Plinio Corrêa de Oliveira

 

A irreversibilidade da Revolução, da Contra-Revolução e, pois, do Reino de Maria

 

 

 

 

 

 

 

Reunião para a V SEFAC (Semana Especializada para a Formação Anticomunista), 14 de julho de 1971

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A D V E R T Ê N C I A

Gravação de conferência do Prof. Plinio com sócios e cooperadores da TFP, não tendo sido revista pelo autor.

Se Plinio Corrêa de Oliveira estivesse entre nós, certamente pediria que se colocasse explícita menção a sua filial disposição de retificar qualquer discrepância em relação ao Magistério da Igreja. É o que fazemos aqui constar, com suas próprias palavras, como homenagem a tão belo e constante estado de espírito:

“Católico apostólico romano, o autor deste texto  se submete com filial ardor ao ensinamento tradicional da Santa Igreja. Se, no entanto,  por lapso, algo nele ocorra que não esteja conforme àquele ensinamento, desde já e categoricamente o rejeita”.

As palavras "Revolução" e "Contra-Revolução", são aqui empregadas no sentido que lhes dá Dr. Plinio em seu livro "Revolução e Contra-Revolução", cuja primeira edição foi publicada no Nº 100 de "Catolicismo", em abril de 1959.



 

 

Eu devo tratar a respeito da irreversibilidade da Contra-Revolução. É um tema complexo, é um tema vasto e que obriga a que eu seja muito denso na minha exposição, deixando de lado quaisquer floreios oratórios ou literários, para tratar exclusiva e diretamente do assunto.

Para nós tratarmos bem do assunto, nós devemos dividi-lo em partes e a primeira parte é o conceito de irreversibilidade. A partir desse conceito, os senhores compreenderão a importância da conferência.

Reversível é aquilo que pode voltar para trás. Por exemplo, a marcha de um automóvel ou de um avião, é reversível. Quer dizer, o veículo se põe em marcha numa direção, mas ele pode voltar para trás e pode, a qualquer momento, fazer o caminho inverso daquele que ele fez.

Irreversível é aquilo que não reverte, que não volta para trás, que uma vez que se pôs em marcha, não tem a possibilidade de voltar para trás. Pode ser destruído, pode ser liquidado, não pode voltar para trás. Este é o sentido de irreversível.

Nós devemos sustentar nesta conferência a seguinte tese - eu passo, portanto, do conceito de irreversível para a tese: que a Revolução é irreversível nos dias de hoje. E que daí se deduz que também a Contra-Revolução o é.

Ou seja, a Revolução está num auge, em que ela necessariamente tem que chegar às suas últimas violências e aos seus últimos excessos.

De outro lado, e por isso mesmo, ela caminha para a sua destruição. E, também em consequência disto, a vitória da Contra-Revolução é irreversível. Este é, em essência, o pensamento que eu vou desenvolver.

Está enunciada a tese. Eu vou dar agora a importância da tese. Qual é a importância da tese para nós, que alcance tem essa tese para nós.

O alcance é o seguinte: nós vemos que há hoje uma desproporção enorme entre as forças da Revolução e as da Contra-Revolução. A Revolução se nos afigura como um poder mundial, avassalador. As forças da Contra-Revolução, são muito menores que as da Revolução, humanamente falando.

Daí decorre então, para nós, uma questão: qual é o sentido de nossa luta? Poderemos vencer? Dada essa desproporção tão grande de forças, poderemos vencer? A nossa luta tem um sentido? Essa é uma questão que muitas vezes, consciente ou subconscientemente, aflorará ao espírito dos senhores. De um modo ou de outro, a questão virá ao espírito dos senhores. E para que essa questão seja resolvida, a conferência de hoje é fundamental, porque ela vai mostrar aos senhores porque devemos ter razão de certeza de nossa vitória. Que motivos racionais há, para termos a certeza de nossa vitória?

Não se trata de motivos emocionais. Eu não vim fazer aqui uma conferência literária, eu não vim fazer uma conferência para entusiasmá-los. Eu vim tratar com frieza, com objetividade deste problema: que razão nós, como católicos temos, para esperar a nossa vitória?

Isto posto, eu passo à terceira parte da conferência que é: eu vou provar a irreversibilidade da Revolução.

A quarta parte será: a irreversibilidade da Contra-Revolução. Então, a conferência está dividida bem metodicamente em pontos diversos.

Eu vou tratar então da terceira parte, que é a irreversibilidade da Revolução.

Não é possível compreender a irreversibilidade da Revolução, sem que se compreenda antes o que é um processo. Se os senhores quiserem, é o ponto um desta terceira parte. Pois a Revolução é um processo e se nós não soubermos o que é um processo, nós não compreenderemos o que eu vou dizer. Então, agora parte A, eu vou definir o que é um processo.

