Auroras boreais e semelhantes: serão sinais de Deus? Exemplos concretos

Santo do Dia, 16 de março de 1989

A D V E R T Ê N C I A

O presente texto é adaptação de transcrição de gravação de conferência do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira a sócios e cooperadores da TFP, mantendo portanto o estilo verbal, e não foi revisto pelo autor.

Se o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira estivesse entre nós, certamente pediria que se colocasse explícita menção a sua filial disposição de retificar qualquer discrepância em relação ao Magistério da Igreja. É o que fazemos aqui constar, com suas próprias palavras, como homenagem a tão belo e constante estado de espírito:

“Católico apostólico romano, o autor deste texto  se submete com filial ardor ao ensinamento tradicional da Santa Igreja. Se, no entanto,  por lapso, algo nele ocorra que não esteja conforme àquele ensinamento, desde já e categoricamente o rejeita”.

As palavras “Revolução” e “Contra-Revolução”, são aqui empregadas no sentido que lhes dá o Prof. Plínio Corrêa de Oliveira em seu livro “Revolução e Contra-Revolução“, cuja primeira edição foi publicada no Nº 100 de “Catolicismo”, em abril de 1959.

 

* A autora boreal que precedeu a Segunda Guerra Mundial

Os Srs. se lembram que a Segunda Guerra Mundial foi antecedida de uma aurora boreal muito pronunciada em Portugal.  Em todo território português ela se fez sentir.

Pela recordação que tenho daqueles tempos muito afastados, o noticiário que se publicou à época, o que me ficou no espírito é a ideia de que da Espanha não veio nenhuma repercussão.  Mesmo de cidades que ficam na fronteira entre os dois países, mas do lado espanhol, não veio nenhuma repercussão.

E a ideia com que fiquei – pode minha ideia estar equivocada – é de que o fenômeno se cingiu muito exatamente a Portugal.  Ou, se atingiu alguma zona fronteiriça, na Espanha, foi muito de raspão e os jornais não falaram disso.

Isso se explica muito bem, pelo fato de que a promessa de sinais no céu etc., essa promessa foi dada ao mundo a partir de Fátima, e se compreende que Portugal fosse o lugar preferido por Nossa Senhora para fazer a revelação e que fosse o lugar onde o primeiro sinal se manifestasse.  De fato, depois, a aurora boreal se fez sentir em vários lugares do mundo, mesmo lugares muito ao sul.  Ainda hoje o Dr. Mário me falava que Dom Pedro Henrique presenciou a aurora boreal em Parma ou Nápoles.  Não me lembro.

(Dr. Mário: Sim. Ele disse que se presenciou em todo o sul da Europa).

A aurora boreal nessas condições, é um milagre ou não?  É um sinal do céu ou não?  Uma vez que Nossa Senhora disse…

* Nossa Senhora em Fátima anunciara

O que disse, Dr. Borelli, na mensagem de Fátima sobre prognósticos da guerra?

(Dr. Borelli: Que quando se visse uma noite iluminada por uma luz desconhecida, era o sinal que a guerra estava próxima).

Exatamente, para a grande parte dos povos que viram isso, a aurora boreal era uma luz desconhecida.  Quando se visse uma noite iluminada por essa luz, sabei que é o começo dos castigos etc.  Essa seria a ideia.

Essa luz de que Nossa Senhora fala não seria necessariamente um milagre.  Poderia ser que, Nossa Senhora conhece os segredos em Deus, soubesse que um fenômeno natural em tal ocasião se formaria, e que isso era um sinal.  Quer dizer, Ela sabia que isto coincidiria com pelo jogo natural das coisas.

Pode também ser um milagre.  Pode ser que Nossa Senhora obtenha de Deus, que Deus mande produzir-se um fenômeno que está para além da natureza, que não se pode explicar pelo simples jogo das coisas.

* Como saber se é fenômeno natural ou aviso dos céus

Mas então, para nós darmos um caráter de sinal a uma aurora boreal, em rigor de lógica nós temos que nos perguntar se é um milagre ou não.

Depois, em segundo lugar, se ela não é um milagre pelas condições nas quais se passou, o que ela tem de extraordinário.  Precisa ter alguma coisa de extraordinário.  Quando é uma aurora boreal comum, é comum; quando ela se dá nas zonas onde normalmente ela se dá, no Canadá, por exemplo.

