Plinio Corrêa de Oliveira
Admiração, amizade, desigualdades harmônicas Sagrado Coração de Jesus
Eremo do Amparo de Nossa Senhora, jantar, 20 de dezembro de 1985, sexta-feira |
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A D V E R T Ê N C I A Gravação de conferência do Prof. Plinio com sócios e cooperadores da TFP, não tendo sido revista pelo autor. Se Plinio Corrêa de Oliveira estivesse entre nós, certamente pediria que se colocasse explícita menção a sua filial disposição de retificar qualquer discrepância em relação ao Magistério da Igreja. É o que fazemos aqui constar, com suas próprias palavras, como homenagem a tão belo e constante estado de espírito:
Sim, com muito gosto. É tal a minha preocupação em frisar bem o fundamento espiritual da verdadeira piedade, da verdadeira vida espiritual para a formação da sociedade temporal, que eu me dou conta agora que Dom Bertrand está falando, que eu recalquei isto até afundar o dedo, a mão e o braço no assunto. E realmente não se compreende a TFP, se se entende que a TFP toma isto como a maior parte dos sociólogos católicos toma, sem uma visão exata deste ponto. Agora, na realidade, o que é que acontece? É que esta formação espiritual da qual nós falamos, determina na alma uma posição pela qual ela é pouco egocêntrica, ou ela não é nada egocêntrica! A pessoa fica, em virtude da vida espiritual bem ordenada, a pessoa refreia qualquer excesso de susceptibilidade no que diz respeito a si mesma, e qualquer vontade de ter mais do que o lugar que lhe cabe, em proporção de sua personalidade, e da ordem natural das coisas. Então, por causa disso, a pessoa elimina dentro da alma os germens de igualitarismo. Mas o gérmen de igualitarismo não consiste só em a pessoa negar ou recusar… vamos dizer: não ficar invejosa de que o outro seja mais. Não basta isto. É igualitário quem não admira aquele que é mais. Este é um princípio que nós não podemos perder de vista. Lembre-se bem do seguinte: que pelo catecismo do século passado, português, de que eles têm trecho – o pessoal do São Bento andou estudando – com aprovação eclesiástica, etc., etc., eu não vi isto em outros catecismos, mas eu acho que a coisa é tão razoável, lógica, que eu teria dificuldade em conceber que a coisa não seja assim. Este catecismo diz o seguinte. Que é obrigação, quando nós vemos uma pessoa ser caluniada, nós sabemos que é calúnia, nós não podemos ficar quietos. Nós temos obrigação de desmentir. E, em outro sentido, quando nós vemos uma pessoa que não é louvada como merece, temos obrigação de louvar. Eu gosto muito disso! Quer dizer, por exemplo, eu vou a um concerto. E alguém me diz na minha presença… (eu pergunto:) Que tal o concerto? – Esteve bonzinho… Eu achei que esteve magnífico, eu tenho obrigação de dizer: Não! Perdão, vamos fazer justiça a quem deu o concerto, a orquestra ou a pessoa que deu o concerto. Deu um concerto magnífico! E amavelmente, sem briga, manifestar, fazer justiça a quem achamos que merece. E então, se nós julgamos que uma pessoa fez, por exemplo, um ato muito corajoso, e a gente pergunta: “Como foi ele?” E a resposta é: “Foi um atrevidinho…”. Nós não… Tenha a paciência, não é isto! Ele teve uma grande coragem, ele manifestou-se heróico nesse lance. Quer dizer, a gente tem a obrigação de repor a verdade em favor daquele que foi subestimado. Mas isto supõe que nós tenhamos sempre dentro da alma uma estimativa justa dos valores, de onde nós execramos os defeitos que devem ser execrados; amemos as qualidades que devem ser amadas; e execremos os defeitos nas proporções que eles existem, e as qualidades, também, amemos na proporção que elas existem. Então, a execração e o amor são proporcionados à realidade. Mas