Os senhores observam na natureza, que as causas - quaisquer que elas sejam - as causas são de espécies diversas. Algumas causas produzem um efeito só, ou alguns efeitos simultâneos, mas morrem. Assim por exemplo, se uma pessoa toma um fogo de artifício e acende, pode daí sair uma chama que se perde no ar e que morre. É uma causa que produziu um efeito. Mas depois morre. Aquela causa produziu um efeito, a causa morreu ao produzir o efeito e o efeito se extinguiu pouco depois.

A causa pode produzir vários efeitos simultâneos. Um mesmo fogo de artifício pode lançar cinco chamas, dez chamas, vinte chamas. Mas depois, estas chamas morrem. Isto não é um processo.

O que é que nós chamamos o processo?

O processo é o conjunto de fatos desencadeados por uma causa, que provoca outra, que provoca outra, que provoca outra. Quer dizer, uma causa que tem efeito, esse efeito será causa de outro efeito, em cadeia. Isso se chama um processo.

Repetindo: o processo é um conjunto de fatos que se desencadeiam quando uma causa produz um efeito; este efeito por sua vez, produz outro efeito e assim por diante. Esses efeitos que se produzem em cadeia se chamam um processo. Então, essa concatenação de efeitos se chama um processo.

* Definindo e exemplificando as duas espécies de processos: em declínio e em ascensão

Há duas espécies de processos: uma espécie de processo é aquele em que a causa produz um efeito de uma intensidade "x", menor que a causa. Agora, este efeito vai produzir um efeito de uma intensidade por exemplo "x" dividido por dois. E depois, este efeito vai produzir outro efeito de "x" dividido por exemplo, por quatro, e assim progressivamente.

Quer dizer, estas causas produzem efeitos em declínio, que tendem para se extinguir, tendem para morrer. Um exemplo comum disso é o jogo de snooker, aquele bilhar norte-americano com aquelas caçapas nos cantos das mesas. Tem várias bolas. Uma pessoa bate com o taco numa das bolas, a bola move outra que move outra, que move outra. O impulso recebido pela última bola, é evidentemente muito mais fraco do que o impulso recebido pela primeira bola. Aquela energia vai se extenuando à medida que passa de uma bola para outra, até morrer. É um processo aquilo. Mas é um processo em declínio.

Agora, há processos pelo contrário que são em ascensão. Esses processos são frequentes na ordem moral, no que diz respeito à alma humana. Não na ordem física, mas na ordem moral. Eu dou sempre exemplos muito simples para tornar clara a compreensão. Portanto, fatos que todos os senhores conhecem.

Os senhores considerem uma pessoa que tem uma inclinação natural, por exemplo atávica, para se embriagar. Ela toma um primeiro cálice e este cálice desperta nela todo o atavismo errado que ela tem. O efeito do primeiro cálice é ela querer tomar um segundo. Mas o segundo cálice vai dar a ela uma vontade de se embriagar, muito maior. E assim, cada cálice sucessivo, aumenta o vício. De maneira que o processo é em ascensão. Quer dizer, esse processo se nutre com seus próprios efeitos. A causa se nutre com seus próprios efeitos e por isso o processo é em ascensão.

Conta-se que isto se dá também com certos assassinos. Nunca pensaram em matar. Matam pela primeira vez, e ficam eletrizados com aquela idéia da morte. Cada vez que eles matam mais, querem mais matar. O processo de corrupção moral está em ascensão.

Com todos os vícios do homem, isso se dá assim. O processo do vício é um processo ascensional que, é claro, o homem pode cortar, mas se não cortar, esse processo chega até ao delírio. Chega até a loucura. Esta é a marcha do vício.

* Uma vez que os defeitos morais se desenvolvem na alma humana à maneira de um processo ascensional, o mesmo ocorre com a Revolução

Bem, analisada assim, nós vimos o que é um processo, nós vimos que os vícios, quer dizer, os defeitos morais, são processivos, se desenvolvem na alma humana à maneira de um processo; nós vemos agora que esse processo, não é um processo qualquer. Que o processo dos vícios é um processo ascensional. Não é irreversível, ele, mas é ascensional.

A Revolução é um processo de vícios. É um processo vicioso.

Os senhores viram pelas conferências que tiveram, pela leitura que algum terá feito da RCR (Revolução e Contra-Revolução), que a Revolução, no fundo, resulta do crescimento de dois vícios sobretudo, da sensualidade e do orgulho, vícios que caminham em galope e que levam facilmente para o delírio. Cada um a seu modo, leva para o delírio.

Então, diante desse imenso processo vicioso ascendente e galopante, que é a Revolução, nós vamos perguntar: por quê esse processo é irreversível? Quer dizer, a pergunta é: por que não se conseguirá evitar que a Revolução chegue a seus últimos horrores? Essa é a pergunta. Porque irreversibilidade é isso, no caso. Ela não voltará, ela está posta no caminho dos horrores, e não voltará mais.

