Plinio Corrêa de Oliveira
Apostolado de presença: o que é? Como fazê-lo?
Conferência para Correspondentes e Esclarecedores da TFP norte-americana, 6 de setembro de 1988 |
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A D V E R T Ê N C I A Gravação de conferência do Prof. Plinio com sócios e cooperadores da TFP, não tendo sido revista pelo autor. Se Plinio Corrêa de Oliveira estivesse entre nós, certamente pediria que se colocasse explícita menção a sua filial disposição de retificar qualquer discrepância em relação ao Magistério da Igreja. É o que fazemos aqui constar, com suas próprias palavras, como homenagem a tão belo e constante estado de espírito:
(MNC: As reuniões que temos tido aqui nesse simpósio, no Praesto Sum, tem nos entusiasmado muito. Como poderemos transformar esse entusiasmo em ação? Especialmente nós que moramos longe do grupo, isolados?) A circulação do sangue humano, os senhores sabem que se faz através de todo um sistema de distribuição do sangue, e de recoleta do sangue que volta para ser regenerado. E que quer o sistema arterial que distribui o sangue, quer o sistema venoso que reconduz o sangue para a regeneração, esses dois sistemas se fazem por artérias grandes, ou veias grandes, que depois têm contato com veias médias, e depois veias pequenas. E depois na ponta chega às capilaridades: as veias, os vasos sangüíneos ou os vasos arteriais tão pequenos, que são comparados a fios de cabelo, e que irrigam o corpo inteiro. Qualquer perturbação na capilaridade do sistema de circulação humana, pode produzir um inconveniente em todo o corpo. E, pelo contrário, se todas as veias capilares funcionarem bem, isso é de uma importância enorme para o conjunto da saúde do homem. O mesmo se dá com as organizações humanas. Nós podemos dizer que as grandes organizações humanas de caráter ideológico, são as artérias ou são as veias da psicologia coletiva. São os grandes condutos por onde as idéias se distribuem. Mas, depois, nós temos os condutos médios, que são as organizações menores, a mídia menor, etc.. Mas depois nós temos essa capilaridade que é a ação individual de cada homem no meio onde ele está, onde ele normalmente vive. Se todos aqueles que são nossos supporters, no meio onde vivem tiverem uma ação de presença forte, fazendo com coragem sentir o que pensam, dando testemunho firme daquilo que é sua convicção, explicando, fazendo apostolado, se simplesmente isso se fizer, eu estou certo que o resultado é espantoso. Quer dizer, não basta que a gente seja um muito bom supporter da TFP, quando a gente está no “state” de Nova York ou quando está visitando o meu amigo MN, Arturo H ou GAntoniadis no bureau de Washington. É preciso fora a gente ser um supporter corajoso da TFP! No trabalho, no metrô, no ônibus, no avião, qualquer via de condução em que está, a gente fazer esse apostolado da presença! Se isso só se fizer, se faz uma coisa grandiosa! Para isso é preciso ter coragem. Por exemplo, eu não acredito que um avião levante voo, sem que algumas pessoas não tenham medo que o avião caia. Os senhores prestem atenção nas caras com que as pessoas sobem no avião, e depois na cara com que descem do avião. A cara, em geral, quando sobem no avião, é de alguma preocupação. Quando descem do avião é de algum alívio. Isso é uma coisa positiva. Bem, quando o avião levanta voo, atrás, na cabeça de alguns, vem: “Será que eu não vou cair?” Se enquanto o avião estiver levantando voo, há um supporter que faz isso, bem grande... [o nome do Padre] só isso, uma porção de gente vê... E levanta uma coisa: “Olha... olha que de repente o inferno me colhe”! Isso só, parece uma coisa insignificante. Se for feito por muita gente, quanta idéia boa, quanta oração pode arrancar de almas que há 10 anos não rezam? Só porque um supporter fez isso. Se um supporter está no avião – e depois, deve ser feito com naturalidade – o avião está subindo, ele quer aproveitar seu tempo, e