responde recomendando sempre a prática do terço que assim alcançariam as graças durante o ano.
Depois prosseguiu: “Sacrificai-vos pelos pecadores e dizei muitas vezes e em especial sempre que fizerdes alguns sacrifício: Ó Jesus, é por vosso amor, pela conversão dos pecadores e em reparação pelos pecados cometidos contra o Imaculado Coração de Maria”.
Primeira parte do Segredo: a visão do Inferno
“Ao dizer estas últimas palavras – narra a Irmã Lúcia – abriu de novo as mãos como nos dois meses passados. O reflexo [de luz que elas expediam] pareceu penetrar a terra e vimos como que um grande mar de fogo e mergulhados nesse fogo os demônios e as almas como se fossem brasas transparentes e negras ou bronzeadas, com forma humana, que flutuavam no incêndio levadas pelas chamas que delas mesmas saíam juntamente com nuvens de fumo, caindo para todos os lados – semelhante ao cair das fagulhas nos grandes incêndios – sem peso nem equilíbrio, entre gritos e gemidos de dor e desespero que horrorizavam e faziam estremecer de pavor. Os demônios distinguiam-se por formas horríveis e asquerosas de animais espantosos e desconhecidos, mas transparentes como negros carvões em brasa”.
“A visão demorou apenas um momento, durante o qual Lúcia soltou um “ai!”. Ela comenta que, se não fosse a promessa de Nossa Senhora de os levar para o Céu, os videntes teriam morrido de susto e pavor”.
O que dizer do Inferno?
Eu me lembro que uma vez propus a seguinte reflexão a um bispo. Eu disse a ele:
– Sr. Bispo, é verdade que todas as coisas que existem e que a gente vê no universo são criaturas de Deus?
– É verdade.
– Então é verdade também que tudo quanto existe no Céu, na Terra e no Inferno é criatura de Deus.
– É verdade.
– Mas então o Inferno é uma criatura de Deus.
– É verdade, Deus criou o Inferno.
– Mas Ele criou o Inferno e Ele criou tudo aquilo por onde o Inferno atormenta e causa horror. Porque se tudo é criatura de Deus e há no Inferno, por exemplo, brasas, calores, fatores que provocam o calor, coisas que provocam a dor de todas as maneiras possíveis…
Santa Teresa de Jesus, a grande Santa Teresa de Jesus, Santa Teresa de Jesus, a mística incomparável, ela teve uma visão em que Deus lhe mostrou qual era o Inferno para onde ela iria se não tivesse sido fiel.
Levou-a para uma espécie de sepultura, fê-la entrar no Inferno numa espécie de sepultura onde ela olhou para dentro e havia uma espécie de instrumento preso assim, de maneira a formar duas tábuas. Cada uma dessas tábuas era toda revestida de pontas fundas, de maneira que quando a tábua se fechava, as pontas quase coincidiam, mas não coincidiam. Ela deveria ficar por toda a eternidade dobrada em dois, sem nunca isto se abrir, e furada em todas as direções por [essas pontas]. Posta nesta sepultura, sem ver nada, liquidada ali, e com os calores todos do Inferno soprando sobre ela.
Isso era a grande Santa Teresa se ela não tivesse correspondido à graça. Os senhores percebem a coisa tremenda…
Eu disse (àquele eclesiástico):
– Então se deve dizer que o Inferno é uma câmara de tortura ideada e criada por Deus, e que tudo quanto se move em última análise tem Deus por motor primeiro. Tudo aquilo que no Inferno se move tem Deus por motor primeiro, e esse movimento de todas essas coisas provêm continuamente da ação de Deus, que faz aquilo tudo mover-se dentro do Inferno.
Ele me disse:
– É verdade.
Então aí fica o mais tremendo do Inferno: é que é Deus que está criando aquilo. Deus fez, Deus mantém aquilo na existência, Deus mantém no movimento, ouve o gemido de toda esta multidão de réprobos e não tem pena. Não tem pena! Pelo contrário, é um dos elementos da felicidade dEle é conhecer e produzir o sofrimento daquela gente.
Eu não quis levar a coisa mais longe, porque era um bispo, mas eu gostaria de perguntar a ele: mas então nunca se prega isto?…
Porque se isto é verdade, deve-se dizer; e se isto não é verdade, deve ser combatido. Mas fazer silêncio sobre essa coisa tremenda, isso é que não se compreende.
Por que quanta gente será que se ouvir isto não vai para o Inferno, porque terá medo de ir para o Inferno, e se não ouvir irá para o Inferno?
Quanto mais gente ouvir isto, tanto menor será o número dos que forem para o Inferno. Pelo contrário, a quanto mais pessoas for sonegada esta verdade, tanto maior é o número dos que vão para o Inferno. E muitos estão no Inferno por que houve gente que teve deles uma falsa pena e não contou para eles como era o Inferno.
Nossa Senhora, com uma mensagem para o mundo, em que tudo devia ser levado ao conhecimento do mundo inteiro, e em que queria produzir a salvação dos pecadores, Ela contou, Ela fez ver aos três pequenos videntes esse Inferno. Isto era para que eles fizessem os pecadores do mundo inteiro conhecer isto e tremer até ao fundo de seus ossos de pânico do Inferno.
Os senhores encontram tão difícil de haver gente que tenha a coragem de dizer isso…
Por que? É fácil compreender.
Se houver um pregador que vai – hoje não mais púlpito – aonde os Padres o sermão, quer dizer, junto ao Evangelho e diz ali: “Meus queridos filhos, hoje é Domingo. Vede que lindo e ensolarado domingo, imagem da bondade de Deus. Como Deus é bom em vos fazer ver assim a bondade dEle e vos atrair para o Céu. Quanto Deus premiará as vossas virtudes…”, etc., etc., e nenhuma palavra sobre o Inferno, eles seguirão o contrário do que fez Nossa Senhora.
Porque Nossa Senhora disse coisas magníficas sobre o Céu nesse conjunto dessas aparições, não se poderia fazer mais para deixar o Céu atraente do que tudo quanto Nossa Senhora mostrou de Si, que é uma síntese de todos os esplendores e belezas do Céu, enfim, de tudo quanto Ela fez para atrair pela doçura as almas para o Céu.
Mas atentem bem!! Há também a justiça de Deus, há a cólera de Deus! E esta está preparada também para quem não der importância aos carinhos da bondade de Deus. Agora vejam qual é… e vem a coisa representada.
Nossa Senhora quis que o mundo inteiro tomasse conhecimento dessa manifestação do terror do Inferno.
Será que o mundo inteiro tomou? Ou será que passaram por cima dessa pregação como o gato por brasa?
Mas que pecado em a gente se dizer “apóstolo de Fátima” e não contar isso?!
É uma coisa que a gente deveria saber de cor. E quando fizesse apostolado sobre Fátima, de repente alguém soltar essa (quando alguém dissesse):
– Não, eu não acredito.
– Está bom, você não acredita? Ouça o que é que houve. Se não acreditar, você depois vai me explicar como, mas o Inferno é assim e assim – e vem essa descrição, como outras descrições do Inferno que há dadas por santos, etc.
Então nós podemos compreender a utilidade enorme! Eu digo mais: a indispensabilidade da pregação do Inferno. E, portanto, também de uma referência ardente ao Inferno no nosso apostolado.
Nota: Para ler o texto integral dessa conferência, basta clicar aqui.