Plinio Corrêa de Oliveira
Nosso Senhor aparece a Dom Afonso Henriques, funda Portugal, lhe dá vitória contra os maometanos...
Santo do Dia, 28 de Janeiro de 1974 |
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Eu tenho aqui um “Santo do Dia” um pouco longo, de uma matéria que há muito tempo está para ser tratada – matéria, aliás, muito bonita – que faz parte da seção de medievalização: é o nascimento de Portugal. É tirado da “Crônica de Dom Afonso Henriques”:
“Introdução - Foi na batalha de Ouriques que nasceu o reino português. Enfrentando os infiéis maometanos os portugueses achavam-se em grande inferioridade numérica. Muitos cronistas idôneos referem-se a cem ismaelitas [mouros] para cada lusitano. Nessa situação crítica, Nosso Senhor vem ao auxílio do povo católico e ordenou que D. Henriques ficasse rei daquele povo.” Quer dizer, Portugal nasceu portanto duma batalha e, na coroação, no término dessa batalha, o reino de Portugal foi fundado. Os srs. vão ver como essa fundação se deu. “A tradição – Bastantíssima...” O português é um pouco arcaico mas eu creio que os srs. compreenderão. “Bastantissima era a tradição do aparecimento de Cristo, Nosso Salvador, feita a el rei Dom Afonso Henrique, e mais confirmando-se com os escritos de nossos autores, e de muitos estrangeiros gravíssimos, para se ter certo o favor que Nosso Senhor quis fazer à nação portuguesa”. “estrangeiros gravíssimos” quer dizer, aqui, pessoas dignas de todo crédito, muito graves, muito sérias. “Documentos escritos - Mas, para maior confirmação, ordenou o mesmo Senhor...” Daí vêm a crônica, que o cronista faz. O "senhor" é D. Afonso Henrique, primeiro Rei de Portugal. “...ordenou o mesmo senhor, parece que com particular providência, nos ficasse outra memória ilustríssima dessa verdade. E é uma escritura autêntica do ano de 1152, em que o mesmo rei D. Afonso, jura pelos Santos Evangelhos, como viu, com seus próprios olhos, ao Salvador do mundo, na forma que temos contado”. Quer dizer, o próprio rei mandou fazer uma escritura, declarando o milagre que houve com ele. Esse documento se conserva e é a fonte dessa narração que vem aqui.
“Achou-se em o ano de 1506, no Cartório do Real Mosteiro de Alcobaça, este documento”. Quer dizer, em 1506, esse documento já era velho, e foi encontrado nos papéis velhos do Mosteiro de Alcobaça.
Mosteiro de Alcobaça, vista parcial do claustro “E foi instrumento...” Quer dizer, foi quem redigiu. “...o Dr. Frei Bernardo de Brito, Cronista-Mor de Portugal, a quem o reino deve, com a glória adquirida por seus escritos, a graça de tão ditoso achado. É um pergaminho de letra antiga, já gastada, com selo de el Rei...” Quer dizer, com o lacre do rei. “...Dom Afonso, e outros quatro, de cera vermelha, pendentes com fio de seda da mesma cor, confirmado por pessoas de autoridade em que se funda o maior crédito humano que pode haver em escritura”. Deve ser um lindo documento! Um pergaminho meio gasto pelo tempo, com o lacre do rei, e com quatro outros lacres vermelhos, com fios de seda pendentes dos lacres. “O Doutor Lourenço do Espírito Santo, Abade então daquela Casa Geral da Ordem de Cister...” São os monges cistercienses, fundados pelo grande São Bernardo. “...neste Reino, pessoa de grandes letras e muita prudência, julgou ser vontade de Deus divulgar-se por todos essa memória. E, assim, indo a Lisboa, levou o pergaminho e mostrou-o aos senhores do governo. E depois, fazendo jornada à corte de Madrid, o apresentou ao católico rei D. Felipe II. E o viram também muitos grandes de sua Corte, e de todos foi venerado e estimado como merecia um documento de tanto preço, do qual o teor é o seguinte:” Eu não sei se a geração muito nova chega a tomar o sabor dessa redação antiga, e desses personagens que passam pelo documento, quase que por um vidro. Então, é o gravíssimo Frei Bernardo, Abade de Cister; depois, os senhores do governo com quem ele fala. Afinal, ele vai a pé, provavelmente, atravessando a Serra da