isto supõe uma grande abstenção do egocentrismo. Porque, do contrário, a comparação que o indivíduo faz com os outros na medida em que ele analisa os outros, leva-o a negar as qualidades que os outros tenham, a subestimar, a fechar os olhos e tal… E torna o indivíduo insusceptível de admiração. Cada vez que ele tem que admirar, ele é tendente a ficar indignado. Porque ele pensa – e olha que isto infelizmente está no subconsciente de muita gente hein? – que tudo que os outros têm foi roubado a ele! É uma coisa dolorosa, uma coisa vergonhosa, mas é assim. Pode ser uma pessoa mais velha do que ele. Portanto, não pode ter-lhe tirado aquilo que ele tem, porque ele nasceu depois! Bom, mas a idéia é: “Isto aí, no fundo, ele me despreza porque nota que tem tal coisa a mais do que eu tenho, e eu fico desconfiado com ele, etc., etc.” Raiva do sujeito, porque é mais do que ele. Bom, este é o ponto de transição da matéria propriamente espiritual para a matéria social. O nosso afeto deve se dirigir menos para o outro como tal, do que para as qualidades do outro. A nossa antipatia deve se dirigir exclusivamente para os defeitos do outro e nunca outra coisa a não ser os defeitos do outro. E nossa amizade… Dizer: “Bom, ele comigo não foi amável…” O fato de alguém ser amável comigo é um título especial à minha amizade, não tem dúvida. Supõe de minha parte um certo reconhecimento. Mas, é uma razão secundária. Fazer justiça a mim é uma coisa secundária. A questão é fazer justiça a Deus Nosso Senhor! Fulano, na minha presença, violou a lei de Deus. E em outro ato, face a mim, rompeu uma regra de educação. Eu saio indignado porque ele foi desatencioso comigo. Agora, a blasfêmia que ele disse contra Deus não me indigna. Eu pergunto: Eu amo a Deus? Isto é amar a Deus sobre todas as coisas? O quê que é isso? Bom, eu sou muito afim com a forma de amizade, o modo de amizade que alguém tem. É uma coisa que se deve tomar em alguma consideração, porque é um título à proximidade. E como o amor ao próximo deve ser graduado de acordo com a proximidade, este é um título. Mas um título muito pequeno! Não pode ser de nenhum modo determinante da amizade. O que é determinante na amizade é: se ele é ou não é amigo de Deus. Por quê? Porque cada um de nós é um “petit vermisseau e miserable pécheur” (“vermezinho e miserável pecador”, expressão utilizada na Consagração a Nossa Senhora, segundo o método de São Luís Maria Grignion de Montfort, n.d.c.). Não é outra coisa. E, portanto, em comparação de Deus, mera criatura, criatura concebida no pecado, e que pecou ela mesma… que importância tem? Imagine que eu estivesse na sala do trono da Rainha Elisabeth (da Inglaterra). Entrasse uma pessoa e dissesse 20 ultrajes a ela, e a mim não dissesse bom dia. Alguém me perguntasse: “O que aconteceu naquela ocasião?” ah, duas coisas: não me disse bom dia!!! E… além do mais, disse vinte ultrajes à rainha da Inglaterra…” Você está louco!? A que ordem de valores você está estabelecendo? Mas, se isto vale para a Rainha da Inglaterra, quanto mais valerá para Deus? Agora, isto leva a pessoa a tributar, e gostar de tributar admiração a quem tem valor, honra a quem tem valor, e ter por questão de justiça, um trato matizado segundo a admiração e a honra que os outros merecem. Quer dizer, notem bem que o trato perfeito incluiriaa o seguinte. Eu vejo entrar numa sala duas pessoas iguais, sob vários pontos de vista. Vamos dizer, por exemplo, dois membros do Grupo iguais sob vários pontos de vista: idade, lugar de onde procede; podem admitir que até sejam parentes entre si, irmãos, primos, qualquer coisa. Além disso, condições de nível social o mesmo, educação a mesma, etc., etc., Mas um tem uma qualidade muito