O princípio geral é o seguinte - vamos considerar o princípio na alma de um indivíduo e depois vamos considerar esse princípio na psicologia de um povo: quando um indivíduo se atola demais num vício, e quando esse vício está quase no ponto de produzir nele os piores horrores, nesta fase final, salvo uma graça excepcionalíssima de Deus, esse vício não é mais vencível. Individualmente falando. Isto é de bom senso comum.

Os senhores tomem uma pessoa que se habitua, por exemplo, a drogas, a tóxicos, à cocaína, a outras coisas assim. Se ela está na última fase do vício, admite-se que, salvo um milagre, ela chegará até à morte, ela chegará à degeneração final. Salvo um milagre moral da graça, que sempre pode acontecer, ela chegará até à degeneração final.

Assim também, uma pessoa que tem o hábito de jogar. Os bancos, por exemplo, não emprestam dinheiro a pessoas que têm hábito de jogar. Eles têm até um sistema de fiscalização para saber se as pessoas que pedem dinheiro para eles, jogam ou não jogam. Porque se jogam, eles negam crédito. Um banqueiro podia pensar: "não, mas ele de repente ele corta esse vício". De repente..., mas o mas normal é que ele não corte. E que o vício vá crescendo e que ele se afunde completamente. É claro.

Assim, também, os senhores compreendem que se um Banco sabe de um freguês que está jogando por exemplo, que jogou até a casa em que ele mora, o banco não vai achar: "bem, mas ele ainda tem certas joias da mulher dele que ele não vai pôr no jogo". Porque é claro, pouco depois, ele põe as joias; se a mulher fosse vendável, ele vendia a mulher também. Esse é o dinamismo próprio do vício quando chega a seu último extremo.

* A situação contemporânea prova que a Revolução chegou a seus últimos paroxismos - Analisando a subversão clássica: o desenvolvimento do comunismo

Agora, nós sustentamos que a Revolução está no momento de chegar a seu último extremo no mundo. Quer dizer, os vícios de que ela resulta se tornaram tão profundos, se tornaram tão gerais, que a menos de um milagre, eles só podem chegar ao desenlace final. Ela já está engajada de tal maneira, que ela só pode chegar a seu próprio auge. Não há outro caminho possível.

Agora, eu vou provar que ela está nesta situação. Eu vou fazer uma descrição da situação contemporânea que prova que ela está nesta situação. Eu vou usar aqui a distinção entre as duas formas de subversão - que nós costumamos usar na TFP - a subversão que nós poderíamos chamar de clássica, e que se faz através do progressismo, da Democracia Cristã, do socialismo, até o comunismo. Quer dizer, é a forma clássica conhecida da subversão. E depois há a neo-subversão hippie, contestatária, que é uma outra forma de subversão.

Vamos considerar a subversão comunista. A subversão comunista, no momento, se realiza em virtude de duas ordens de fatos: uma é o extraordinário poder que o comunismo vai cada vez mais manifestando. Os senhores considerem os assuntos desta semana, para não ir adiante, ficar apenas nessa semana, porque eu não posso ampliar demais o quadro.

Agora, este avanço comunista é agravado pela falta de uma reação anticomunista. As duas maiores potências anticomunistas do mundo, cada uma na esfera própria, eram até pouco tempo atrás, na esfera temporal, os Estados Unidos; na esfera espiritual, a Igreja. Os Estados Unidos estão abandonando a liderança da luta anticomunista. Isto todos os jornais dizem, todos proclamam, é um fato notório. Não sofre a mínima discussão. Os próprios norte-americanos o dizem: eles estão abandonando a liderança da luta anticomunista, a liderança temporal.

Infelizmente, com sangue jorrando de nosso coração de católicos, nós devemos dizer que a Igreja está abandonando a liderança espiritual da luta anticomunista. Isso é uma coisa evidente também.

(Aparte: Tem até elementos comunistas dentro dEla).

Isso, como aliás no próprio governo norte-americano. Não só eles estão abandonando, mas estão infiltrados. E estão abandonando porque estão infiltrados.

Então, quer dizer que a luta anticomunista está sem liderança universal. Nem no campo material, nem no campo espiritual ela tem liderança. Essa liderança está desaparecendo, ou desapareceu, como quiserem. No que diz respeito à Igreja, pode-se dizer que muitíssimos setores da Igreja até colaboram com a expansão do comunismo. Quer dizer, a liderança anticomunista se transformou numa colaboração com o comunismo. Em traços muito rápidos, essa é a marcha ascensional do comunismo clássico, da subversão clássica.