Estrela, ele vai até Madri, porque, neste tempo, o rei de Portugal era Felipe II, rei da Espanha, que tinha herdado – um pouquinho à força, 99% por direito e 1% à força – tinha herdado o Reino de Portugal. De maneira que, então, era preciso apresentar a ele esse documento. E os senhores estão vendo o Dr. Frei Bernardo que chega ao Escorial, onde se encontra o rei Felipe II, vestido de preto, com uma gola branca, sentado na cadeira, e o Frei Bernardo fazendo uma grande reverência, e o rei olhando com cara solene. Então, ele mostra o pergaminho. O rei venera o pergaminho, porque conta um milagre de seu antecessor, rei de Portugal. É uma cena toda ela bonita, toda ela com gravidade histórica... “O texto – Eu, Afonso, Rei de Portugal...” Vejam a nobreza: “Eu, Afonso, rei de Portugal...” não precisa sobrenome, está tudo dito. “...filho do conde Henrique e neto do grande rei Dom Afonso...” Era rei da Espanha, com certeza de alguma das Espanhas. “...diante de vós, Bispo de Braga e Bispo de Coimbra e Teotônio e todos os mais vassalos de meu reino...” Quem seria esse Teotônio mencionado por ele aqui? Deveria ser um guerreiro, que devia estar assistindo de armadura, com uma espada em forma de cruz, ao ato. “...juro em esta cruz de metal e neste livro dos Santos Evangelhos em que ponho minhas mãos, que eu, miserável pecador, vi com esses olhos indignos a Nosso Senhor Jesus Cristo, estendido na Cruz, do modo seguinte”: O rei então começa, tudo jurado sobre os Santos Evangelhos. Percebem a solenidade!... a fé que tem esse homem! Como ele compreende a gravidade do juramento que ele está fazendo. E depois a humildade com que ele diz: “eu, Afonso, juro e ponho as mãos que eu miserável pecador, vi com esses olhos indignos a Nosso Senhor Jesus Cristo”. Vejam a reverência para com Nosso Senhor Jesus Cristo. Os olhos dele viram a Cristo. Ele agora vai jurar. Os olhos ficaram - por assim dizer - sagrados porque viram a Nosso Senhor Jesus Cristo. Então, começa a narração. A primeira parte da narração é: “Inferioridade e risco na batalha - Eu estava com meu exército nas terras de Alentejo, nos campos de Ouriques”... Tem até uma cadência, os senhores não acham? “Eu estava com meus exércitos nas terras do Alentejo...” parece que tudo isso toma um aspecto fabuloso, feérico: as terras de Alentejo, nos campos de Ouriques... uma coisa extraordinária! “...para dar batalha a Ismael”. Quem era Ismael? Era o primeiro fundador da raça árabe. E como eles tinham uma noção muito grande da relação entre pai e filho, combater aqueles mouros era combater Ismael, que era uma figura do Antigo Testamento. Ele estava dando batalha a Ismael. Vejam a seriedade e a classe de tudo isso! “...e outros quatro reis mouros, que tinham consigo infinitos milhares de homens”. Não, Ismael era um dos reis. “E minha gente, temerosa de sua multidão...” Da multidão do adversário. “...estava atribulada e triste sobremaneira. E entanto que publicamente diziam alguns, ser temeridade acometer tal jornada. E eu, enfadado do que ouvia, comecei a cuidar comigo o que faria”. Dava quase um verso de Camões. O rei, perturbado, porque os guerreiros dele estavam com medo diante da moirama imensa que estava lá para atacar. Passamos, agora, à segunda parte. Ele faz uma meditação, ele vai cuidar o que ia fazer. Mas era um rei católico, então ele faz uma meditação. E ao cabo da meditação, uma oração confiante. “E como estivesse na minha tenda um livro em que estava escrito o Testamento Velho e o de Jesus Cristo, abri-o e li nele a vitória de Gedeão e disse entre mim mesmo: Mui bem sabeis Vós, Senhor Jesus Cristo, que por amor vosso tomei sobre mim essa guerra contra Vossos adversários. Em Vossa mão está dar a mim e aos meus fortaleza para vencer esses blasfemadores do Vosso Nome”. Os srs. estão vendo a consciência reta dele. Ele estava de tal maneira combatendo pela causa católica, que ele nessa hora de perigo, disse: Meu Deus, vós sabeis que é por Vós que eu combato. Agora, dai-me