portanto ele quer rezar, para quando o avião chegar ele estar com as orações feitas. Ele puxa o terço, com naturalidade, como eu estou fazendo aqui... e começa. Exatamente como eu estou fazendo aqui. Aqui, Credo, Padre-nosso, três Ave-Marias, Gloria Patri, mistérios gozosos, depois dolorosos, depois os gloriosos. Depois guarda o terço, oscula, e põe aqui!... (Aplausos!) Ninguém diz nada, mas muitos olham. E em muitos é uma esperança, é gente que está aflita e que diz: “Homem e se eu rezasse”? Em outros é um remorso: “Olhe, quanto tempo eu não rezo... Eu agora vou para tal cidade, e vou fazer uma radiografia. Não sei o que essa radiografia vai dar. Não era bom eu rezar um pouco como esse homem, para ver se a radiografia sai uma radiografia clemente, que não me indica uma doença horrorosa? Quem sabe se isso valia a pena”? “Eu estou agora para fazer um negócio, se eu agora pedisse para Deus, para Nosso Senhor Jesus Cristo, para Nossa Senhora que me ajudassem no negócio, não dava certo”? Uma porção de idéias que se levantam assim. Os senhores talvez não calculem como essa ação capilar é inestimável. Então, os senhores têm duas espécies de apostolado: um apostolado é recrutar cada vez mais Correspondentes – se encontrarem algum jovem que possa ser levado para ser eremita, ou camaldulense na TFP, levar, etc., etc.. E Correspondentes, o maior número possível. Apostolado esplêndido. Mas, ao lado disso, esse apostolado da presença universal do bom católico em todo lado onde ele esteja. Isso chega a tal ponto que os senhores talvez não calculem, mas ao menos aqui em São Paulo e aqui no Brasil isto é assim, e eu conheço casos assim também fora do Brasil, rapazes da TFP que se apresentam sem traje nenhum especial, andam pela rua, e há gente que olha e diz: aquele é da TFP. Pelos imponderáveis. Mas isso acontece com freqüência. Porque o pertencer à TFP marca a pessoa de algum modo. E essa marca tem que aparecer aos olhos de todos, para a glorificação de Nossa Senhora! É o que nós devemos fazer. Os senhores dirão: “mas qual é o resultado disso?” Um resultado: O Brasil tem 135 a 140 milhões de habitantes. Mas tem uma coisa diferente dos Estados Unidos, é que nos Estados Unidos há muito mais equilíbrio entre a população e a extensão do território. Nosso território é um tanto menor do que os Estados Unidos, nós temos oito milhões e tantos mil quilômetros quadrados, mas temos muitos espaços vagos, que não foram habitados ainda. De maneira que é difícil fazer a comunicação de um lugar para outro, comunicação viva. Não é tão fácil como nos Estados Unidos. A TFP brasileira não é muito numerosa. Ela tem talvez, na melhor das hipóteses, entre supportes e membros etc., etc., ela tem mais ou menos 1500 a 2000 pessoas. É o que eu calculo, mais ou menos. Bem, como é que se explica o seguinte: que nesse país, onde a imprensa quase não publica coisas nossas – quando publica é só para falar mal; rádio e televisão a mesma coisa – a TFP é conhecida de ponta a ponta no território nacional, saltando por cima dos intervalos onde não tem população, a TFP é conhecida, é conhecida, é conhecida. É por essa ação de presença dos que são da TFP! Por causa das nossas campanhas de rua, por causa das nossas caravanas. É a mais conhecida das organizações nacionais. Muitas vezes combatida, odiada, quando combate ela contra-combate! Às vezes aplaudida, mas em qualquer caso, a TFP é uma instituição nacional. Bem, isso a TFP norte-americana está caminhando para ser, sem que talvez os senhores percebam. Mas essa ação pessoal de cada um dos senhores no próprio ambiente, pode contribuir enormemente para que isso se realize. Que enorme vitória no dia em que em todos os Estados Unidos, quando se falar “TFP”, todo mundo entenda o que é que é! Nota: Para assistir os vídeos ou ler outros trechos dessa mesma Reunião, clicar em - Sociedade robotizada - Sociedade orgânica - Por que a Disneylândia atrai também os norte-americanos? |