Plinio Corrêa de Oliveira

 

Natal: festa eminentemente sacral

O “charme” só não é suficiente

Análise de músicas natalinas

(sobretudo francesas)

 

 

 

 

 

Jantar, Eremo do Amparo de Nossa Senhora, 4 de janeiro de 1989

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A D V E R T Ê N C I A

Gravação de conferência do Prof. Plinio com sócios e cooperadores da TFP, não tendo sido revista pelo autor.

Se Plinio Corrêa de Oliveira estivesse entre nós, certamente pediria que se colocasse explícita menção a sua filial disposição de retificar qualquer discrepância em relação ao Magistério da Igreja. É o que fazemos aqui constar, com suas próprias palavras, como homenagem a tão belo e constante estado de espírito:

“Católico apostólico romano, o autor deste texto  se submete com filial ardor ao ensinamento tradicional da Santa Igreja. Se, no entanto,  por lapso, algo nele ocorra que não esteja conforme àquele ensinamento, desde já e categoricamente o rejeita”.

As palavras "Revolução" e "Contra-Revolução", são aqui empregadas no sentido que lhes dá Dr. Plinio em seu livro "Revolução e Contra-Revolução", cuja primeira edição foi publicada no Nº 100 de "Catolicismo", em abril de 1959.



 

(...) Não, eu acho que é melhor fazer o seguinte. Eu não sei qual é a música. Eu não sei se conheço a música sequer... Nessas condições, eu vou dizer o que é que eu imagino que seja a música de Natal francesa, e depois nós vamos ver se a música contém o que nós imaginamos. É um método como outro, de fazer a coisa.

O que caracteriza a música francesa, ao menos na medida em que eu a conheço, é que ela exprime de preferência um certo tipo de sentimento do homem. Ela não tende a cobrir toda a gama dos sentimentos humanos, mas ela exprime de preferência um certo tipo de sentimento. O homem tem sentimentos os mais diversos. Ele passa de um sentimento a outro ao sabor das circunstâncias. E, portanto, ele está exposto a ter entusiasmo fervoroso, entusiasmo combativo, entusiasmo pelo contrário da polêmica, entusiasmo da verrina, entusiasmo da felípica... Como pode ter também o entusiasmo admirativo, o entusiasmo cheio de elogios do “Magnificat”. Ele pode procurar reproduzir, embora para criticar, paixões humanas indecorosas. A música pode ser utilizada para as mais variadas expressões do sentimento humano.

Na música francesa se procura exprimir um certo sentimento que é o sentimento ao qual corresponde o adjetivo francês “salonnier”, de salão.

O salão, é preciso a gente ter bem ideia de como é o salão francês, para compreender o que é o “salonnier” no caso. O salão é uma coisa que se formou e chegou ao seu apogeu no período de um gênero de aposento que quase não existe mais, ou não existe mais de todo, nas residências contemporâneas: é a sala de visita. Nas residências atuais tem o living, palavra inglesa que quer dizer o lugar onde se vive. É quase uma chocadeira, onde há temperatura e as condições para a gente vegetar bem.

O salão francês foi concebido com uma outra ideia. O salão francês é o clássico, habitualmente de pé direito alto, com o teto com estuque, com algumas muito ligeiras pinturas de dourado realçando algum movimento do estuque, para evitar demais estuque sobre estuque. Depois tem móveis que são de um estilo que pode ir do "Luiz XIII" até o "Luiz XVI". E que são sempre móveis de madeiras preciosas – quando é um salão verdadeiro, não um salãozinho de arrabalde – móveis de madeiras preciosas, com incrustações em bronze finamente trabalhadas, às vezes com tampo de mármore ou de alabastro ou de outra pedra também de grande valor, com os pés em geral em rococó; e em cima bibelôs – são figurinhas de porcelana, de prata, de ouro, de cristal, postas ali para entreter os homens – e jarras de flores muito bonitas.

Depois, cadeiras no mesmo gênero como indiquei, mas com tecidos de uma delicadeza magnífica, com cores assim cor-de-rosa muito pálido, azul de aurora, cor-de-rosa de aurora... Verde, eles chamam verde-água, quando a água toma assim certos coloridos verdes; plantas, flores etc., etc., vivendo dentro disso numa atmosfera de sorriso. E isso indica, cria o clima da cortesia francesa.

