TFP lança livro de Plinio Corrêa de Oliveira – esvoaçam as vespas da malevolência contra a entidade

“Folha de S. Paulo”, 3 de setembro de 1982

Acerca do abundante – e o mais das vezes tendencioso – noticiário publicado na imprensa paulista e carioca sobre o suposto envolvimento da TFP na impressão de um número falso do semanário oficial arquidiocesano “O São Paulo”, a entidade tem a declarar o seguinte:

1. Tal envolvimento absolutamente não existe. E é até inverossímil, segundo teve o bom senso de declarar, interrogado pela imprensa sobre a matéria, o Emmo. Cardeal Arns: “Não quero culpar ninguém sem provas. A TFP sempre teve a coragem de apresentar seus documentos assinados e, por isso, eu sempre respeitei essa organização” (“Folha de S. Paulo”, 25-8-82).

2. Quanto ao Anuário Católico de 1981, editado pelo CERIS e emprestado pelo Padre Provincial dos Cordimarianos ao Sr. Fausto Jorge Borsato, proprietário da gráfica Artpress, o nexo deste assunto tão comezinho – inflado quase se diria até às raias da calúnia por um ou outro órgão de imprensa – reduz-se ao seguinte:

a) O Sr. Bispo D. Antonio de Castro Mayer desejava consultar tal volume. Como não o encontrasse em livrarias, o Dr. Eduardo de Barros Brotero, um dos diretores da TFP, se dispôs a encontrá-lo. Este último dirigiu-se nesse sentido ao Sr. Fausto Borsato, sócio da TFP, o qual o obteve do referido religioso cordimariano. O mesmo volume foi então confiado pelo Sr. Fausto Borsato ao Dr. Eduardo Brotero. Utilizado o volume como queria o ilustre Prelado, foi o mesmo devolvido em seguida, pelas mesmas vias, ao Padre Provincial Cordimariano.

Nada de mais claro nem mais banal.

b) Entretanto, quis-se ver nisto fundamento para a hipótese de tal Anuário ter sido utilizado pela Artpress, e portanto pela TFP (hipoteticamente proprietária do estabelecimento gráfico), para ali encontrarmos endereços dos eclesiásticos a que o exemplar falsificado de “O São Paulo” foi remetido. De onde a TFP teria sido a autora da falsificação!

Essa cavalgata de hipóteses saltando febrilmente umas sobre as outras, na sede de encontrar, afinal – depois de tantos anos de difamações infundadas inutilmente atiradas à TFP – uma acusação fundada, fazia inteira abstração das declarações sensatas do Cardeal-Arcebispo, que é a única autoridade decisiva para falar em nome do jornal. Bem como do fato de que, ainda quando a Artpress fosse suspeitável da ação delituosa, não pertence ela à TFP.

A malevolência, como as vespas, melhor ainda do que andar, sabe voar…

3. Provavelmente por um escrúpulo para o mais cabal desempenho de sua missão, o DEOPS mandou examinar por técnicos as oficinas da Artpress. Estes técnicos verificaram, depois do necessário exame, que as máquinas da empresa eram absolutamente incapazes de imprimir uma folha com as dimensões e as características de “O São Paulo”. Mas eles foram informados pelo próprio Sr. Fausto Borsato de que, além das máquinas existentes nessa oficina, sua empresa é proprietária de uma fotocomponedora localizada numa dependência do prédio n.º 351 da Rua Traipu. Para lá se dirigiram os técnicos, que puderam constatar in loco que nenhum dos tipos disponíveis na fotocomponedora coincidia com os utilizados na edição falsificada de “O São Paulo”.

4. Convidado em seguida, a prestar ao DEOPS as declarações complementares eventualmente desejáveis, para lá seguiu ele. E ante o delegado Dr. Carlos Antonio Sequeira, confirmou no que lhe concerne quanto acima está declarado. Ato contínuo, foi liberado.

Nisso se cifra todo o ocorrido, que deixa evidente o inteiro alheamento da TFP em relação à falsificação do número de “O São Paulo”.

5. Sem embargo, há malevolências infatigáveis. A História dos cíclicos estrondos publicitários contra a TFP, que mais ou menos se repetem com desinibida insistência, bem o demonstra.

Demonstra-o ainda o eco, em certos órgãos da imprensa de hoje, do episódio ocorrido ontem.

Um jornal fez notar que junto à fotocomponedora da Rua Traipu havia impressos que aludiam, entre outros, à pessoa do Sr. Cardeal Arcebispo D. Paulo Evaristo Arns e ao jornal “O São Paulo”. O que imaginou suficiente para procurar instigar nos milhares de seus leitores as suspeitas de que, na realidade, ali fora composta a falsificação do número de “O São Paulo”.

E isto fez sem procurar a explicação mais plausível, mais normal: a única verdadeira.

Numerosos sócios e cooperadores da TFP estão difundindo, em várias partes desta Capital, notadamente no centro, exemplares do livro As CEBs… das quais muito se fala, pouco se conhece – A TFP as descreve como são, do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira e mais os Srs. Gustavo Antonio Solimeo e Luiz Sérgio Solimeo (Editora Vera Cruz, São Paulo, 258 pp.), obra recentemente lançada, a qual levanta o véu da desinformação em que está todo o Brasil acerca das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), apresentadas por todas as esquerdas, notadamente pela “esquerda católica”, como a potência emergente do momento.

Este livro foi impresso, de modo aliás primoroso, pela Artpress. Nada mais natural do que algumas folhas dele, ou de impressos de propaganda do mesmo, também executados pela Artpress, restassem nas dependências da gráfica.

Mas a malevolência – há entre os simpatizantes da TFP quem julgue mais apropriado dizer ódio – não se embaraça com tão pouco. E quando ela não voa célere no vácuo das hipóteses difamatórias, arrasta de bom grado os passos na exploração das ninharias residuais mais inócuas.

6. A fim de limpar inteiramente sua reputação, e assim impedir que esta tentativa de novo estrondo publicitário lançasse sombra à momentosa obra que a TFP começa apenas a divulgar, é ela obrigada assim a efetuar o pesado gasto desta matéria paga que, explicavelmente, muito poucos jornais tomariam sobre si dar a lume sob outra forma.

É dura a luta contra certos magnatas do que o consagrado polemista católico brasileiro Carlos de Laet chamava o IV Poder da República: a imprensa.

Ante luta como esta, são incontáveis os que recuam ou dobram os joelhos, por sentirem a inferioridade de suas forças.

Bem consciente da vertiginosa desigualdade com que permanece em liça, a TFP porém não recua.

Ela confia em Nossa Senhora.

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