Plinio Corrêa de Oliveira
O bom bobo, o semi-bom e o bom autêntico
Observações muito importantes para a formação e conduta do contra-revolucionário
Santo do Dia, 17 de maio de 1980 |
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A D V E R T Ê N C I
A Gavação de
conferência do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira a sócios e cooperadores da
TFP, não tendo sido revista pelo autor. Se Plinio Corrêa de Oliveira estivesse entre
nós, certamente pediria que se colocasse explícita menção a sua filial
disposição de retificar qualquer discrepância em relação ao Magistério
tradicional da
Igreja. É o que fazemos aqui constar, com suas próprias palavras, como
homenagem a tão belo e constante estado de
espírito: “Católico
apostólico romano, o autor deste texto
se submete com filial ardor ao ensinamento tradicional da Santa Igreja.
Se, no entanto, por lapso, algo nele ocorra que não esteja
conforme àquele ensinamento, desde já e categoricamente o rejeita”. As palavras "Revolução" e "Contra-Revolução", são aqui
empregadas no sentido que lhes dá Dr. Plinio em
seu livro "Revolução
e Contra-Revolução", cuja primeira edição foi publicada no Nº
100 de
"Catolicismo", em abril de 1959. |
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Eu dou de passagem uma
observação de minha vida para os senhores, que é uma observação que
raras vezes falha: quando há um bom e um mau, há sempre um terceiro que
tende a tomar posição entre o bom e o mau. Isso é clássico! E a gente já
quando vê, por exemplo, assim... fileiras de pessoas boas, já pode ir se
perguntando quem seria dessa categoria de terceiros... que são bons!
Notem bem isto, isto é o lado curioso. São bons, mas se ficar só mau,
eles não são tão bons que tomem desde logo uma posição inteira a favor
do bom. Eles têm ilusões a respeito do mau, têm fraquezas a respeito do
mau, etc., etc. E na ponta da meada está o bom isolado e um mau ligado a um pouco menos mau, um pouco menos, um pouco menos, um pouco menos, até o bom amigo do ótimo, mas que de fato não é amigo sincero do ótimo. Ele é amigo do canalha que está na outra ponta e cuja existência talvez ele não conheça. Mas é assim a coisa!
Guardem, meus caros, isto,
mas guardem como um princípio valiosíssimo, inestimável. Perguntem-se a
si mesmos como é cada um dos senhores! E, em geral... A gente dirá: “Bom, mas às vezes eu não sei quem é o semi-bom e quem é o bom. Eu não sei distinguir...” Bom, eu digo: então é bobo! Mas a gente tem pena dos bobos e procura ajudar. Entre dois amigos, ambos bons e dos quais a gente não sabe qual é o melhor, há uma regra que também não falha: aquele contra o qual a gente tem tentação de birras gratuitas, é melhor. Porque birra gratuita o homem nunca tem de quem é menos bom do que ele. Ele tem de quem é melhor. É uma regra triste, eu sei, mas GRAVEM esta regra, se não quiserem no Reino de Maria ser os elementos negativos que começam a descida da encosta embaixo da qual vai estar o Anticristo! Guardem essa regra! No tempo em que eu tinha que me formar a mim mesmo foi um cuidado extremo que eu tomei. Automaticamente e desde logo tomar a posição mais contrária ao mal que eu pudesse imaginar. Eu não começava por me perguntar se essa posição era verdadeira. Eu começava a dizer: “Fulano pensa assim, eu não vou pensar diferente dele não. Eu vou pensar o contrário mais completo dele. Depois que eu estiver nessa posição, eu vou conferir na doutrina católica para ver como a Igreja pensa, porque a Igreja não erra, mas eu vou "ler" a doutrina católica à luz desse princípio”. Nunca, graças a Nossa Senhora, essa regra se revelou errada. Jamais! Pelo contrário, regra certa. E, portanto, procurem guardar isto - são dois princípios portanto - procurem guardá-los até o fundo da alma. Procurem não ser assim; procurem SER isto! E os senhores terão dado certo na vocação. Vamos dizer que abaixo da devoção a Nossa Senhora, que naturalmente é sempre o supra-sumo dos requintes, da perfeição é ser devoto de Nossa Senhora - abaixo da devoção a Nossa Senhora, a primeira coisa é essa! Assim! E quem é assim é devoto dEla. Quem é devoto dEla e não é assim, não é verdadeiro devoto dEla. Tem que ser assim. |