A língua francesa está para essa cortesia como a partitura está para a música. Há uma polidez francesa que é o modo de ser amável, de se tornar agradável por aquilo que a gente diz, de modo ultra pensado, mas muito leve. De maneira que a coisa pesadona, muito raciocinada que vem assim como um carretão com várias coisas assim, não cabe no estilo francês que é leve e distinto, “degagé”, livre de movimentos em tudo o que faz. E que procura dar a impressão que a coisa muito pensada nasceu naquele momento, e que nasceu não produto de uma elaboração cerebral dura – porque tudo quanto é duro se procura esquecer no salão francês, onde as flores e os cristais dão o tom – mas dando a impressão que nasceu com toda facilidade de um espírito genial, e que fez sorrir todo mundo.

O sorriso de admiração, o sorriso de aplauso, o sorriso de simpatia, o sorriso de proteção, todas as gamas do sorriso florescem no salão francês. As reverências são reverências profundas, calculadas segundo a categoria da pessoa que faz a reverência e da pessoa que [recebe] a reverência. Há toda uma aritmética social colocada nisso. Mas que se disfarça com ditos ligeiros, assim... que faz com que se tenha a impressão que tudo isso é suave, tudo isso é espontâneo, que se vive uma vida quase irreal.

É esta suavidade, produto quintessenciado de uma civilização, produto que os Srs. veem que estou me referindo a ele com uma simpatia evidente! Mais ainda. Com uma admiração evidente! Eu vejo nisso realmente – seria preciso fazer toda uma conferência que eu não farei, provando que isso é o requinte da civilização cristã. Mas é um requinte unilateral. Porque não é justo, não é bom, não é real que toda a vida social de um povo, e de um povo como o povo francês, reproduza apenas o leve e o elegante como se a vida fosse só isso. O salão tem que ser uma imagem da vida; o salão francês é a imagem de uma fantasia!

Eu estou vendo aqui um dileto filho francofônico na minha frente, um francês do Canadá, um franco canadense. Mas que vai apoiando muito o que eu digo, muito sensível ao que eu digo. Ele está muito concernido com o que eu digo, que vai apoiando muito o que eu digo. Todo mundo sabe o meu entusiasmo pela França, mas um entusiasmo assim: acantonado numa certa parte. Tem depois vazios em volta que contribuíram para a explosão da Revolução Francesa.

Agora, como é então o Natal francês?

Dada essa introdução, é preciso ver como é o Natal de salão, porque é um Natal de salão. Como é esse Natal de salão?

É uma sociedade de salão que procura pôr-se em presença da gruta nada de salão de Belém, com o Menino-Deus que está ali; Nossa Senhora e São José, pessoas de estirpe principesca, mas ao mesmo tempo simples, e até muito, muito simples, de um lado; e de outro lado o que há de menos salão: bois e vacas que com o seu bafo vão esquentando um Menino que sente frio dentro de uma manjedoura. Está na palha! Não é assim que se apresentavam o Rei e a Rainha olhando para o Delfin que tinha nascido.

Então, como é que o Natal francês imagina os sentimentos do homem de salão diante desse Presepe?

A coisa é assim. Floresceu dessa vida de salão uma coisa chamada “la bergerie”. “Berger” é o pastor. “La bergerie” é um conjunto de comentários, de apresentações do mundo dos pastores, partorzinho, pastorinha, árvore linda com frutinhas vermelhas; mais adiante carneirinho no qual se poderia amarrar uma fitinha cor-de-rosa, uma fitinha azul clara, etc., etc. A pastora que anda ao lado dele e que usa um bastão grande; o sininho que toca quando o cordeirinho anda... Enfim, uma coisa mimosa tirada da vida dos campos, mas como a vida dos campos não é.