força para eu levar adiante a minha guerra. Ele fez, portanto, uma meditação e terminou com uma prece confiante. Passa para outro ponto: “Ele fala, Deus ouve - Ditas essas palavras, adormeci sobre o livro, e comecei a sonhar que via um homem velho vir para onde eu estava, e que me dizia: Afonso, tem confiança, porque vencerás e destruirás esses reis infiéis, e desfarás sua potência e o Senhor se te mostrará”. Agora vem, então, um emissário. “Estando eu nessa visão, chegou João Fernandes de Souza, meu camareiro, dizendo-me: Acordai, senhor meu, porque está aqui um homem velho que vos quer falar. Entre, lhe respondi, se é católico”. Uma beleza! Imaginem a cena, uma tenda medieval, de um exército pequeno; mais adiante se veem todos os exércitos dos quatro reis mouros; todo mundo acabrunhado diante da dificuldade, o rei dormindo, extenuado, junto a uma mesa onde estão o Novo e o Antigo Testamento. Ele sonha. Do lado de fora, com forte sotaque português, o camareiro: “- Meu Senhor. - Que há, que queres? - É fulano que quer falar. - Entre se é católico”. Lindo! Se não é católico, fora!… Então, há um sonho, um emissário, a mensagem. “E tanto que entrou, conheci ser aquele que no sonho vira, o qual me disse:” Então, primeiro, a predileção, [depois] duração de Portugal, [e agora a] promessa. É uma mensagem que, evidentemente é um mensageiro celeste que fala, porque ele sonhou com este homem e viu o homem logo depois. “Senhor, tende bom coração; vencereis e não sereis vencido”. “Tende bom coração” naquele tempo não queria dizer “tende pena”, mas coração firme. Isso é que é bom coração. “Sois amado do Senhor porque, sem dúvida, pôs sobre vós e sobre vossa geração, depois de vossos dias, os olhos de Sua misericórdia até a décima sexta descendência, na qual se diminuirá a sucessão, mas nela assim diminuída, Ele tornará a por os olhos e verá”. É uma promessa da duração de Portugal. Quer dizer, Deus tinha amado aquele rei e o povo que ia nascer. Que ele não sabia que ia nascer. E durante dezesseis gerações Deus amaria Portugal. Depois, Portugal entraria num declínio, mas que Deus olharia para Portugal de novo, e Portugal se reergueria novamente. Era para a geração do rei, mas entende-se que era a geração de todo o povo português. “Ele me manda dizer-vos que quando na seguinte noite ouvirdes a campainha da minha ermida, na qual vivo há 66 anos, guardado no meio dos infiéis com favor do mui alto, saiais fora do real sem nenhum criado, porque vos quer mostrar Sua grande piedade”. É uma coisa linda! Quer dizer, esse homem era um eremita que vivia há 66 anos sozinho no meio dos infiéis, guardado maravilhosamente; naturalmente, para esse momento histórico. Porque vale a pena nascer para desempenhar essa missão e morrer. É vida cheia! Quem fez isso está com a vida cheia! Então, o modo do velho dizer: ”quando ouvirdes uma campainha, saí do real”. “Real” é a zona do acampamento do rei, onde o rei está. “E sem nenhuma companhia, ide para o mato, porque Deus quer vos aparecer lá”. Mas vejam a prova de confiança que ele exige: “sem nenhuma companhia”. Não pode ir com soldados, nem nada, tem que confiar em Deus. “Obedeci”. Continua o rei a falar. “...e prostrado em terra com muita reverência, venerei o embaixador e quem o mandava”. Ele, nobre de alta categoria – daí a pouco seria rei – se prostrou em terra para venerar esse embaixador. E, na pessoa do embaixador, a Nosso Senhor Jesus Cristo, que o mandava. “E, como posto em oração, aguardava o som, na segunda vela da noite, ouvi a campainha, e armado com espada e rodela, saí fora dos reais”. Os srs. estão vendo que beleza. O rei passou a noite ainda impressionado com a presença desse venerando eremita, que naturalmente saiu. Em certo momento, no silêncio da noite, uma campainha. E o rei foge do acampamento, sem ninguém ver. Bom português, cauteloso, não deixou de levar a espada, para o que desse e viesse. E mais a tal rodela que deve ser, provavelmente, um escudo circular.