* O desenvolvimento da subversão contestatária hippie

Nós temos agora, a subversão hippie, a subversão contestatária, etc. Os senhores já tiveram uma conferência sobre o hipismo, creio eu e não vou, portanto, repetir o que já foi dito. O sabem que é um movimento que não existe sob a forma de um partido ou de uma associação definida, mas é uma espécie de lepra ou de erisipela, que vai cobrindo todo o corpo da sociedade contemporânea, e cujo espírito é anárquico.

O hippismo não consiste apenas no fato de que alguns jovens se entregam à vida hippie, não é isto apenas. Mas é de que incontáveis jovens que não se entregam à vida hippie, vão tomando hábitos hippies e mentalidade hippie.

Nós poderíamos considerar o hippismo em três de suas realizações, em três de suas agressões: a agressão moral, sexual, vamos dizer. Se os senhores quiserem, podem falar em terrorismo sexual, porque é um verdadeiro terrorismo sexual. Depois o terrorismo indumentário, que diz respeito aos trajes. E o terrorismo político.

O terrorismo sexual se manifesta pelo seguinte: a generalização da minissaia, do short, e até em alguns países, de formas ainda mais execráveis de imoralidade (*). Por exemplo, os senhores sabem que na Suécia existe, em todos os países civilizados, existe evidentemente casamento para pessoas, para ligar pelo laço conjugal, pessoas de sexo diversos. Na Suécia, existe casamento legal possível de homem com homem ou de mulher com mulher. Uma maior abominação não se pode imaginar. É a última palavra.

Em Nova York, há meses atrás, os homossexuais realizaram um desfile reclamando a impunidade; que a homossexualidade não seja mais crime. As mulheres homossexuais também realizaram um desfile paralelo. Quer dizer, a última palavra da ignomínia, não se pode descer mais baixo.

Na Inglaterra, a lei reprimindo a homossexualidade foi revogada. Razão dada e que convenceu a Câmara dos Comuns e a Câmara dos Lordes: é que a homossexualidade se espalhou tanto que não é mais possível puni-la.

Os senhores compreendem o que isto quer dizer como imoralidade.

* Não se veem as abominações praticadas no mundo ocidental e cristão nem sequer entre as nações pagãs

Esses são fatos, que não se veem, não se viram nem sequer na maioria das nações pagãs de antes de Jesus Cristo. Nem ali houve coisas dessas.

Para tomar um exemplo posterior a Jesus Cristo, mais perto de nós, os senhores tomem os inimigos dos nossos antepassados, portugueses e espanhóis: os mouros. Os senhores comparem a mulher moura, que andava com [tchador], aquele véu, que cobria o rosto até os olhos, e toda envolta em panos, e que era a pagã do tempo das cruzadas, com a católica dos dias de hoje, que se apresenta de short na rua e que vai comungar de minissaia. Os senhores compreendem como o paganismo se tornou pior aqui do que do lado da lá.

Os senhores tomem uma japonesa em trajes tradicionais, uma chinesa em trajes tradicionais, uma hindu - são nações pagãs - são todas cobertas. O traje comum é pudico. O despudor nos trajes nossos, chegou ao auge.

A doutrina da Igreja ensina a esse respeito que o corpo humano se divide em três zonas: a zona indiferente, a zona semi-pudenda e a zona pudenda.

A zona indiferente é a que se pode mostrar sem prejuízo nenhum para a moral de ninguém: o rosto por exemplo, as mãos etc.

A zona semi-pudenda é aquela que não é diretamente imoral mostrar, mas que uma moral exímia, preferia que não mostrasse. Quer dizer, não deixa de envolver um certo prejuízo para o pudor. Vamos dizer por exemplo, os braços inteiramente nus - o braço inteiro, não esta parte pequena do braço – são considerados como a exibição de uma parte semi-pudenda do corpo. Não se pode dizer que uma mulher que mostra os braços inteiros nus, que ela está diretamente imoral. Mas a moral tradicional da Igreja vê isto mal, prefere que não seja. Durante muitos séculos, e séculos e séculos, até anos atrás, a Igreja não dava comunhão à mulher que se apresentasse para comungar de braços de fora. Eu acho que alguns dos senhores aqui desta sala ainda conheceram isto. Essa é a parte semi-pudenda do corpo.

Agora, as partes pudendas do corpo são não só as partes em que se dá a perpetuação da espécie, mas certas zonas que por uma certa conexão, sendo mostradas, despertam violentamente o instinto sexual. Isto são as partes pudendas do corpo. E mostrar a parte pudenda do corpo, é um pecado mortal, em si.

Então, segundo a doutrina da Igreja, mostradas as partes pudendas do corpo, a tentação carnal se torna violentíssima e muitas vezes incontenível. É por isso que não deve mostrar.

Agora, ao que é que fica reduzida a moralidade de um povo, que toma o hábito de mostrar as partes pudendas? Porque as partes das pernas que ficam acima dos joelhos, são partes pudendas. Não se pode mostrar sem pecado mortal, sobretudo o short. Os senhores estão compreendendo que é um incêndio sexual que essas coisas preparam.