Porque o campo tem bichinho, tem besouro, tem buraco no chão, tem folha morta, tem coisas fétidas. O campo é o campo! Ainda que esse campo seja francês – e o campo francês e a floresta francesa está para as outras florestas um pouco como o paraíso está para o campo francês! A regra de três poderia ver-se um pouco assim – embora seja isso, esse enlevo pela coisa do campo era uma espécie de desafogo deles do demais de quintessenciado, do demais de civilizado, procurava recorrer à simplicidade extrema e até exagerada para mostrar os lados encantadores da simplicidade pastoril.

 

O "hameau" de Maria Antonieta (foto de Paulo R. Campos - ABIM)

E daí chegou a Rainha Maria Antonieta a construir uma espécie de aldeia, alguma coisa menor do que aldeia – na França se diz aldeia “un village” – o “hameau” (que é uma coisa menor, um casariozinho que é menor do que uma aldeia) no Petit Trianon, que era uma espécie de coisa campestre mandada organizar por ela nas dependências do parque de Versailles. E onde ela, as duquesas e as princesas apareciam com vestidos de seda etc., vestidas de pastorinhas... Então, que pastoras de conto de fadas, não é? E uns carneirinhos que antes tinham sido lavados, perfumados, arranjados do modo mais perfeito, e que apanhavam se pusessem uma pata fora da etiqueta!  Canções pastoris etc., etc.

Uma das salas do Petit Trianon (foto de Paulo R. Campos - ABIM)

Eu imagino que é na delicadeza lírica da canção pastorial que é concebido o Natal francês.

Agora vamos ver como é que é!! E vamos ver também como a nossa fanfarra reproduz a delicadeza lírica!

(Aparte: O Sr. poderia comentar depois como era o Natal de Dona Lucília?)

Era bem o Natal paulista daquele tempo. Quer dizer, era pan-européia, teuto-francesa, e com sentimentalidade brasileira. E dentro da sensibilidade brasileira um matiz, que é a sensibilidade paulista. Agora, o que é essa sensibilidade paulista, o que é essa sensibilidade brasileira, isso era objeto para uma definição. Depois, se houver tempo, fazemos.

[Entoam a música “Il est né le Divin Enfant”. No final do texto, gravação integral desse cântico]

"Nasceu o Menino Deus, reboai gongos e trombetas ressoai, nasceu o Menino Divino, cantemos todos a sua chegada". Mas a chegada aqui tem uma nuance: é que se diz também de um rei que sobe ao trono, o “événement” do rei.

"Desde há 4 mil anos, os profetas diziam, desde há 4 mil anos nós esperávamos esse tempo feliz". É o Messias que devia vir.

[Ah, qu'il est beau, qu'il est charmant...]

Não preciso traduzir, que os Srs. entenderam! "Como ele é belo"... e agora vem uma palavra que a tradução normal seria "encantador", não traduz inteiramente a palavra "charme", que só pode ser dita em francês, para dar o que ela significa em francês. Não há outra língua para dizer "charme". Eu já vi uma pessoa que falava mal o francês, um estrangeiro, falar "charme" dizer "chuarme"... Não entendeu nada e nunca entenderá! É preciso ter visto o encanto da coisa francesa para compreender o que é "charme".  Bem, vamos adiante.

[Ah, que ses grâces sont parfaites.]

"Graça" o que é aqui? Não é a graça sobrenatural. É o que Ele tem, como é perfeito aquilo que Ele tem de gracioso. A sua graciosidade é perfeita. Os Srs. estão vendo que é Menino de salão, não é?

"Como Ele é belo, como ele é “charmant”; quanto Ele é doce, esse Menino Divino"! Está descrito o Menino: ele é belo, ele é encantador, ele é doce. Ele é o Menino-Deus. Realmente convém ao Menino Deus isso, mas é uma focalização toda especial.

"O estábulo é seu alojamento; um pouco de palha é o seu leito; mais uma vez o estábulo é seu alojamento; para um Deus, que rebaixamento". Mas rebaixamento no sentido elogioso da palavra.

"Parti, ó reis do Oriente! Vinde unir-se à nossa festa; partis ó reis do Oriente! Vinde adorar essa criança!" A ideia que está, a palha etc., é muito pouca coisa, mas os reis virão adorá-Lo. E vão introduzir uma certa atmosfera de salão no estábulo.

