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Reforma Agrária - Questão de Consciência |
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Capítulo II Proposição 22
Comentário O desejo de melhorar de nível e condições de vida é em geral suscitado e mantido nos degraus mais baixos da hierarquia social pelo exemplo das categorias superiores. Há erro em supor que o conforto e o brilho da existência dos mais ricos ou abastados redunde exclusivamente em proveito destes. Presenciando o desenrolar de uma vida mais atraente, procuram as classes modestas melhorar a sua própria existência. Esta função das camadas mais tradicionais, cultas e ricas é tanto mais importante quanto é certo que a lei do mínimo esforço leva, às vezes, massas inteiras a se conformarem durante séculos com um modo de viver subumano. Entre nós mesmos, um obstáculo não pequeno para o levantamento do teor de existência do trabalhador rural é a inapetência que este revela, com certa freqüência, de abandonar a vida pobre ou até miserável a que está habituado. * * * Aliás, em tais hipóteses o mero exemplo dos mais abastados é, por vezes, insuficiente. O conforto e, segundo o caso, mesmo o luxo do fazendeiro, por exemplo, frequentemente deixa inerte o trabalhador. Cabe então às classes elevadas um dever ainda maior: o de agir pessoalmente sobre o homem do campo para o soerguer. Como faze-lo? A questão é muito vasta, e escapa aos limites deste livro. Em princípio, lembramos apenas que cumpre habituá-lo por etapas a um teor de vida melhor, se bem que sempre muito rural. Este importante assunto fica indicado à atenção dos competentes na matéria. * * * De qualquer forma, a este comentário interessa sobretudo mostrar que a existência de uma elite é indispensável para o progresso do povo. Índice Adiante Atrás Página principal |