* O "casamento" entre homossexuais é um sintoma que precede imediatamente a morte de nações; exemplo da Grécia antiga

O que dizer da homossexualidade, quer masculina, quer feminina? Que é pecado mortal? É dizer muito pouco. É dos pecados que a doutrina católica qualifica como pecados contra a natureza, que clamam ao céu - diz o Catecismo, diz a doutrina católica - e bradam a Deus por vingança. Sodoma e Gomorra foram destruídas porque praticavam a homossexualidade. Esta é a razão diretamente explicada na Bíblia. Esta é a razão. Por quê? Porque é um pecado que atrai a cólera de Deus. As nações aonde a homossexualidade se vai generalizando, são nações que caminham para a sua completa decomposição.

A Grécia antiga, por exemplo, tinha casamentos entre homossexuais, mas é uma coisa que marcou o fim da Grécia, que acabou com ela. É um sintoma assim... como para um agonizante quando ele fica com os olhos vidrados, fica lívido, já não se move mais, se diz que é um sintoma que precede imediatamente a morte, assim se deve dizer da homossexualidade. Precede imediatamente a morte dos países.

A homossexualidade é protegida por grande número de moralistas católicos de nossos dias. Nós temos toda uma lista de autores católicos, padres, freiras, leigos católicos que dizem o seguinte: que no caso da homossexualidade, se deve favorecer uma monogamia entre homossexuais, para evitar a poligamia que seria pior. Por que é pior? Eu não sei também. Os senhores estão vendo que caminha para o casamento. Porque onde a monogamia deve ser favorecida, deve haver um contrato que firme isso, que regularize isso, quer dizer, é o casamento. Autores católicos, hein!

Agora, os senhores estão vendo, portanto, que a agressão sexual tem todas as características da última degradação, do último fim. Quer dizer, a característica do amor livre, comunista. O comunismo deseja o amor-livre. Isso conduz ao amor-livre. Destrói a família, destrói o casamento, destrói tudo.

A agressão indumentária: a frase pode parecer excessiva - agressão indumentária - mas eu sustento que os trajes de hoje são agressivos. Não a muitos anos atrás, todos os jovens usavam, como os senhores estão usando, paletó e gravata. Não é um traje admirável, mas é um traje decente. Foi a agressão indumentária de inspiração hippie que acabou com o paletó e a gravata.

(Aparte: Isso, não por comodidade da roupa?)

Como pretexto, a comodidade. Mas o senhor vai vendo até onde essa comodidade chega.

Vamos tomar a sua expressão: o pretexto foi a comodidade. Mas no fundo, está a doutrina de que todo e qualquer traje é incômodo. Então, o primeiro movimento foi por comodidade, abolir o paletó. Depois, por comodidade, substituíram os sapatos por uns mocassins e uns semi-chinelos, pantufas, quando muitos hippies só andam agora de sandálias.

Depois, por comodidade, as calças estão ficando cada vez mais estreitinhas, o que é um absurdo, porque a calça larga é que é cômoda. E encolhendo, vão ficado cada vez mais altas. Por comodidade, em muitos lugares, no Brasil por exemplo ainda não entrou, mas entra a qualquer momento - na Europa eu vi, Itália por exemplo: os homens usam short, quer dizer uma calcinha de menino, que deixa os joelhos descobertos, e a perna toda livre. Por quê? Porque é mais cômodo. Por comodidade as camisas vão sendo usadas com mangas curtas. Por comodidade, os pijamas já não têm golas, e já não tem manga.

Os senhores estão vendo que a ofensiva final é contra a calça. Quer dizer, no fundo, há uma erosão do traje, que chega até o nudismo. O caminho é o nudismo, onde se chega é o nudismo. É uma verdadeira agressão contra a dignidade humana, mas é assim que as coisas se passam.

(Aparte: No Rio, no verão só se usa camiseta normalmente. Normalmente, todo mundo usa camiseta. Em Copacabana etc.

Normalmente é? O senhor vê.

* Além da imoralidade que contém, a agressão indumentária também é uma agressão contra o bom senso; é o despudor abrindo caminho para a loucura

A agressão indumentária tem outro aspecto: é uma agressão contra o bom senso. Os trajes que ainda existem, são loucamente extravagantes. As cores, são cores berrantes e que não combinam. As modas seguem um ritmo louco, insensato. Por exemplo, ao mesmo tempo a minissaia e a maxi-saia. É uma coisa louca, pois se é para usar minissaia, use; e se é para usar maxi-saia, use. Mas não as duas coisas ao mesmo tempo.

