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Plinio Corrêa de Oliveira
A
Reforma Agrária socialista e confiscatória – A propriedade privada e a
livre iniciativa, no tufão agro-reformista
1985 |
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Em vez de
uma Reforma Agrária imposta autoritariamente e contrária à abertura,
uma ampla consulta popular que exprima os desejos do País
A
conseqüência de quanto foi exposto é que a aplicação do ET e do PNRA
importaria em contradição flagrante com o espírito da abertura, na
violação frontal do Direito Natural e da Lei revelada por Deus. Além
do que, do ponto de vista da prosperidade nacional, constituiria uma
verdadeira aventura. Ou seja, um lance que, da aventura tem a temeridade e
as perspectivas sombrias, e de nenhum modo as correspondentes
possibilidades de êxito. Assim,
sob todos os pontos de vista, o ET deve ser revogado mediante deliberação
do Congresso. E o PNRA arquivado. Isto
posto, no rumo das cogitações deste estudo só pode estar a sugestão de
que a classe agrícola do Brasil – tão numerosa, tão respeitada e
benquista, e por isto mesmo tão influente – peça que o
Governo federal encaminhe ao Congresso e ponha ao alcance do público um
projeto de consolidação de toda a nossa legislação agrária, para que
sobre este possa decidir a Nação. O povo brasileiro ficaria então
dotado dos meios necessários para formar uma idéia cristalina da situação
legislativa agrária vigente, das reformas que nela queira introduzir o
Governo e da regulamentação com que ele complementaria essas reformas. Assim,
e só assim, poder-se-ia dizer que, consoante os princípios democráticos
de que se ufana a abertura política, a Nação teria meios de debater o
magno tema agrário, e de decidir sobre ele. Essa
solução, a TFP a deseja com o maior empenho. Entre muitas razões de
maior tomo, porque se nos evitaria assim a amarga contingência de afirmar
que o Plano Nacional de Reforma Agrária governamental era mero produto da
vontade do Poder executivo, sem o consenso deliberativo do Congresso, e
sem os enriquecimentos que lhe adviriam do amplo debate, evidentemente
necessário. Os
fazendeiros que estejam de acordo com as aspirações da TFP aqui
externadas, além de fazerem uso do livre e direto acesso aos salões
presidenciais e ministeriais, garantido pelas leis em vigor, agiriam
sabiamente se, nesse sentido, procurassem mobilizar
para uma ação dentro da lei as múltiplas associações rurais, oficiais
ou privadas, que florescem no País. Dispõem estas de largo prestígio
em todas as camadas da sociedade. Ademais, gozam de boa audiência junto
aos mais altos órgãos governamentais. E está na missão delas defender
a classe cujos direitos e interesses a legislação agrária vigente – máxime
se aplicada com a alarmante amplitude prevista no PNRA – tem em vista
golpear. E
aqui fica consignada mais uma sugestão da TFP: se os agro-igualitários
estão certos de que a Reforma Agrária é popular; se estão persuadidos
de que ela só está sendo contida no Brasil por misteriosas forças econômicas,
que aliás jamais indicam concretamente quais sejam, peçam
ao Governo que aguarde as próximas eleições legislativas ou promova a
realização de um plebiscito, depois de seis meses de iniciado o debate
sobre a Reforma Agrária. Pois sua vitória seria irrefragável. De
outro lado, os órgãos das associações rurais patronais cuidem de ter uma imprensa anti-agro-reformista que, ao menos em
alguma medida, possa contrastar com o pendor nitidamente agro-igualitário,
ou tendente à Reforma Agrária, de quase todos os nossos jornais. Que,
nesse sentido, façam um grande esforço, junto ao Rádio e à TV. Enfim,
que também eles apresentem ao Governo, como aspiração veemente da
consciência nacional, o pedido de que
o magno assunto da Reforma fundiária não se decida tão-só no gabinete
presidencial, mas seja entregue às urnas, em seguida a eleições
previstas por lei, ou a votação plebiscitaria. |