mais insigne do que o outro. Não precisa ser uma qualidade moral. Basta ser uma capacidade. Ele, vamos dizer, por exemplo, é um tocador de harpa de primeira ordem. Bem, este fato de ele ser um artista, é um dom natural que Deus deu a ele, esse dom natural merecerá que na hora do cumprimento, se eu tiver escolado, eu saiba dar um certo matiz de maior atenção ao tocador de harpa e é uma coisa de justiça. Alguém dirá, mas ele não tem mérito. Primeiro, ninguém toca nada direito sem ter um certo mérito; segundo lugar, ainda que não tivesse mérito, Deus deu ou não deu a ele essa qualidade maior do que deu a mim, ou deu ao indivíduo que está entrando com ele na sala? Deu. É preciso que ele sinta que eu presto reverência, ele tem o direito. E, mesmo quando se tratasse de capacidades de uma ordem inferior às minhas capacidades, eu deveria saber honrar isso. Vamos dizer, por exemplo, apresenta-se diante de mim o indivíduo que é o primeiro campeão de concurso de engraxar sapatos de São Paulo, eu não sei nem como é que pode ser campeão nessa matéria, mas enfim, imaginemos. É um ofício muito humilde, eu faço algumas coisas que são mais do que engraxar sapatos. Mas, esse é o expoente do saber engraxar sapatos, eu quando me dirijo a ele devo de algum modo fazer com que ele note que eu sei disso e aprecio isso. Por quê? Porque isso é assim, é algo que a Providência deu a ele, não deu a mim, embora, talvez a Providência tenha dado a mim algo que é mais do que a Providência deu a ele. Ele, a este título, me é superior, e enquanto tal ele merece uma certa atenção de minha parte. Vejam os matizes da coisa, segundo a Igreja o estado de solteiro abraçado por amor à causa é superior ao estado de casado. Mas o estado de solteiro, porque é solteiro, porque não casou, de si não é superior, porque o casado recebeu um sacramento que o solteiro não recebeu. No tempo de São Francisco de Sales era uma regra de cortesia, casas muito grandes, palácios etc., etc., não tinham sempre luzes acesas por toda a parte e para um hóspede de distinção, quando o hóspede ia sair da sala onde se está conversando e ia dormir, era regra que alguém, conforme a graduação do hóspede, um, dois ou três lacaios fossem com velas na frente dele, quando era um hóspede menor se dizia amavelmente: Meu caro fulano, pegue aquela vela, você vai melhor assim. Quando era um hóspede mais graduado a gente dizia para um lacaio, acompanhe o senhor fulano de tal; se era um hóspede mais graduado ainda, a gente diria: Você e você acompanhem o senhor fulano de tal; quando era um hóspede muito graduado o dono da casa ia com a vela na frente. E, passou-se com São Francisco de Sales um fato mais ou menos assim: ele era bispo, mas ele era Arcebispo Príncipe de Genebra, Genebra tinha caído no protestantismo e ele vivia na Sabóia que era próximo de Genebra, mas vivia numa espécie de exílio, mas ele tinha esse direito, era Arcebispo Príncipe de Genebra, e tinha as honras ligadas a isso. Ele se levantou e foi acompanhar o indivíduo no quarto. E alguém disse: “Mas, monsenhor, acompanhar esse homem lá.” Ele disse: “Se ele fosse solteiro eu não o acompanhava, mas ele sendo casado recebeu o sacramento e tem direito a isso.” Olhe que ele tinha um sacramento muito mais alto que é o da Ordem, mas ele sabia distinguir na ordem inferior a ele entre o solteiro e o casado, para efeito de ali realçar aquela superioridade. Bem, e em todos os países civilizados se entende que essa coisa não se dá exclusivamente em função do mérito e nem sequer se dá exclusivamente em função do cargo. Alguém poderia me objetar: “Não Dr. Plínio, quando se trata de uma superioridade que é adquirida por mérito eu estou de acordo com o senhor, o que eu não