O pior é o seguinte: é que a maxi-saia é de uma inutilidade maluca, do ponto de vista do pudor. Porque a maior parte das vezes, ela é cortada, e de dentro dela aparece de repente uma perna nua. Quer dizer, ela é comprida e não serve para cobrir nada. É um traje demente. Quer dizer, anos atrás, se uma pessoa desenhasse uma maxi-saia, a gente mandava para um hospício. Porque não tem propósito. É como se os senhores virem um homem que entra numa casa de luvas, mas quando ele levanta a mão, a gente percebe que os dedos da mão da luva caem. Ele diz: "é o último tipo de luvas que eu inventei". A gente diz: "ah, está bem, até logo!" Este é um louco. Porque se a luva é feita para cobrir a mão, não se pode compreender que, de repente, um dedo caia, esse dedo cai. Esse é um louco!

E introduzir uma moda em que o dedo da luva cai, é uma afronta ao bom senso. Esta afronta ao bom senso, a maxi-saia a faz em muitos casos concretos. É uma saia enorme, na qual a mulher parece que está dentro de uma barrica de pano, e de vez em quando sai uma perna de dentro. E uma perna completamente nua. Quer dizer, o que é isso? É uma forma de agressão ao bom senso.

Essa agressão indumentária nos Estados Unidos chegou à loucura. Um dos nossos amigos esteve em Nova York há alguns meses atrás. E ele assistiu nas grandes ruas de Nova York, à parada da loucura. Tem homens, tem mulheres, mas de idade feita, 40 anos, 45, 50 anos, como mocinhos ou mocinhas. Passa um, por exemplo, com penas como um índio. Depois passa uma outra com um turbante como de um negro, depois passa uma outra, quase nua e vestida de mocinha, e com graças. Isso não chama a atenção de ninguém, é normal. Quer dizer, é a explosão completa do bom senso dentro da indumentária.

Se eu fosse falar aos senhores da explosão e da agressão pedagógica, eu não sei onde nós iríamos, porque os métodos de ensino são tão malucos, ao menos no Brasil, não existe mais disciplina entre aluno e professor. Não existe mais aulas em ordem, não existe respeito, não existe método de ensino. O ensino está se decompondo, se erodindo completamente. Eu acredito que nos países dos senhores um pouco mais cedo, ou um pouco mais tarde, isso seja assim, ou já é assim, já vai em mar alto assim. Quer dizer, é outra forma de agressão.

* A agressão política da revolução hippie

Os senhores têm por fim a agressão política. A propósito de tudo, contestações. Contestações, ocupações, desordens. A gente ocupa tudo, ocupa catedrais, ocupa o que quiser.

Diante desta agressão, a moleza das autoridades.

Eu dou aos senhores apenas um fato sucedido recentemente em Paris. A Igreja do Sagrado Coração de Jesus em Montmartre é uma das mais importantes em Paris. Nela se faz, ao menos até há pouco tempo se fazia, entre outras coisas, adoração perpétua do Santíssimo Sacramento noite e dia. Nesta igreja entraram uns contestadores hippies, em grande número, há coisa de um mês ou dois atrás.  Ocuparam a igreja, abriram o tabernáculo, jogaram fora as partículas consagradas, e puseram dentro do tabernáculo um hino comunista. Depois tentaram pegar fogo na igreja, e o padre encarregado da igreja, chamou a polícia.  A polícia prendeu os contestatários, levou-os para a cadeia e eles foram processados.

Os senhores sabem, a esses crimes atrozes, qual foi a punição? Três meses de prisão, só. Sabem qual foi o resultado? Um senador, ou um deputado francês, eu não me lembro, fez um discurso no Parlamento, protestando contra a moleza do Poder Judiciário contra as contestações.

Os juízes de Paris, de toga, fizeram um desfile para protestar contra este parlamentar, dizendo que não, que eles acham que eles andam muito bem. E o arcebispo de Paris, cardeal Marty, baixou um comunicado censurando a polícia por ter protegido o templo contra o incêndio. Não preciso dizer mais nada...

Quer dizer, não é só o avanço contestatário, mas é a completa liquidação de todas as formas de resistência contra essa agressão. Agora, o que acontece? É que se o partido comunista não tomasse conta do mundo ocidental, esta contestação [o] acabaria destruindo. É claro. Porque quando as coisas chegam a esse ponto, não resta mais nada.

* O avanço da contestação é universal; portanto, não há razão para esperar da ordem natural das coisas uma força que consiga segurá-la

Os senhores me dirão: mas Dr. Plinio, isso é em Paris. Isto não é em Buenos Aires, isto não é em Montevidéu, Santiago, em Córdoba, Artigas, Taquarembó.

Eu digo: essas coisas são universais. Começam num lugar e espalham-se por toda a parte. E mais ou menos já são por toda a parte. Quer dizer, não adianta a gente querer fechar os olhos, isso é universal.

