A TFP de Minas Gerais recebe solenemente o Presidente do Diretório Nacional

Belo Horizonte, agosto (“Catolicismo”) – Não há quem ignore o amor e o respeito que o povo mineiro vota às suas tradições, à sua família e à sua propriedade. Com efeito, tão profundamente se enraízam em sua alma esse amor e esse respeito, que ele está disposto a tudo sacrificar para defender aqueles valores, – mesmo a própria vida se necessário for. Provam-no de sobejo a reação popular que impediu a realização em Belo Horizonte do Congresso comunista da CUTAL e do comício-monstro do ex-deputado Leonel Brizola, bem como a participação montanhesa no movimento de 31 de março que depôs o governo agro-reformista do Sr. João Goulart. É que os mineiros reconhecem naquela trilogia a base e o fundamento de toda civilização verdadeira. Onde ela vigora, o comunismo não penetra, porque tradição, família, propriedade, de um lado, e comunismo, de outro, são pólos que se repelem mutuamente.

Entretanto, o povo de Minas não olha apenas os aspectos negativos. Pacato, mas perspicaz e intransigente, como sabe identificar e repelir com firmeza os que procuram destruir seu precioso patrimônio, sabe também acolher, com a hospitalidade e o entusiasmo que lhe são característicos, aqueles que lutam pela defesa de valores tão elevados.

Daí a recepção calorosa que teve o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, quando veio a esta cidade para instalar o Diretório Seccional de Minas Gerais da Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade, constituído pelos Srs. Dr. Antonio Rodrigues Ferreira, Presidente, Eng. Milton Luiz de Salles Mourão, Secretario, Dr. Vicente José Ferreira Neto, Tesoureiro, e Dr. Carlos Alberto Soares Corrêa, Dr. Pedro Paulo de Figueiredo e Eng. Aloizio Augusto Barbosa Torres Pereira, Vogais.

O Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, que é o fundador da TFP e Presidente do seu Diretório Nacional, chegou no dia 13, em companhia dos Srs. Caio Vidigal Xavier da Silveira e Paulo Eugenio de Niemeyer, membros dos Diretórios Nacional e da Guanabara, e foi recebido no aeroporto de Pampulha por grande número de pessoas de todas as classes da sociedade belo-horizontina: intelectuais, estudantes, funcionários da industria e comercio, e operários. Estavam presentes membros do Diretório Nacional da TFP e elementos dos Núcleos de São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Brasília, Curitiba, Goiânia, Olímpia, Ouro Preto, Juiz de Fora e Barbacena. Destacava-se a presença de S.A.I.R. o Príncipe D. Bertrand de Orleans e Bragança, vindo de São Paulo, bem como do universitário chileno Christian Vargas Lion, colaborador da revista “Fiducia” que recentemente interpelou o Presidente Frei a respeito de projeto de reforma constitucional que põe em risco o direito de propriedade.

Um cortejo de quarenta carros precedidos por batedores da polícia, com as sirenes ligadas, conduziu o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira até o Hotel Normandy. Ali chegando, da escadaria, S. Sa. Dirigiu uma saudação ao povo que se aglomerava na rua a ponto de impedir o transito.

Nova tática comunista atua no subconsciente

blankÀ noite no Instituto de Educação, em conferencia subordinada ao tema “Face ao comunismo: coexistência ou luta?” ( clique aqui para aceder ao texto completo da conferência ), perante um auditório de mais de 600 pessoas, o Presidente denunciou nova tática comunista de persuasão, que atua de maneira subconsciente. Denominou-a “baldeação ideológica inadvertida” (*), pois tende a desmobilizar os espíritos anticomunistas e ao mesmo tempo conduzi-los lentamente ao marxismo. A conferencia foi retransmitida pela Radio Guarani, diretamente do I.E.