É preciso tomar em consideração que quando aparece uma aurora boreal extraordinária, em circunstâncias não comuns, mas que não são necessariamente um milagre, se o conjunto dos acontecimentos que estão se dando naquela ocasião explicam que isso seja o começo do castigo.  Se há um sinal extraordinário e ao mesmo tempo as circunstâncias explicam que seja o começo do castigo, pode-se desconfiar muito que seja.  Se o castigo se realizar, então fica provado que era o sinal.

Nessa perspectiva é que nós devemos considerar dois fatos muito desigualmente importantesum fato ocorrido nos EEUU e que depois se espalhou por vários outros países, e que nós tivemos notícia, pelo telefone, da TFP norte-americana, e, depois, um fato muito menor, mas digno de alguma atenção nessa perspectiva porque houve nos EEUU, senão não seria digno dessa atenção, e que se verificou hoje à tarde em São Paulo, e que eu mesmo vi.

Antes de tudo nós vamos ter agora uma exposição do que houve nos EEUU, seguido de slides.  E depois o Dr. Mário e Dr. Felix Borsato farão uma exposição do que há cientificamente pelo menos muito incomum – pelo menos -, ou talvez milagroso nessa aurora boreal como ela se apresentou.

Então, quem sabe se era melhor agora, Dr. Mário e o Sr. Borsato darem o jornal falado para encerrarmos por hoje o assunto.

(Dr. Mário mostra, com base em estudos, a área atingida pela aurora boreal normalmente e o extraordinário da presente, vista até em Cuba).

* Uma luz nos céus de São Paulo no dia de hoje

Então, para encerrar, estávamos hoje na Via dos Bandeirantes, em dois automóveis, eu estava fazendo o giro de carro para rezar minhas orações do dia.  Num automóvel iam o Sr. João, o Sr. Gugelmin, o Sr. Arnolfo e eu. No outro automóvel iam o Sr. Fernando Antunes e mais alguns.

Nesses dois automóveis, já tínhamos dado a volta até o período máximo, estávamos voltando para São Paulo.  Eu estava rezando e, confusamente, uma nuvem muito bonita de cor rosa me chamou a atenção.  Eu procurei não deitar atenção, porque estava rezando.  Mas aquilo persistiu e eu resolvi parar as orações e prestar atenção, para ver o que era.  Percebemos, os do primeiro automóvel e penso também que os do segundo, diante de nós uma nuvem de grande tamanho, de grande comprimento, de uma altura grande, uma nuvem muito encorpada, muito cheia e de um cor-de-rosa muito bonito.

Enquanto, ao mesmo tempo, o céu vizinho – eram mais ou menos 6:30 da tarde – tomava uma coloração azul, dada a azul ferrete, azul quase escuro, que é raríssimo no céu de São Paulo.  Nos dias mais bonitos em São Paulo, o azul é sempre um pouquinho esbranquiçado.  Ao menos mais esbranquiçado do que eu gostaria.  Eu gosto do azul ferrete e o céu raras vezes tem essa cor aqui.  Hoje, nas cercanias da nuvem, apresentava esse colorido.

Isso se dava à minha frente e à esquerda.  À direita se prolongava.  E os que estavam atrás no automóvel me disseram que por detrás ainda estava mais bonito, mais intenso do que se vi na frente.  Mas eu não consigo me virar para trás, inclusive se viro para trás com o automóvel andando me dá náusea.  Não posso fazer.  Portanto não vi.

(Aparte: O fenômeno que o Sr. via circundava o céu e terminava do outro lado, onde se punha o sol e as nuvens tinham um colorido muito mais vivo, coruscante.  Eu nunca vi um pôr de sol onde as nuvens coroassem o céu inteiro, luminosas, de um róseo-vermelho).

* Relação entre uma e outra luz

Que relação isso tem com os fatos de Nova Iorque?

Um relação tênue, não é uma relação densa.  Esta relação está no fato, que o vermelho da luz aparecida nos EEUU e rosa muito carregado desse círculo em São Paulo, e em mais de um lugar em São Paulo.  E, depois o fato de que poder-se-ia admitir em rigor que fosse um respingo do sinal dos EEUU, ou do sinal de Bariloche.  É um nexo tênue, mas como se verificou muito próximo de nós vale a pena mencionar de passagem.

Eu acho que todo o aspecto da aurora boreal de Portugal não teria merecido registro se depois não tivesse saído a guerra.  Aquilo como prognóstico da guerra, valia muito menos antes da guerra arrebentar do que depois da guerra arrebentar.

Então, agora, para nós, devemos ver o que vai acontecer. Se acontecer algo, é certo que foi um sinal.  Se não acontecer, terá sido um sinal?  Não terá sido. 

Vamos ver o que vai acontecer.  Não se vai além disso.

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