Plinio Corrêa de Oliveira

 

Não está em ordem com Deus

quem cumpre os três primeiros Mandamentos e manda às favas os outros sete

 

 

 

 

 

 

Reunião para os Correspondentes Esclarecedores, 12 de fevereiro de 1991

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A D V E R T Ê N C I A

Gravação de conferência do Prof. Plinio com sócios e cooperadores da TFP, não tendo sido revista pelo autor.

Se Plinio Corrêa de Oliveira estivesse entre nós, certamente pediria que se colocasse explícita menção a sua filial disposição de retificar qualquer discrepância em relação ao Magistério da Igreja. É o que fazemos aqui constar, com suas próprias palavras, como homenagem a tão belo e constante estado de espírito:

“Católico apostólico romano, o autor deste texto  se submete com filial ardor ao ensinamento tradicional da Santa Igreja. Se, no entanto,  por lapso, algo nele ocorra que não esteja conforme àquele ensinamento, desde já e categoricamente o rejeita”.

As palavras "Revolução" e "Contra-Revolução", são aqui empregadas no sentido que lhes dá Dr. Plinio em seu livro "Revolução e Contra-Revolução", cuja primeira edição foi publicada no Nº 100 de "Catolicismo", em abril de 1959.


 

 

São todas perguntas muito boas, com todo cabimento. Vamos agora tratar pergunta por pergunta. Tenha paciência de ler mais uma vez a primeira pergunta.

(Dr. Plinio Xavier: Que forma de dedicação o senhor espera de nosso trabalho e de nossa atuação? Qual a responsabilidade de cada um no sentido de nos afervorarmos, de nos salvarmos, para depois afervorar e salvar outras almas? Qual a nossa responsabilidade no campo temporal?)

Eu vou começar pelo último ponto: qual a nossa responsabilidade no campo temporal. E depois uma pergunta que está meio contida nessa, mas não está inteiramente definida, é a seguinte: qual é a responsabilidade que nossa condição de Correspondentes da TFP, que trabalham no campo temporal, que responsabilidade tem isso no campo espiritual? Quer dizer, no campo propriamente religioso, no campo da salvação das almas, que alcance tem o trabalho da TFP?

Concretamente falando, a TFP deve trabalhar pela tradição, família, propriedade, contra o comunismo. Por isso ela se chama Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família, Propriedade.

Agora, se nós, em vez de defendermos a Tradição, a Família e a Propriedade, se nós fizermos um trabalho, por exemplo, para o incremento e expansão da devoção a Nossa Senhora, nós temos a impressão de que estamos fazendo um trabalho muito mais grato a Nossa Senhora, porque é de uma essência muito mais religiosa. E é claro que aquilo que tem caráter mais religioso agrada mais a Nossa Senhora do que o que tem caráter menos religioso.

O tema da propriedade privada tem caráter menos religioso. O tema do anticomunismo tem caráter menos religioso. O tema da devoção a Nossa Senhora tem caráter mais religioso. Logo, nós andaríamos bem se pegássemos todos esses assuntos temporais e mandássemos às favas, e fizéssemos uma propaganda exclusivamente religiosa. Isto agradaria mais a Nossa Senhora, isso nos traria mais bênçãos do céu, auxiliaria a salvação das nossas almas, e esse mundo todo perdido como está que vá às favas, e que acabe de se perder.

É um modo pelo qual as pessoas poderiam raciocinar e fazer uma objeção, portanto, contra o trabalho da TFP.

A natureza dessa objeção consegui torná-la bem clara, ou não?

[Sim senhor.]

Agora, qual é a resposta que nós devemos dar a isto?

A resposta que devemos dar é a seguinte. É que os nossos deveres para com Deus são de duas ordens. Um dever é diretamente para com Ele. Esses são os deveres que constam nos três primeiros Mandamentos da Lei de Deus. Esses três primeiros Mandamentos dizem respeito ao culto a Deus, e às relações que devemos ter com Deus e, portanto, com Nossa Senhora, com os Anjos e com os santos. Vamos dizer numa palavra: com o Céu.