Agora, o resultado é que o mundo ocidental está minado por duas agressões. Uma externa, do mundo oriental para cá. E outra interna, é nossa doença interna, que é exatamente a agressão contestatária.

Agora, quando as coisas chegam a esse extremo, a gente deve dizer que não há nenhuma razão para esperar, na ordem natural das coisas, que uma força consiga segurar isso. Isso chega até o fim. Qual é o fim? É o comunismo, de um modo ou de outro. Ou é pela vitória dos russos ou é pela degenerescência interna; é o comunismo. Esse é o negócio. Não tem por onde escapar.

Eu passo a fazer agora uma objeção contra o meu argumento. Meu argumento então é, eu recomponho um pouco o fio do meu pensamento: a Revolução é irreversível, e, portanto, a Contra-Revolução o é também. Eu estou provando que a Revolução é irreversível. Estou provando que humanamente falando, nada mais segura isso.

* Razões pelas quais não se pode esperar um milagre impeça a Revolução chegar a seu termo - Primeira razão: a Mensagem de Fátima

Então, nós poderíamos nos perguntar o seguinte: se do ponto de vista sobrenatural, existe alguma razão para esperar um milagre. Porque se só um milagre nos pode salvar, como o milagre é um fato sobrenatural, a pergunta é: se do ponto de vista sobrenatural, há uma razão para esperar o milagre? É claro como tudo.

A resposta é: não. Por duas razões.

Repetindo: a pergunta, a disposição do raciocínio é a seguinte: se humanamente falando, pelos meios naturais, não se pode mais segurar a Revolução, pergunta-se se ela pode ser segura por um milagre, porque eu estou dizendo que só um milagre pode salvá-la. Então, a pergunta é: há razões para esperar esse milagre? Essas razões, devem ser razões sobrenaturais, uma vez que o milagre é um fato sobrenatural, que só pode ser determinado por razões sobrenaturais. Então, eu digo: não há.

Agora, por que não há? Há duas razões claríssimas para isso. A primeira razão é a seguinte: Nossa Senhora declarou em Fátima - quer dizer, Ela disse, não tem conversa. Ela entende melhor do que ninguém - que se o mundo não se convertesse de sua imoralidade, e de sua impiedade, o comunismo se espalharia por todo o mundo. E isto daria origem a uma grande perseguição durante a qual o Papa muito teria que sofrer. Isto está textual em todas as versões das revelações de Fátima.

Ora, estas revelações foram feitas em 1917, pouco antes do término da guerra mundial. Os senhores comparem a imoralidade daquele tempo com a de hoje. É um abismo, simplesmente um abismo. Como trajes, como costumes, como tudo, a decadência que se operou, foi simplesmente prodigiosa. Comparem o estado da Religião naquele tempo com o progresso do ateísmo em nossos dias. Também é um prodígio. Então, tem que vir o castigo. Nossa Senhora põe uma condição: ou penitência, ou castigo. Não houve penitência. Houve agravamento do pecado, logo virá o castigo. Mais claro não pode ser.

Então, já está anunciado que não haverá o milagre.

* O fato de que as nações não passarão para a eternidade é uma prova teológica de que não haverá um milagre que impeça a Revolução chegar às suas últimas consequências, mas sim um castigo

Se há essa razão, há uma outra também. E essa, teológica, muito profunda. São Tomás, Santo Agostinho, os grandes doutores da Igreja dizem o seguinte: muitas vezes, os homens ruins, os pecadores, muitas vezes são felizes na terra, mas depois são punidos no inferno. Pelo contrário, muitas vezes acontece que os homens virtuosos são infelizes na terra, serão premiados no Céu. Todos nós sabemos disso.

Mas, dizem eles, com as nações, com os países não acontecerá assim. E a razão é muito interessante: no Céu, haverá espanhóis - e já os há em grande quantidade - espanhóis, portugueses, uruguaios, argentinos, enfim, de todos os lugares, inclusive brasileiros..., os há em grande quantidade no Céu. Hélas! também no inferno.

Mas no céu, não haverá um Brasil, nem um Portugal, Espanha, Argentina, Uruguai, Colômbia, não haverá nada disso. Porque os países são para a terra. No céu não haverá países. Quer dizer, os países morrem na terra. Então, os países são castigados pelo mal que fazem, nessa terra. E são premiados pelo bem que fazem, nesta terra. Não é como com os indivíduos.

Donde acontece que essa montanha de pecados tem que ser castigada. Qual é o castigo? É a própria Revolução. É o caos, a explosão para a qual ela caminha. Ela caminha para uma explosão. Esse é o castigo.

