Plinio Corrêa de Oliveira

 

 

Minha

 

Vida Pública

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Preliminares



- Advertência

PLINIO CORRÊA DE OLIVEIRA (1908-1995) não escreveu uma autobiografia. Entretanto, os traços fundamentais de sua admirável vida e sua fecunda obra podem ser delineados a partir do imenso acervo de documentos que os compiladores destes Relatos autobiográficos tiveram à sua disposição, fruto em grande parte de gravações colhidas em diversas ocasiões e posteriormente transcritas em forma digital. Exposições orais feitas por ele a pedido de seus discípulos e seguidores, trechos de conversas, palestras, conferências, livros que narram sua epopéia, artigos, manifestos, entrevistas e declarações à imprensa, cartas etc.

Não pretenderam eles esgotar os múltiplos aspectos que caracterizam o bom combate que Plinio Corrêa de Oliveira travou ao longo de seus quase noventa anos de vida e setenta de lutas pela causa da Igreja e da civilização cristã. Tal não seria viável, quer pela extensão da matéria, quer pela riqueza de conteúdo e de aspectos da mesma. Foram destacados apenas os elementos que permitem ao leitor formar uma ideia, a um tempo fiel, substancial e clara, de sua marcante atuação no cenário brasileiro.

Não só. Sua influência projetou-se para muito além de nossas fronteiras. Ela atingiu os cinco continentes em momentos que foram decisivos na história do século XX, a ponto de se estender post mortem, século XXI adentro, indicando um luminoso caminho a trilhar dentro da crise contemporânea.

O leitor não imbuído de preconceitos ideológicos anticristãos, facilmente discernirá o espírito entranhadamente católico com que Plinio Corrêa de Oliveira se empenhou nos embates em prol dos fundamentos de uma ordem autenticamente cristã. Embates que travou com galhardia sem igual e inegável acerto, com vistas a uma futura restauração da civilização católica, tantas vezes anunciada por vozes autorizadas de santos e profetas e pela própria Mãe de Deus, em Fátima.

Daí o epitáfio inscrito, segundo seu manifesto desejo, em sua lápide funerária: Vir catholicus, totus apostolicus, plene romanus” (Varão católico, todo apostólico, plenamente romano).

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Com um senso da realidade que excluía toda e qualquer ilusão, Plinio Corrêa de Oliveira tinha sempre presente que sua atuação se desenvolvia num mundo que se afastou de Deus, e que nessa nefasta rota se mantém, aprofundando-se cada vez mais na desordem e no caos — ao mesmo tempo que luzes de uma autêntica conversão vão se acendendo, cá e lá no horizonte plúmbeo, como estrelas da manhã a indicar um novo dia prestes a raiar. Por isso, escreveu ele: “Para além da tristeza e das punições supremamente prováveis, para as quais caminhamos, temos diante de nós os clarões sacrais da aurora do Reino de Maria” (Revista Catolicismo n° 197, maio de 1967).

Esquematizando, numa matéria entretanto pouco afeita a esquemas, mas tendo em vista simplificar o panorama para o leitor, poderíamos dizer que a atuação de Plinio Corrêa de Oliveira se exerceu em dois campos distintos, porém imbricados um no outro. Primeiro, uma denúncia profética da imensa conjuração progressista no interior da Igreja, que hoje vai atingindo patamares insuspeitados; e, segundo, o combate acérrimo e eficaz, sempre nas vias da legalidade, ao processo revolucionário que, dos séculos XIV e XV a nossos dias, visa à completa laicização e conseqüente descristianização da sociedade temporal.

Mesmo neste segundo campo de atuação, Plinio Corrêa de Oliveira apontou reiteradamente a influência deletéria exercida pelo esquerdismo católico sobre a sociedade civil.

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Na primeira metade do século XX, no Ocidente, era ainda possível observar no convívio humano uma considerável impregnação do espírito do Evangelho, bem como a influência não pequena dos princípios da Lei natural. A atuação do esquerdismo católico, a um tempo caudatário e propulsor das formas mais avançadas de socialismo, consistiu precisamente em substituir esse espírito e esses princípios, de forma mais sutil ou menos, conforme as situações e ocasiões, por concepções deles discrepantes e não raro opostas.

Contra tal desiderato revolucionário Plinio Corrêa de Oliveira levantou destemidamente o estandarte da Contra-Revolução. Em torno dele se agruparam, ao longo das décadas, um sem-número de aderentes, especialmente jovens, cansados das utopias revolucionárias, como também da mediocridade e dos prazeres fátuos, e desejosos de servir a um ideal superior, que realmente valesse a pena servir. O cerne da doutrina e da ação revolucionárias, bem como o modo eficaz de a elas se opor está descrito em seu magistral ensaio Revolução e Contra-Revolução. A luz que emana dessa obra nos iluminará constantemente ao longo da presente exposição.

Foi, pois, com o objetivo de defender a Igreja e a civilização cristã, que Plinio Corrêa de Oliveira estendeu o âmbito de sua atuação pelos cinco continentes, favorecendo a fundação de associações autônomas, inspiradas em idênticos objetivos e irmanadas no mesmo ideal.

Ao mesmo tempo, incentivava ele e apoiava organizações com metas similares, existentes em outras nações, tendendo a formar uma frente ampla de combate à Revolução. Tal frente aglutinaria todos aqueles que se opõem à derrubada de alguma parcela, por pequena que seja, do edifício sagrado da Igreja ou dos pilares, também sagrados, da civilização cristã.