Mas Deus não revelou apenas três Mandamentos. Ele revelou dez Mandamentos. E uma pessoa não se salva cumprindo só os três primeiros Mandamentos, e não cumprindo os outros. É preciso não matar, é preciso honrar pai e mãe, é preciso etc., etc., vem os outros Mandamentos. Quem não cumprir todos os Dez Mandamentos não agrada a Deus. E não está em ordem com Deus quem cumpre três Mandamentos e manda às favas os setes outros Mandamentos.

É claro que isto tem uma razão religiosa. Qual é a razão que isto tem?

Vamos tomar, por exemplo, a mentira. A mentira está proibida no Mandamento que diz: "Não levantar falso testemunho". Há uma frase da Escritura que diz: "Deus tem horror à boca mentirosa".  Então é verdade que quem mente, Deus tem horror a quem mente. E é verdade que Deus ama quem diz a verdade. E a boca limpa, que nunca pronuncia uma palavra mentirosa, e que sempre diz a verdade, é amada por Deus. Mas a uma boca que mente, sobretudo quando ela tem o hábito de mentir, Deus tem horror a ela.

Então, trabalhar para que os outros não mintam, é ou não é o cumprimento de um dever religioso?

À primeira vista não é. “Eu vou levar as pessoas a terem devoção a Nossa Senhora de Fátima. Mentir ou não mentir, "A" mentir para "B", "B" não mentir para "C", isso não tem nada que ver. Desde que amem a Nossa Senhora está tudo acabado...”

Mas não estão amando a Nossa Senhora. Porque se Deus tem horror à boca mentirosa, Deus tem horror à mentira. E se tem horror à mentira, aquele que está mentindo não ama a Deus. E se ele não ama a Deus, não adianta eu estar pregando esta ou aquela devoção para ele, e não pregar também a prática ao Mandamento que ele não cumpre, uma vez que ele tem que cumprir os Dez Mandamentos.

Também o roubo. Está proibido em dois Mandamentos o roubo: É "não roubar" (um Mandamento que diz isso expressamente), e outro o Mandamento que diz "não cobiçar as coisas alheias". “Não cobiçar as coisas alheias” não é o seguinte: eu vejo esse copo, ele não é meu, mas eu gostaria de ter esse copo. Então eu tenho vontade de comprar esse copo. Vou ao dono e pergunto por quanto ele vende, se eu puder comprar, compro. Isso não é cobiçar as coisas alheias.

“Cobiçar as coisas alheias” é uma coisa diferente. Aqui está esse copo, eu não tenho dinheiro para comprar esse copo, ou sei que o dono não quer me vender esse copo, e eu fico amargurado porque não posso ter o copo, e fico com raiva, fico com inveja, a minha alma se dispõe de modo iracundo com a pessoa que não quer me transferir o copo. Aí eu pequei. Porque o copo é dele, ele é o dono do copo, ele tem o direito de não me vender o copo, ele tem o direito de me pedir pelo copo um preço que eu não posso pagar, e ele nisso faz uso de seu direito, anda bem. E eu ficar amargurado porque uma pessoa está usando de seu direito de um modo que eu não gosto, é um pecado. Então eu não tenho o direito de ficar amargurado porque ele não quer me vender esse copo.

E então eu peco se eu roubo o copo, por exemplo, porque o indivíduo não quis me vender o copo. Eu cobicei uma coisa alheia, a coisa dele, eu pequei.

Mas vejam bem que o rigor do Mandamento é tal, que não basta eu não roubar. Eu não devo estar cobiçando o copo. Quer dizer, pensando idéias de tristeza, de raiva porque não tenho o copo, que me levam a acabar roubando para comprar o copo, ou ficar com raiva, com vontade de vingar-me do homem que tem o copo e não quer me vender.

Então há dois Mandamentos que proíbem de roubar o copo. E eu louvo a Nossa Senhora e pratico um ato religioso, mas essencialmente religioso, quando eu combato os meus defeitos, e me proíbo a mim mesmo de roubar o copo que é do outro, ou de cobiçar o copo que é do outro ilicitamente para mim.