posso aceitar é a superioridade hereditária, eu respeito o mérito, vamos dizer que eu respeite o cargo do indivíduo, embora ele não tenha muito mérito para o cargo.” Vamos dizer, por exemplo, um homem ficou juiz, é meio burrego, mas conseguiu se esfregar no negócio e ficar juiz, entrou, é juiz, trate com a consideração com que se deve tratar um juiz, ainda vou lá. “Mas, eu não compreendo a hereditariedade do mérito. Então porque o pai fez um brilhante concurso e ficou professor, não sei, na Faculdade X, o filho que nasceu burro, tem direito a uma consideração por causa disso?” A resposta é: sim senhor, tem. Porque há uma relação entre pai e filho que faz com que a honra que o pai teve, torne de algum modo, de algum modo reflita sobre o filho, a honra que a mãe teve de algum modo reflita sobre o filho. Por que isso? Porque há uma ligação pessoal entre o pai e o filho, que faz do filho carne da carne, sangue do sangue do seu pai e de sua mãe. E, portanto, por atenção ao que aquele homem de mérito gostaria que se fizesse por ele, por essa atenção eu devo distinguir. Não sei se querem que eu me exprima melhor ou não? Bem, e na Escritura nós vemos uma porção de coisas assim. Fulano agiu bem, Deus o abençoou até a sua tantésima geração, isso está cheio. Agora, abençoou as crianças que vão nascer dele e que não têm mérito nenhum, ainda nem nasceram, nem foram concebidas e já receberam uma benção em consideração daquele homem, está cheio a Escritura. O professor M. conhece bem a Escritura e poderia citar pilhas de casos. Bem, Abrão com o povo eleito e tanta coisa! Se Deus faz assim, quem somos nós fazer da outra maneira?! Então, eu tenho, eu tenho visto às vezes coisas dessas: “esse pelutrica pensa aí que tem qualquer coisa porque o pai dele foi isso, não vale nada.” Eu tenho vontade de dizer: Você… se o seu pai fosse alguma coisa, eu queria saber que cara você tinha? Que megalice dava em você? E você é tão ligado ao seu pai, que eu dizer isso a você seria falta de educação. Entretanto, é uma verdade que você merecia ouvir, porque você sente que eu diminuindo a ele eu diminuo a você, ou então, exaltando a ele eu exalto a você herda, participa da glória que ele mereceu. O caso mais característico, pode se verificar nos jornais do tempo, eu creio que eu tenho esse recorte guardado. O caso mais característico nesse sentido, que eu vi em minha vida, foi durante a guerra civil espanhola, os comunistas se apoderaram do Duque de Veráguas, que era o último descendente de Cristóvão Colombo, todas as Repúblicas Hispano-Americanas mandaram fazer um pedido ao governo comunista para não matar o Duque de Veráguas para não se extinguir a descendência de Cristóvão Colombo na terra; que ele era o único descendente vivo de Cristóvão Colombo, não tinha tido ainda filhos e se morresse se extinguia a estirpe de Cristóvão Colombo. Privilégio odioso? São vinte e tantas Repúblicas latino-americanas!... Não sei bem quantas são. Igualdade habitual entre os professores de uma mesma faculdade, elas fazem parte de um mesmo colégio docente etc., etc., há uma pequena prioridade que é a seguinte: não sei se ainda há hoje, antigamente era isso, é que os mais antigos como professores que lecionavam mais tempo, quando se organizava nas cerimônias universitárias o cortejo dos professores, os mais antigos tinham um lugar mais honroso do que os mais novos; é uma coisa evidente. Mas, vamos admitir que um professor fosse, por exemplo, um descendente comum de uma linhagem de 10 professores brilhantes que remontam, portanto até o fim da Idade Média; esse não tem direito a exercer uma função especial dentro da universidade por causa disto? Então, uma universidade aristocrática, aristocrática no