|
Reforma Agrária - Questão de Consciência |
||
Capítulo II Proposição 24
Comentário Fomentar quanto possível algo, não é querer que só exista isto. Quantas coisas devem ser fomentadas o mais possível, segundo as diretrizes da Igreja:
Mil outros exemplos deste gênero poderiam ser mencionados. É nestes termos que a Igreja, desejosa do equilíbrio social e do bem-estar de todas as classes, recomenda que a pequena propriedade desempenhe na estrutura agrária todo o grande papel que lhe cabe. Essa recomendação é sempre oportuna porque, se não houver empenho especial em manter a pequena propriedade, fraca por natureza, facilmente poderá ela desaparecer, em certas circunstâncias, absorvida pela propriedade media e grande, ou pulverizada pelas sucessões hereditárias que acarretam impostos pesados e partilha igual entre os filhos. * * * Convém lembrar aqui que o zelo da Igreja pela pequena propriedade tem também outra causa. Sendo, como já se viu (212), natural aos homens a condição de proprietário, não pode ela deixar de desejar que – dentro do possível – o maior número deles efetivamente possua algo. Assim, todo o empenho da Igreja em fomentar a pequena propriedade não resulta de modo algum de argumentos que impliquem em hostilidade, nem em simples antipatia, à propriedade media ou grande. Se, pois, certos projetos de lei, como por exemplo a revisão agrária proposta pelo Governador Carvalho Pinto, tivessem apenas o objetivo de difundir a pequena propriedade, sem combater a grande, seriam dignos de encômio. Pena é que ultrapassem esse objetivo, inspirados pela tendência de reduzir exageradamente as desigualdades de nossa estrutura rural. Nota: .Índice Adiante Atrás Página principal |