Mas eu também levando uma alma a não querer roubar o copo, a não ficar com ódio do dono do copo, pelo contrário ficar contente: "Graças a Deus que fulano tem esse copo. Eu fico contente que ele tenha esse gosto, esse prazer etc., etc.", eu pratico um ato eminentemente religioso.

E este apostolado, portanto, esta ação é uma ação religiosa, como é religioso que pegar, por exemplo, um lindo buquê de flores e colocar aos pés daquela imagem de Nossa Senhora de Fátima que eu estou vendo diante de mim.

Agora, por que que ambas as coisas se chamam religiosas? Eu explicarei daqui a pouco. Eu quero apenas dar mais um exemplo. O exemplo que eu vou dar diz respeito à questão do casamento.

Há dois Mandamentos relativos ao casamento. O primeiro Mandamento diz: "não pecar contra a castidade". Quer dizer, o ato sexual é um ato legítimo se praticado dentro do casamento entre marido e mulher. É um ato pecaminoso se praticado fora do casamento. Há um outro Mandamento que diz: "Não cobiçar a mulher do próximo". Ou seja, também a mulher não pode cobiçar o marido da próxima. Não é só não praticar ato sexual, mas é não ficar – como o caso da cobiça do copo – querendo, pensando, querendo aquela mulher, amargurado porque ela é do outro e não minha, e entretendo desejos de um dia “fassurar” (pecar) com ela, etc., etc.

Se eu evito de fazer isso, ou levo uma pessoa a não cobiçar a mulher do próximo, eu pratico um ato eminentemente religioso. Então, no caso do copo, é o princípio da propriedade que está envolvido. Ele é proprietário do corpo, eu não posso violar o princípio da propriedade.

No caso da mulher, é o princípio da família. A existência da família é incompatível com a prática do ato sexual fora da família.

Então, amar a propriedade e amar a família é obedecer a Lei de Deus.

Mas, por que é que Deus mandou isto? Deus não poderia ter sido mais “generoso”, mais “amável”? Não poderia ter permitido o roubo? Não poderia ter permitido a mentira? Não poderia ter permitido a impureza? Não poderia ter permitido o adultério? Não ficaria muito mais fácil para os homens se salvarem se Ele permitisse tudo isso? E o número de homens que se salvaria seria incontável. Então seria muito mais fácil a salvação. Por que é que Deus fez isto desse jeito? Por que é que Deus proibiu isto?

Por uma razão muito simples. É porque Deus nos criou à sua imagem e semelhança. E quer que nós demos glória a Ele, parecendo-nos com Ele. A finalidade nossa é imitá-Lo, é parecermo-nos com Ele. Parecendo com Ele, nós damos a prova do nosso amor a Ele, nós O conhecemos e queremos imitá-Lo. Quer dizer que nós O amamos, nós O admiramos, queremos ser como Ele.

Ora, é contrário à perfeição de Deus que um homem mate o outro. É contrário à perfeição de Deus que o homem minta, que um homem pratique o adultério. Os homens que praticam essas ações más, nocivas, este homem peca contra Deus, porque ele faz uma coisa que é contrária à natureza de Deus. Deus na sua santidade é o oposto a isto, e tem horror a quem faz isto. E por isso Ele ama quem pratica a virtude, Ele odeia quem pratica o mal.

Nós devemos, portanto, trabalhar para que os outros pratiquem a virtude e não pratiquem o mal.

Quando nós lutamos contra o comunismo, por que é que nós lutamos contra o comunismo?

É numa atitude fundamentalmente religiosa. O comunismo é ateu, nós somos católicos. O comunismo proíbe o funcionamento da Religião Católica, e também das outras religiões. Ora, nós somos católicos e nós queremos que a Religião Católica goze de toda liberdade e de toda preeminência que Ela tem.

O comunismo nega a propriedade privada. Ele estabelece o roubo institucionalizado. Tudo quanto é propriedade privada no comunismo pertence ao Estado. E ninguém é dono de nada. É dono das migalhas que o Estado lhe dá. Isso é contra a doutrina católica.