Saudou o orador o Sr. Antonio Rodrigues Ferreira. Após encarecer o alcance da obra intelectual do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira como autor de vários livros de repercussão internacional, o Presidente do Diretório mineiro da TFP lembrou a fecunda atividade de S. Sa. como deputado federal constituinte, eleito aos 24 anos pela Liga Eleitoral Católica, como Presidente da Junta Arquidiocesana da AC de São Paulo, como catedrático da PUCSP, e como líder católico de projeção nacional. Sob vivo aplausos, o Sr. Antonio Rodrigues Ferreira transmitiu a palavra ao conferencista.

O Prof. Plinio Corrêa de Oliveira começou por mostrar a importância de uma tomada de posição do Brasil diante do problema do comunismo. O destino do mundo no dia de amanhã está na Americablank Latina, e, portanto,

está em larga medida no Brasil, cujo papel no continente sul-americano é de indiscutível realce.

O orador afirmou que a coexistência oferecida pelo comunismo não passa de manobra. Os comunistas, apesar de terem dominado pela força e pela fraude uma grande parte do globo, malograram no tentame de persuadir a humanidade da doutrina marxista. Nos países burgueses, não conseguiram ganhar uma só eleição.

Nos países em que alcançaram o poder pela violência, só se mantêm à custa de um regime de terror. Assim, impõe-se para eles uma mudança de tática, caso não queiram renunciar ao domínio do mundo.

Até o presente os comunistas têm recorrido sobretudo à doutrinação explicita. Se querem abrir as portas que para eles continuam fechadas, precisam se servir agora, amplamente, de uma técnica de persuasão que atue de maneira subconsciente.

Para isto simulam querer uma colaboração com o Ocidente, que desmobilize os espíritos hostis ao marxismo, e ao mesmo tempo os vá conduzindo lentamente para este. É a baldeação ideológica inadvertida.

O orador exemplificou esta nova tática com a utilização da palavra “privilegio”. Os comunistas exploram demagogicamente a legitima indignação contra os privilégios injustos. As vítimas desta demagogia, repetindo slogans adrede preparados, acabam por atacar a propriedade privada como se esta fosse um privilegio injusto, e por fim chegam a se tornar comunistas, sem perceber que foram habilmente manobradas neste sentido. É denunciando-a que se anula esta manobra: não é outro o objetivo da conferencia.

O Prof. Plinio Corrêa de Oliveira encerrou sua exposição com palavras de entusiasmo para com a atuação de Minas Gerais na derrubada de um governo que visava precisamente, a pretexto de colaboração, atirar o Brasil nas fauces do comunismo. Elogiou particularmente a atuação da mulher mineira nesse emergência.

Prolongadas e calorosas palmas coroaram a conferencia.

A mesa que presidiu a sessão tomaram assento, além do conferencista, S.A.I.R. o Príncipe D. Bertrand de Orleans e Bragança, o representante do Gen. Dioscoro Valle, Comandante da ID-4, o representante do Prefeito Osvaldo Pieruccetti, os Srs. Paulo Barros de Ulhôa Cintra e Arnaldo Vidigal Xavier da Silveira, do Diretório Nacional da TFP, e os Srs. Antonio Rodrigues Ferreira, Milton Luiz de Salles Mourão e Vicente José Ferreira Neto, Diretores da Secção de Minas.

No dia seguinte, na TV Itacolomi, o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira respondeu durante 30 minutos às perguntas formuladas a propósito de sua conferencia ( Clique aqui para aceder ao texto completo da entrevista ).