Agora, o contraste é intencional: "Ó Jesus (tão baixo, não é?), ó Rei Onipotente! Apesar de ser uma criança tão pequenininha; ó Jesus, ó Rei todo poderoso, reinai sobre nós inteiramente!" Então, é o ato de submissão do salão ao Rei que pode tudo, apesar de ser uma criança tão pequena na palha!

Eu queria fazer uma consideração que é a seguinte. Os Srs. vejam a procura do gracioso como está presente aí, no seguinte: O gracioso está presente numa música que tocada de um modo um pouco mais saltitante daria para música – saltitante, portanto, aos saltinhos – daria para música que acompanharia um desfile de nobres vestidos à moda daquele tempo, cada um dando a mão a uma dama da nobreza, a quem ele estendia a mão assim, e ela tocava apenas assim com as pontas dos dedos, os dois distantes, sem nenhuma forma de ...

Andando com leveza, um e outro com sapatos de verniz, elas com salto alto, eles com saltos vermelhos, elas também saltos vermelhos se não me engano. Os nobres usavam, não me lembro se as senhoras da nobreza usavam também, salto vermelho era o distintivo da nobreza.

Baile em um salão francês (pintura de Antoine-Jean Duclos, 1774 - Wikipedia, domínio público)

“Culotte” e não essas calças pesadas que nós usamos, “culotte” e coletes de seda com botões de matéria preciosa, paletós com veludos inestimáveis, com brocardos, com pinturas, etc., etc. Cabeleira todos, ou cabelo empoado de branco, e os homens dentro de casa de chapéu. Só se tirava o chapéu quando entravam pessoas egrégias.

E assim é a primeira parte da música. O resto é nesse tom. E conviria mais para uma festa de distração da nobreza do que uma festa propriamente de piedade. Quer dizer, no meio de toda essa delicadeza, há uma espécie de carência de sacralidade. E eu me recriminaria de não acentuar isso com toda força necessária.

Este leve pediria mais como acompanhamento, mais do que instrumento de corda, pediria quando muito em matéria de sopro flauta, e acompanhamento de violino. Porque o sopro é quase militar, esse sopro que está aí é quase militar, e dá uma nota de um categórico que não está no relativismo fugaz de tanta delicadeza.

E por mais que tudo isso seja “charmant” - e o é! - a gente vê a serpente da Revolução Francesa enroscada aí. Uma apreciação inexorável dessa canção levaria a isso.

Agora, depois a canção toma ares de algo que é cantado por meninos na presença do Deus Menino, ou que é cantado por adultos para falar com Deus Menino. Mas uma nota de infância, uma nota de inocência, mais uma vez “charmante”, mas em que a verdadeira piedade católica do cantochão não está presente.

Bom, eu não vou ter tempo de explicar, mas esse "charme" todo não teria podido nascer senão de uma civilização cristã. Mas, o "charme" não basta para a sacralidade. E esse é o grande erro que está presente nessa canção. Porque o Natal é uma festa sumamente religiosa, essencialmente, culminantemente religiosa, e propriamente o recolhimento, a ternura, a delicadeza e tudo quanto encontramos no canto chão, e mesmo no polifônico mais próximo do canto chão, não está presente aí. Está presente o salão.

(Aparte: Tem uma outra música francesa. Não sei se o Sr. quer...)

Pelo seu tom, parece que o Sr. acha que vai despertar em mim uma crítica mais clemente, é? Uma crítica ou é inclemente ou não vale nada. Eu acho que podia apertar mais a crítica. Sabe por que eu não aperto? Porque essa delicadeza toda é aristocrática. E como tal é odiada pelos revolucionários.  E, portanto, eu não quero pô-la pura e simplesmente no pelourinho sem ter manifestado a ela muita admiração! Voilà l'affaire ! Vamos ver outra, outra.

[Leitura do texto: “Les Anges dans nos campagnes”.]

"Os anjos no campo entoaram um hino dos céus. O eco das montanhas dá repercussão a esses cantos melódicos. Gloria in excelsis Deo.