seu interior, não é só em relação às classes superiores ou inferiores, isso teria a sua adequada projeção. Agora, que relação isso tem com o Sagrado Coração de Jesus? É que o Coração de Jesus forma essas almas... não tem que explicar o resto porque está evidente… desapegadas do amor de si mesmo e apegadas ao amor de todas as legítimas desigualdades que lembram mais excelentemente a Deus Nosso Senhor. Não sei, se isto não estiver claro, eu estou muito disposto a repetir etc., etc. Então pergunto se há alguma pergunta, alguma objeção, eu estou à disposição. (MBV – Para mim não ficou muito claro o papel do Sagrado Coração de Jesus em tudo isto…) É, pode ter sido uma “brasileiríade” de minha parte, eu vou passar a explicar. O homem é naturalmente propenso pelo “lumen rationis” natural a conhecer as desigualdades e perceber que aquilo que é melhor como qualidade – e até sob certo ponto de vista como quantidade – vale mais do que aquilo que é menos bom como qualidade ou quantidade. Bom, isso levaria, naturalmente, o homem pela luz da razão natural a criar uma ordem de coisas aristocrática, mas isso encontra na alma humana um obstáculo enorme: é a inveja que leva o homem a detestar tudo aquilo por onde ele tem alguém que é superior a ele; é o egoísmo, a inveja afinal de contas é uma expressão do egoísmo, é um fruto do egoísmo, é mais uma expressão do que um fruto autônomo do egoísmo, é um estado de alma, é o modo de ser do egoísmo a inveja, um dos modos de ser do egoísmo é a inveja. Bom, a inveja leva o indivíduo a se entristecer com o bem do outro e leva, pelo contrário, se alegrar com o mal do outro e leva, portanto, a querer que os que estão em cima caiam e não querer que os que estão em baixo subam, ele quer que tudo esteja no mesmo plano, porque ele se sente humilhado por qualquer desigualdade. A devoção ao Sagrado Coração de Jesus, porque incute um grande amor de Deus, porque nos vincula a Deus Nosso Senhor de um modo especial, derrama uma torrente de graças etc., etc., modela a nossa alma para esse desapego de si mesmo. E modelando para esse desapego torna a alma flexível a não ter inveja e a ter essa nobre e sadia alegria da superioridade dos outros. O senhor terá raras vezes ouvido na sua vida reações do seguinte tipo: alguém elogia outrem na sua presença – já não é fácil encontrar hoje em dia quem elogia –; outrem está presente e o senhor está presente também, elogia outro na sua presença. Esse alguém, esse outrem quer dizer, dirá, a reação seguinte, vamos dizer que seja uma coisa comum, concurso de natação: “Eu nado bem, mas vocês precisariam ter visto fulano nadar! Aí é que vocês compreenderiam o que é natação! Eu em tal lugar assisti um concurso de natação, esse internacional e não nacional ou municipal, onde eu fui o leão e ali você precisava de ver ele fazer isso, fazer aquilo, eu não sou capaz de fazer, fiquei admirado!” Vocês já ouviram reações assim?... Não sai, não sai, por aí não sai, por aí não vai nenhuma conversa! Mas, numa ordem aristocrática vai... Quer dizer, o que quer dizer aqui uma ordem aristocrática? Não quer dizer que baste ter condes e barões para as almas ficarem assim; isso seria uma estupidez! É uma coisa contrária: as almas assim geram as aristocracias. Mais ainda: as aristocracias elas mesmas vivem enquanto são assim. Quer dizer, quando elas, por sua vez, estão embebidas de admiração, inclusive de admiração pelos inferiores, de respeito até, em tudo aquilo que os inferiores são respeitáveis, quando elas estão embebidas disso, então a ordem aristocrática se fechou, ela se completou, porque é a ordem em que todo o mundo ama a Deus instituidor e distribuidor dessas desigualdades e não ama exclusivamente a si próprio. |