Mons. Custódio Alvim Pereira (*6-02-1915 + 12-11-2006), Arcebispo emérito de Lourenço Marques

Carta de Mons. Custódio Alvim Pereira, Arcebispo emérito de Lourenço Marques-Maputo

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Roma, 25 de março 1994

Festa da Anunciação

Ao

Dr. Plinio Corrêa de Oliveira

Rua Alagoas 350

São Paulo

Brasil

Prezado Dr. Plinio:

Li com atenção a obra “Nobreza e élites tradicionais análogas nas alocuções de Pio XII” que V. Ex.ia me enviou pelo representante das TFPs em Roma, o Sr. Juan Miguel Montes. Não posso deixar de o felicitar por esse trabalho. Ele apresenta toda a riqueza do magistério do grande pontífice Pio XII dirigido ao patriciado romano, comenta-o brilhantemente, ressaltando a sua atual validade e, acrescentaria eu, a sua perenidade.

Fala-se freqüentemente em nossos dias da necessidade de seguir os ditames morais da doutrina social da Igreja. Com efeito, poucas páginas dessa doutrina superam em riqueza o ensinamento contido nas célebres alocuções de Pio XII. Elas recordam à aristocracia de Roma a natural tendência de toda a sociedade a constituir uma élite, bem como a necessidade que têm as classes mais humildes de seguir um modelo exemplar, procurado, de modo espontâneo, na alta sociedade. Todo o patrimônio de tradições, de Fé, de cultura, acumulado durante séculos deve constituir, segundo o ensinamento do grande Papa, o contributo indispensável das élites tradicionais, “mesmo nas condições mudadas” da época atual, para a “reconstrução da ordem universal” e a conseqüente realização daquele ideal supremo que consiste em “fazer assentar a sociedade humana em Cristo”.

A procura do modelo exemplar na alta sociedade é um fenômeno inteiramente normal. Eis porque muitos meios de comunicação social, tão freqüentemente instrumentalizados em benefício das mitomanias igualitárias do Século XX, se esforçam em promover élites e modelos falsos a serem imitados pelo povo.

Resta-me cumprimentá-lo mais uma vez pela sua obra. Cumprimento este que estendo a outro de seus livros, “Revolução e Contra-Revolução“, cuja leitura tanto me agradou. Considero-o digno de ser lido por todos os católicos contemporâneos para que tenham nele uma idéia bem clara do adversário contra o qual luta a Cristandade e dos meios existentes para enfrentá-lo.

Prometendo tê-lo presente nas minhas orações, e especialmente para a difusão de sua obra, saúdo-o com estima e consideração,

+ Custódio Alvim Pereira

Arcebispo emérito de Lourenço Marques

 

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