"Pastores, para quem é essa festa? Qual é o objeto de todos esses cantos? Que vencedor, que conquista inspiram esses coros triunfantes? Eles anunciam o nascimento do Santo Redentor de Israel, e cheios de reconhecimento cantam nesse dia solene.

"Numa humildade profunda, vós apareceis aos nossos olhos; adorando o Rei do mundo, nós repetiremos esse cântico alegre".

[Entoam “Les Anges”]

Meu comentário. A canção é sensivelmente menos frívola que a anterior. E que ela procura como a anterior ressaltar a alegria e o esplendor da noite de Natal. Isso é indispensável. Em qualquer canção de Natal isso é um elemento indispensável. Mas procura essa alegria e esse esplendor na participação dos anjos. Quem compôs a canção, desviou a atenção do público que está ajoelhado diante do Presepe e que deve aplaudir a canção, para voltar para o coro dos anjos no céu. E o esplendor é sobretudo o esplendor dos anjos, como algo feito para glorificar o Menino.

Mas a glorificação é dada menos pelos homens do que pelos anjos. Os homens procuram interpretar o que os anjos cantaram, reproduzir o que os anjos cantaram em honra ao Menino. De maneira que a coisa tem mais força e tem mais sacralidade do que a canção anterior, que são homens de salão que estão: "Ah, que criança engraçadinha, etc., etc."

De outro lado, tem mais pensamento. No texto se fala do Messias esperado há 4 mil anos, que veio libertar o gênero humano, se fala da bondade dEle, não me lembro dele, mas no texto há mais pensamento do que no texto anterior. E quando fala do Menino Deus tem ternura e tem veneração como é indispensável.

Agora, assim mesmo a meu ver não tem todo aquele grau de sacralidade e de sobrenaturalidade indispensável à música sacra. Ou mesmo à música religiosa popular – isso não é uma música litúrgica, é uma música religiosa popular – mesmo à música religiosa popular que tem o seu papel, é legítima, essa música religiosa popular precisa ser mais sacral, sentir-se mais o sobrenatural. Aqui se sente ainda a natureza cantada no que ela tem de mais belo. Mas isso não esgota a beleza do Natal. O Natal é uma festa sobrenatural... [Vira a fita]

["O Regem Coeli": "O Rei do Céu a quem todas as honras devem ser prestadas, posto está num estábulo. Aquele que contém o mundo está deitado num presépio e ao mesmo tempo reina nos céus. Aleluia. Hoje para nós nasceu o Salvador, que é Cristo Senhor na cidade de David. Está deitado num presépio e reina nos céus. Aleluia".]

O contraste: "está deitado num presépio e reina nos céus"...

[Entoam a música.]

Debaixo do ponto de vista que eu tomei para analisar as duas outras músicas, esta é perfeita! Esta é simplesmente perfeita, não tem nada que acrescentar. É o Natal perfeitamente cantado, do ponto de vista da piedade, do ponto de vista da doutrina, que eu devia ter mencionado antes da piedade, porque a doutrina é o fundamento da piedade, e o fundamento vem antes daquilo que é fundamentado. Então, do ponto de vista da doutrina, do ponto de vista da piedade, do ponto de vista da arte, de tudo, da relação com o Natal, é perfeito, não tem mais nada que acrescentar. E a mim me satisfaz inteiramente!

Não tenho mais nada para dizer... É o ponto final!

("Hodie Christus natus est: hodie Salvador apparuit: hodie in terra canunt Angeli, laetantur Archangeli: hodie exsultant justi, dicentes: Gloria in excelsis deo, Alleluia.")

[Entoam o cântico.]

Fenomenal mesmo!!

Não tem conversa, é isso, e está acabado!

("Dominus dixit ad me: Fílius meus es tu, ego hodie genuit te")

[Entoam o cântico.]

Muito bonito! Admirável!  Mas meus caros, com toda essa musicalidade, acabou um magnífico jantar. Meus caros, está encerrado o jantar.

*     *    *

“Il est né le Divin Enfant”, interpretado na Catedral de Notre Dame de Paris (2015) 

 

“Les Anges dans nos campagnes”, idem, postado em YouTube a 15-1-2015

 

 

"O Regem Coeli"

 

 


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