Bom, a família. Deus ama a virgindade perpétua de Nossa Senhora, antes, durante e depois do parto. Ele não pode amar ao mesmo tempo que uma mulher se entregue a qualquer outro. No comunismo não existe o casamento. Existe um contrato que eles chamam de “casamento”, pelo qual um homem e uma mulher vão à polícia e avisam que estão morando juntos, e dão a indicação... que é para a KGB poder fiscalizar todo o mundo. É o único sentido que isso tem. Quando eles se separam, eles avisam na polícia que se separaram. Isso eles chamam de casamento. Isso não é casamento: é concubinato.

Bem, Deus que quer o casamento, que elevou o casamento à altura de um sacramento, não pode querer um regime no qual o casamento não existe.

Então, é por amor a Deus, para fazermos a vontade de Deus, e para impedir que se instaure no país um regime em virtude do qual todos sistematicamente são impelidos a fazer o contrário do que Deus quer, é para impedir isso que nós lutamos contra o comunismo. E é para manter a Tradição, a Família e a Propriedade, princípios básicos que o comunismo rejeita, é para este fim que nós lutamos a favor da TFP. Tradição, Família, Propriedade – TFP.

Então, em consequência, a primeira coisa é: quando um Correspondente trabalha para ter outros Correspondentes, quando um Correspondente trabalha para fazer propaganda da TFP junto aos que não são da TFP, ele o que faz? Ele trabalha a favor de que se faça a vontade de Deus. Ele trabalha para que se realize aquilo que está no Padre Nosso: "Seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu". Ele trabalha para que se faça a vontade de Deus na terra, como ela é feita no Céu.

Portanto, o Correspondente bem instruído, que vê as coisas como devem ser, esse Correspondente compreende que todo o trabalho que ele faz a favor da TFP é um trabalho essencialmente religioso. Não é um trabalho sociológico, científico etc., a não ser colateralmente. A finalidade essencial é a finalidade religiosa.

Eu, por exemplo, dou todo o meu tempo livre, ao cabo de 82 anos de existência, eu dou todo o meu tempo livre para isto. Mas eu não daria, se isto não tivesse um sentido religioso. Por uma razão puramente sociológica, sem sentido religioso, eu não estaria disposto a esse trabalhão, e amolações e complicação. Podem estar certos que não.

Mas, presente um princípio religioso, tudo muda de figura, e aí eu estou presente, eu faço aquilo que eu posso.

Então, um Correspondente deve ter isto bem na cabeça. E cada vez que ele vai fazer uma ação a favor da TFP, ele deve fazer por exemplo a Nossa Senhora uma oração rápida assim: "Minha Mãe, eu vou trabalhar para que seja feita na terra, assim como no Céu, a vontade de vosso Divino Filho. Vou fazê-lo porque eu O adoro, vou fazê-lo porque eu Vos amo. Dai êxito ao trabalho que eu vou fazer!"

É uma oração tão breve, mas tão cheia de conteúdo, tão cheia de significado e tão boa, porque termina num ato de humildade e de confiança.  Nossa Senhora nos apoiando, nos dando graças, nós poderemos exercer um trabalho fecundo.

Então está respondida a primeira pergunta, pelo menos em grande parte. Quer dizer, o que é que um Correspondente faz quando ele se move, quando ele dispõe de seu tempo livre, quando ele se dispõe a ser mal visto, a ser perseguido, a ser ridicularizado por amor de Deus, o que é que ele faz? É uma ação essencialmente religiosa. Nós estamos com os dois pés no terreno sacrossanto da Santa Igreja Católica, Apostólica, Romana.

Não sei se eu consegui tornar claro isso? Mas eu quereria que esse pensamento não nos abandonasse um instante do dia: a nossa ação é uma ação de substância religiosa.

Agora, por que é que ela se exerce no campo temporal? O que quer dizer campo temporal. O que é temporal?

Temporal é aquilo que está no tempo, que existe dentro do tempo. Os senhores me dirão: "Mas, Dr. Plinio, existe dentro do tempo?! O que é que existe fora do tempo? Nada existe fora do tempo. O senhor está emitindo uma palavra oca: existe no tempo. Depois quer que eu entenda?"