Esplendor da Tradição na Capelo do Ó de Sabará

blankNo domingo, 15 de agosto, festa da Assunção da Bem-aventurada Virgem Maria, a Secção de Minas da Tradição, Família e Propriedade fez celebrar, na recolhida, pitoresca e duas vezes centenária capela de Nossa Senhora do Ó de Sabará, Missa solene em ação de graças. Foi celebrante o Revmo. Pe. Francisco Barroso, Vigário Coadjutor da Paróquia de Antonio Dias de Ouro Preto, que assistiu a todas as comemorações. Trouxe S. Revma., de sua igreja, paramentos de alto valor histórico e artístico, os quais, juntados aos preciosos vasos da capela do Ó e aos cânticos do Coro São Gregório Magno, deram um tom de verdadeiro esplendor tradicional à cerimônia. O Coro, composto exclusivamente de jovens da Secção mineira da TFP, é dirigido pela maestro Carlos Alberto Pinto Fonseca, um dos fundadores do Madrigal Renascentista e atual regente do coral e Orquestra de Câmera da Universidade de Minas Gerais.

Durante toda a Missa, uma coroa de ouro à direita do altar, sobre uma coluna recoberta de veludo, lembrava a realeza da Santíssima Virgem Maria. Fora, num mastro de 10 metros, tremulava o estandarte rubro e ouro da Sociedade.

 Banquete de cem talheres no Automóvel Club

Ocupou sem duvida um lugar de relevo nas comemorações o banquete de cem talheres, realizado no salão dourado do Automóvel Club, na noite de 15, para homenagear o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira pela publicação do 100.000º exemplar de seu magistral estudo “A liberdade da Igreja no Estado comunista”, obra que, como se sabe, vem tendo profunda repercussão de âmbito internacional, e mereceu os mais altos encômios da Sagrada Congregação dos Seminários e Universidades. A homenagem foi promovida pela Secção de Minas da TFP.

Além de S.A.I.R. o Príncipe D. Bertrand de Orleans e Bragança e do Revmo. Pe. Francisco Barroso, participaram do banquete personalidades civis e militares, entre as quais os Srs. Gen. João Torres Pereira e Juiz Vicente de Paula Borges, do Tribunal de Alçada, bem como elementos de destaque da sociedade belo-horizontina, Diretores e sócios da Tradição, Família e Propriedade.

Na ocasião, usaram da palavra os Srs. Milton Luiz de Salles Mourão, pela Secção da TFP de Minas, Otto de Alencar Sá Pereira, pela Secção da Guanabara, e Arnaldo Vidigal Xavier da Silveira, pelo Diretório Nacional, salientando os vários aspectos da marcante personalidade do homenageado, como líder católico, pensador e homem de ação, cuja obra multiforme ultrapassou as fronteiras nacionais.

Falando por ultimo, o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira frisou que a aceitação que as ideais contra-revolucionarias vêm tendo, sobretudo por parte da mocidade, pressagia como desígnio irreversível da Providência a restauração gloriosa da civilização cristã.

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Aspectos da Ceia no Automóvel Club

Milhares de visitantes na exposição da Praça 7

blankEntre os dias 13 e 20, a Secção de Minas da TFP manteve em amplo local situado na Praça Sete, no coração desta Capital, uma exposição das campanhas e publicações da Sociedade, que foi visitada por alguns milhares de pessoas. Dentre outros despertaram muito interesse os “stands” alusivos à interpelação de 209 mil brasileiros à Ação Católica de Belo Horizonte, bem como às interpelações de 600 universitários mineiros à JUC de São Paulo e de 8 mil universitários de todo o Brasil ao deputado federal André F. Montoro, antigo militante da AC, a respeito da chamada terceira-posição, nem capitalista nem comunista. Também foram objeto de particular atenção dos visitantes os “stands” referentes à campanha dos universitários da TFP contra a realização do congresso brizolo-comunista da CUTAL, e à luta que a Sociedade vem travando contra o agro-reformismo socialista e anticristão, desde o lançamento de “Reforma Agrária – Questão de Consciência”, o “best-seller” de autoria do Arcebispo de Diamantina, do Bispo de Campos, do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira e do economista Luiz Mendonça de Freitas.

A apresentação viva e atraente do material exposto se harmonizava com a nota tradicional da decoração, com moveis e imagens antigas.