“A aparição – E subitamente vi, à parte direita, contra o nascente, um raio resplandecente, indo-se pouco a pouco clarificando; cada hora se fazia maior. E pondo de propósito os olhos para aquela parte, vi, de repente, no próprio raio, o sinal da cruz mais resplandecente que o sol, e um grupo grande de mancebos resplandecentes, os quais, creio que seriam os Santos Anjos. Vendo, pois, essa visão, pondo à parte o escudo e a espada, me lancei de bruços e, desfeito em lágrimas comecei a rogar pela consolação de seus vassalos, e disse sem nenhum temor”. Agora, passa, então, à súplica. “A que fim me apareceis, Senhor? Quereis, porventura, acrescentar fé a quem já tem tanta?” Era um homem que devia estar muito seguro de sua virtude, para dizer uma coisa dessa. “Melhor é, por certo, que vos vejam os inimigos, e creiam em vós, que eu, que desde a fonte do Batismo vos conheci por Deus verdadeiro, filho da Virgem e do Padre Eterno, e assim Vos reconheço agora”. É uma oração do outro mundo! Não há o que acrescentar, não há o que comentar! “A cruz era de maravilhosa grandeza, levantada da terra quase dez côvados (= 4,5 mts). O Senhor, com um tom de voz suave, que minhas orelhas indignas ouviram, disse: É a promessa da vitória e da fundação do Reino de Portugal, que entra agora. “Não te apareci deste modo para acrescentar tua fé, mas para fortalecer teu coração neste conflito”. Quer dizer, fé tu tens, mas o coração não está tão firme… “E fundar os princípios de teu reino sobre pedra firme”. Os senhores estão vendo que parece o diálogo de Nosso Senhor com São Pedro – “o que dizem os homens sobre o Filho do Homem?” e São Pedro reconheceu Nosso Senhor como Filho de Deus. Nosso Senhor respondeu: “Pois tu és pedra e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja”. Assim também ele adorou a Deus, reconheceu a Deus, Deus disse a ele: sobre ti eu fundarei um novo reino. Tenha coragem, porque sobre ti fundarei um novo reino. “Confia, Afonso, porque não só vencerás esta batalha, mas todas as outras em que pelejares contra os inimigos de minha Cruz. Acharás tua gente alegre e esforçada para a peleja; e te pedirá que entres na batalha com o título de rei. Não ponhas dúvida, mas tudo quanto pedirem, lhes concede facilmente”. Quer dizer, o povo ia pedir a ele, os soldados iam pedir a ele que ele entrasse na batalha com o título de rei, para terem mais alento. Então, diz Ele: “Aceita quanto pedirem. E o mais que pedirem, concede facilmente”. Estava fundado o reino. Mas fundado de um modo muito bonito, porque era, Deus profetizou e os guerreiros - por uma moção divina - aclamaram. Os senhores tem ambas as coisas que se conjugam. É uma verdadeira beleza! Agora vem, além da promessa da vitória e da fundação, algo que talvez seja uma referência ao Brasil. “Eu sou fundador e destruidor dos reinos e impérios, e quero em ti, e em teus descendentes, fundar para Mim um império por cujo meio seja Meu Nome publicado entre as nações mais estranhas”.