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Sendo de natureza muito variada o material utilizado neste trabalho, tornou-se necessário adaptar — já o dissemos — a linguagem falada à linguagem escrita, como também unificar os diversos textos de modo a oferecer ao leitor uma unidade de estilo, apresentando-os, na medida do possível, como se fossem frases pronunciadas ou escritas em primeira pessoa pelo biografado, ressaltando assim o caráter autobiográfico do conjunto. Essa licença editorial em nada diminui ou prejudica a fidelidade aos originais que serviram de base a esta compilação, pelo contrário, é total o compromisso com a reprodução autêntica do sentido da narração feita por Plinio Corrêa de Oliveira. Daí também o caráter o quanto possível coloquial da exposição, que não visa ser literária, mas sim tornar-se facilmente assimilável pelo leitor. Permitimo-nos também, em raras ocasiões, introduzir frases curtas que servissem de transição harmônica entre um assunto e outro, para efeito de facilidade de leitura.

Da Parte X em diante, como os fatos são mais próximos dos dias presentes, e de alguma forma se tornaram menos freqüentes as narrações autobiográficas feitas por Plinio Corrêa de Oliveira em suas palestras, algo do tom autobiográfico que permeia estas páginas dá lugar a narrativas e comentários, sempre feitos por ele, de acontecimentos da atualidade.

Toda a vastíssima e valiosíssima documentação utilizada é meticulosamente indicada em notas que poderão ser encontradas ao pé de cada página. Convém ter presente o significado de algumas siglas que se repetem nessas indicações. Para tal, ver o quadro Significado das siglas das fontes bibliográficas, logo adiante.

Também ao pé da página virão as notas de esclarecimento de responsabilidade dos compiladores.

Inserções complementares desses mesmos compiladores virão indicadas por um asterisco, e serão colocadas em tipo de corpo menor, logo em seguida ao parágrafo a que se referem.

Quanto aos documentos públicos e outros textos de Plinio Corrêa de Oliveira, citados ao longo do trabalho, podem ser consultados com toda a facilidade no imenso acervo do site www.pliniocorreadeoliveira.info.

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A presente narrativa em forma autobiográfica permitirá ao leitor, assim o esperamos, apreciar a grandeza desse ilustre brasileiro, que tanto honrou a nossa pátria, cujo nome e cuja obra porém são frequentemente objeto de uma conspiração do silêncio dentro de nossas fronteiras, contrastando com a nomeada de que goza em nações cultas do hemisfério norte, enquanto intelectual, enquanto católico e homem de ação.

E constitui, por essa forma, uma homenagem de justiça que os diretores e colaboradores do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira, como continuadores entusiastas de sua obra, lhe fazem por ocasião do vigésimo aniversário do seu falecimento.

São Paulo, 8 de setembro de 2015

Festa da Natividade de Nossa Senhora

instituto plinio Corrêa de oliveira


- Significado das siglas das fontes bibliográficas

 

Almoço ou Jantar (conversas gravadas durante a refeição)

CA (Comissão Americana: reunião com amigos da TFP americana, que vinham a São Paulo em intercâmbio)

CCEE (palestra para Correspondentes e Esclarecedores da TFP)

Chá (conversas com discípulos, enquanto tomava o chá da tarde)

CM (Comissão Médica, reunião com médicos da TFP e agregados)

CSN (Conversa de Sábado à Noite, conversa informal com discípulos na casa de Dr. Plinio aos sábados à noite)

Despachinho (despachos com seu secretário sobre assuntos diversos)

EANS (reuniões numa sede campestre no município de Amparo-SP, chamada Êremo do Amparo de Nossa Senhora)

ENSDP (reuniões numa sede da rua Atibaia, no bairro das Perdizes, chamada Êremo de Nossa Senhora da Divina Providência)

EPS (Êremo Praesto Sum: reuniões feitas numa sede da TFP no bairro de Santana)

ESB (Êremo de São Bento: reuniões feitas numa sede da TFP que pertencera aos beneditinos, na rua Dom Domingos de Silos, em São Paulo)

ESM (Êremo de São Miguel: reuniões feitas para componentes de uma sede campestre da TFP na cidade de Belo Horizonte)

Gravação (palavras ditadas por Dr. Plinio no gravador para serem enviadas a algum grupo ou destinatário)

MNF (conversas dirigidas com um grupo de pessoas, sobre temas sócio-filosóficos)

Palavrinhas (conversas rápidas, de 10 a 15 minutos, com grupos diversos)

Palestra (quando não há especificação sobre o tipo de palestra, refere-se a palestras habituais para sócios e cooperadores)

Percurso (despachos gravados durante o percurso de automóvel)

Relatos (breves relatórios feitos por pessoas que estiveram com Dr. Plinio por algum tempo)

RR (Reunião de Recortes: reunião com discípulos, comentando recortes de jornais e revistas)

SD (Santo do Dia: reunião com jovens, comentando o Santo do Dia)

SEFAC (Semana Especializada de Formação Anticomunista: conferência geralmente de encerramento de semanas de estudos para neocooperadores)

SRM (reuniões na Sede do Reino de Maria, nome que tomou a principal sede do movimento, a partir da década de 1960)

 


 

- Dados editoriais

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Pesquisa, compilação e adaptação

Enrique Loaiza

Abel de Oliveira Campos

Revisão

Antonio Augusto Borelli Machado

Gregorio Vivanco Lopes

Projeto gráfico e arte final

Luis Guillermo Arroyave

 

© Copyright 2015

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ISBN 97-885-7206-241-1

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