Repercussões na imprensa de Belo Horizonte

“Coexistência ou luta em face do comunismo”, “Mestre paulista prega decisão na luta contra a ideologia comunista”, “Comunistas iludem católicos para tentar voltar ao poder”, “Homenageado o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira com um banquete no Automóvel Club”, “TFP vem recebendo adesão de universitários mineiros”, foram algumas das manchetes dos jornais que, juntamente com as emissoras locais de radio e TV, deram ampla cobertura à visita do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira e à Tradição, Família e Propriedade. Pouco antes de seu regresso a São Paulo, o Presidente da TFP concedeu à agencia noticiosa USIS (United States Informations Service) uma entrevista que foi gravada para ser transmitida dos EUA para toda a America Latina através do programa “A Voz da America”.

O governador de Minas congratula-se com a TFP

Entre as varias congratulações e manifestações de apreço recebidas nessa ocasião pelo Diretório Seccional da TFP, destaca-se o telegrama do Governador do Estado, Sr. José de Magalhães Pinto, cujo texto é o seguinte: “Impossibilitado de atender o atencioso convite para assistir a conferencia pronunciada pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, no dia 13 ultimo, no Instituto de Educação, quero apresentar à Diretoria os meus melhores cumprimentos pela promoção do acontecimento, formulando votos para que a entidade continue propugnando sempre pela defesa dos nobres ideais que inspiraram a sua criação. Saudações cordiais. – José de Magalhães Pinto, Governador do Estado”.

José Martini

NOTAS

(*)  NO DIA 8 DE DEZEMBRO de 1965, encerrava-se o Concílio Vaticano II. No momento em que os Prelados do mundo inteiro voltavam para suas terras de origem, a palavra diálogo voava de boca em boca, excitando com sua carga febricitante certo tipo de ambientes no mundo inteiro.

A palavra assumia um sentido novo e reluzia como algo de “moderno” e “atualizado”. Dialogar era estar em dia; não dialogar era proceder de maneira retrógrada. Pois o diálogo parecia ter o condão de desarmar todas as prevenções, e era a maneira simples, irresistível, de mudar as convicções, inclusive dos comunistas.

Com o mesmo efeito “mágico” se carregavam, analogamente, as palavras –ecumenismo, coexistência pacífica, paz e outras do gênero.

Nos ambientes em que tal estado de ânimo penetrava, ia-se notando aos poucos uma desmobilização dos espíritos em relação ao comunismo, predispondo favoravelmente à doutrina e à tática deste pessoas de si refratárias à pregação marxista explícita. De onde a suspeita de que o uso “torcionado” de palavras como –diálogo fizesse parte de um artifício tático novo, posto em uso pelo comunismo em sua incessante guerra psicológica revolucionária contra o Ocidente e a Igreja.

Uma descrição sucinta desse processo, naquilo que ele tem de essencial, poderia transformar esta suspeita de muitos em certeza, e premunir os incautos contra a nova e subtil tática comunista.

Visando este fim, o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira escreve Baldeação ideológica inadvertida e diálogo, publicado em primeira mão por “Catolicismo”, nº 178/179, de novembro/dezembro de 1965.

Em janeiro de 1966, a Editora Vera Cruz lança a primeira edição em forma de livro, que a TFP brasileira se encarrega de difundir por todo o País.

De 1966 para cá, as edições se sucedem: cinco em português, seis em espanhol, uma em italiano, uma em alemão e uma em inglês. Ao todo, 132,5 mil exemplares. O trabalho é transcrito integralmente em sete jornais ou revistas de cinco países. As TFP’s do mundo inteiro se empenham a fundo na tradução, edição e difusão – freqüentemente por meio de campanhas de rua – da obra do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira.

“Um homem, uma obra, uma gesta – Homenagem das TFPs a Plinio Corrêa de Oliveira” – Parte II; Quando TFPs somam seus esforços; Primeira seção; Livros publicados por várias TFPs  )

 

 

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