Os senhores estão vendo que aqui está a evangelização do Brasil, que é uma coisa que nem se cogitava naquele tempo. O Brasil, evidentemente, a África Portuguesa e Índia. Mas eu creio que não é imodesto achar que das várias partes que receberam a pregação, a mais insigne foi o Brasil. De maneira que havia um primeiro lampejo da existência do Brasil nessa promessa que foi feita na fundação do Reino de Portugal. É, ou não é verdade, que a gente vendo assim o Brasil florescer de uma promessa, nos dá mais alegria e mais esperança de sermos brasileiros? Agora, Nosso Senhor, depois de ter previsto a fundação do reino e ter previsto a missão do Reino, Ele dá um símbolo: “E para que teus descendentes reconheçam quem lhes dá o reino, comporás o escudo de tuas armas do preço com que Eu remi o gênero humano, e daquele por quem fui comprado pelos judeus, e ser-me-á reino santificado, puro na fé e amado na minha piedade”. São as quinas de Portugal, que representam as cinco chagas de Nosso Senhor Jesus Cristo. Agora, vem uma vítima expiatória. “Eu, tanto que ouvi essas coisas, prostrado em terra, O adorei, dizendo: Por que méritos, Senhor, me mostrais tão grande misericórdia? Ponde, pois, Vossos benignos olhos nos sucessos que me prometeis e guardai salva a gente portuguesa. E se acontecer que tenhais contra ela algum castigo aparelhado...” Que linda expressão “aparelhar um castigo”! “...executai–o sobre mim e livrai este povo que amo como meu filho único”. Este homem era digno de ser Rei! O rei tinha sido formado pela graça, antes de lhe ser dada a coroa. Um homem que diz “se o povo merece o castigo, meu Deus, que caia sobre mim, porque eu amo como amaria meu filho único”. “Consentindo nisso, o Senhor me disse: Não se apartará deles, nem de ti, nunca Minha misericórdia, porque por sua via tenho aparelhadas grandes searas e eles, escolhidos por Meus segadores, em terras muito remotas”. Quer dizer, a grande misericórdia era, portanto, de vir um dia, a fazer seara no Brasil. Então, com isso era a misericórdia. Nós somos filhos de Portugal, é verdade, mas somos filhos dessa misericórdia que teve Portugal por canal e por instrumento. Eu creio que o primeiro documento da História do Brasil é este; e numa História do Brasil que se desse com alma, não se deveria começar por falar da nau que partiu de Portugal, mas se deveria começar por contar que ia ser realizada a missão nas terras de Alentejo, nos campos de Ouriques, numa determinada noite, dada por Deus Nosso senhor a El Rei D. Afonso Henriques. Assim é que deveria começar uma verdadeira História do Brasil. “Ditas essas palavras, desapareceu. E eu, cheio de confiança e suavidade, me tornei para o real. E para que isso passasse na verdade, juro eu, D. Afonso, pelos Santos Evangelhos de Jesus Cristo, tocados por essas mãos. E, portanto, mando a meus descendentes que para sempre sucederem, que em honra da Cruz e das cinco Chagas de Jesus Cristo, tragam em seu escudo os 5 escudos partidos em cruz; em cada um deles os 30 dinheiros; e, por timbre, a serpente de Moisés, por ser figura de Cristo. E seja este o troféu de nossa geração. E se alguém intentar o contrário, seja maldito do Senhor e atormentado no inferno, como Judas, o traidor. Foi feita a presente carta em Coimbra, aos 29 de outubro, era de 1152. Eu, El Rei Dom Afonso.” Aí está feito o "Santo do Dia". Também não temos mais nada que acrescentar.
Acima, pintura na bela e acolhedora igreja de Santo Antonio dos Portugueses, em Roma |