Eu digo: Meu caro, menos violência na sua objeção. Você me pergunta o que é que está fora do tempo? Deus! A eternidade! Portanto, o Céu. Portanto, o inferno! Aquilo que existirá sempre está fora do tempo. Para indicar isso, alguns pregadores antigos diziam, mas à maneira assim de uma expressão literária, eles não queriam entender ao pé da letra, que no inferno os condenados eternamente olhavam um relógio que marcava as horas. Esse relógio tinha apenas no quadrante duas horas, e o pêndulo oscilava entre esses dois pontos: sempre e nunca, sempre e nunca... Ficará sempre, nunca sairá. Ficará sempre, nunca sairá! Sofrerá sempre, e nunca terá alívio. Padecerá eternamente, e nunca deixará de padecer em todo o seu ser.

Mas também no Céu, nós olhamos para Deus, e Deus nos diz com o semblante bondoso e esplendoroso: "Meu filho, sempre e nunca, sempre e nunca!"

Estamos fora do tempo, estamos trabalhando na eternidade.

Então, nós poderemos dizer, quando estivermos na eternidade, nós poderemos ter uma alegria enorme pensando: "Sempre e nunca. Eu trabalhei para que muitos Correspondentes se salvassem sempre, sempre os que eu salvei se salvarão; nunca, nunca eles sairão do Céu, a sua salvação está garantida. Meu prêmio, porque eu fiz isso, é sempre, sempre, sempre... E esse prêmio não me será tirado nunca, nunca, nunca!..."

Isso está na eternidade. Mas o que é então temporal? É aquilo que passa com a morte, passa com a vida do homem. O Estado é uma sociedade temporal. A Igreja é uma sociedade espiritual. Quando vier o incêndio final e o mundo acabar, não haverá mais Estado, e não haverá mais jornais – que alívio! – não haverá mais, enfim, tudo quanto os senhores sabem, e que representa a vida temporal, a vida comum de todos os dias, não existirá mais. Existirá o que existir para o Céu. São as almas que vão se salvar. Temporal é tudo que vai acabar; espiritual é tudo o que vai ficar.

Mas o homem ganha o espiritual através do temporal, porque ele usou bem das coisas temporais, por isto ele ganha a vitória espiritual de sua salvação eterna. E, portanto, convém agir na sociedade temporal, convém agir para ter leis conformes à vontade de Deus, convém agir para que no Estado, na família, nas fábricas, nas oficinas, nas universidades, nos parlamentos, nos ambientes da mais alta sociedade e da mais alta nobreza se faça o bem, porque isto leva todos os outros a fazer o bem. E convém evitar que se faça o mal, porque leva os outros a evitar o mal.

E por isso o demônio organiza sociedades que promovem o mal, e combatem o bem. Os senhores têm então toda espécie de igrejas heréticas, toda espécie de seitas maçônicas e de outra natureza, que trabalham para que nesta terra se desobedeça a Deus, para o maior número possível de pessoas irem para o inferno. E nós trabalhamos para que nessa terra se obedeça a Deus, e não que se desobedeça, que é o que quer o demônio, que se obedeça a Deus e o maior número de almas vão para o céu.

É nesta terra, trabalhando, portanto, num parlamento, trabalhando num Júri, trabalhando em tudo quanto é a vida comum, trabalhando aí para que os outros façam a vontade de Deus, aí nós trabalharemos para que Deus seja verdadeiramente o Rei, Nosso Senhor Jesus Cristo seja o Rei dessa sociedade. Aí o número dos que se salvam é incontável!

Então, o meio de salvar as almas é principalmente trabalhar na Igreja, a serviço da Igreja. Mas é secundária e indispensavelmente trabalhar na sociedade temporal, e a serviço das entidades temporais, para que elas vençam e levem os outros para o Céu.

Então nós devemos com toda energia de nossa alma, tendo isto em mente, na hora de fazer um ato de apostolado, fazer com fervor. Porque quando a gente tem isso em mente, faz com fervor, quando se lembra de tudo isso. E dita uma pequena oração, começar a ação junto ao outro, pura e simplesmente.

E com isso eu penso que a primeira pergunta está respondida.

Se alguém quer me fazer alguma objeção, alguma pergunta, eu estou à disposição.

Bom, não havendo, Dr. Plinio, vamos passar para a segunda pergunta.

 

 


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