Então, nós acabamos de ver - muito resumidamente, porque a matéria é enorme - nós acabamos de ver que é certo que a Revolução vai chegar à sua explosão final, que ela está chegando à sua explosão final e que não há nenhuma razão para esperar um milagre que evite o curso da Revolução. Pelo contrário, a Revolução está já no momento de chegar ao seu domínio final sobre o mundo. Nós caminhamos, portanto, para uma explosão. A Revolução é irreversível.

* Se a Contra-Revolução está aparentemente esmagada, como conceber que ela seja irreversível? - Muitos povos foram liquidados por terem chegado a um auge de pecado

Agora, nós vamos perguntar: por que a Contra-Revolução é irreversível? Porque parece então, que a Contra-Revolução está esmagada, não é?

Há um princípio, que nós devemos tomar e que é o seguinte: nós vemos na História muitos povos destruídos porque levaram o pecado a um ponto insuportável para a glória de Deus. Dois exemplos famosos a esse respeito são: o Dilúvio e a dispersão dos povos na Torre de Babel. Também aquilo foi liquidado.

Os senhores podem considerar também Sodoma e Gomorra a que eu me referi há pouco tempo atrás. Mas muitos outros povos: o Império Romano do Ocidente, o Império Romano do Oriente etc., quando o pecado chega a um certo ponto, a cólera de Deus intervém e quebra. Essa é a marcha das coisas.

Logo, Deus não permitirá que o mundo fique estavelmente em regime comunista. Porque isto Deus não permitiria. Nunca permitiu. Tanto mais quanto este mundo comunista e contestatário que está aqui, é muito pior do que Sodoma e Gomorra. É pior do que tudo. Então, é certo que Deus não permitirá isto.

Agora, acompanhem um pouco meu raciocínio: se é certo que Deus não permitirá isso, de duas uma: ou vem o fim do mundo, ou tem que vir uma era que já não tenha todo esse lado ruim. É claro. Daí não se escapa.

* Porque Nossa Senhora em Fátima falou em “triunfo” e não apenas na mera vitória se deduz logicamente que agora não virá o fim do mundo

Vem o fim do mundo? Há várias razões para achar que não. Eu dou apenas duas: a primeira razão é o que Nossa Senhora disse em Fátima. Ela anunciou o seguinte: "Por fim, meu Imaculado Coração triunfará". Foi o que Ela disse. Logo, o fim do mundo não virá, porque é claro no contexto de Fátima, é que o mundo continuará com o Imaculado Coração dEla triunfando.

E, em segundo lugar, Ela podia usar a seguinte expressão: Meu Imaculado Coração vencerá. Ela não disse. Ela diz uma coisa que tem uma diferença de matizes muito acentuada. Há uma diferença entre uma vitória e um triunfo: um triunfo é uma vitória insigne, é uma vitória muito grande, não é uma vitória qualquer. Ela anuncia um triunfo dEla. Quer dizer, uma vitória com glória. Em que Ela vai ficar completamente senhora da situação. Ela anuncia o triunfo dEla. Nós vamos ter, portanto, o Reino dEla. Porque não se compreende que Ela vença sem ser Rainha.

Portanto, quem sabe analisar a mensagem de Fátima, vê dentro que a mensagem prognostica o Reino de Maria. Afirma a vitória do comunismo, a generalização do comunismo, a derrota do comunismo e a vitória de Maria. O Reino de Maria.

Mas há uma regra de sabedoria natural, que está nesta linha. Os senhores tomem um homem que seja muito ruim. Vamos dizer, por exemplo, o tarado, o degenerado, que matou Santa Maria Goretti. Os senhores conhecem o caso: ela era uma menina italiana, de uns 11, 12 anos e um degenerado matou-a. Sabe-se que esse degenerado depois se converteu. Uma vez que ele se converteu, ele fez a única coisa que ele podia fazer: ele foi ficar frade. Saindo da prisão, ele foi ficar frade. Porque as grandes conversões levam para a santidade. Não levam para o medíocre.

Então, os senhores compreendem que o que restou da humanidade, vai ter que se converter. Uma parcela da humanidade vai ter que se converter. Se o mundo não acaba, uma parcela da humanidade vai ter que se converter. E essa conversão só pode ser muito radical. Logo, tem que ser substituída por uma grande virtude. Mais uma vez, é o Reino de Maria.

Há uma outra razão para nós acharmos que o mundo não vai acabar e que pelo contrário vai dar lugar a uma grande conversão. E esta razão é a seguinte: os senhores estão vendo que no mundo de hoje, a maldade é sobretudo das cúpulas podres. Os outros se deixam arrastar. E há muita gente que não gostaria de aderir à Revolução, que adere porque não tem remédio. Não tem remédio... não tem remédio para a fraqueza deles, mas aderem por fraqueza à Revolução.

Esses não são tão culpados. É claro que em atenção a estes, se compreende que não haja o fim do mundo. Se não são tão culpados, compreende-se que não sejam exterminados. É natural. Onde menor é o pecado, menor há de ser o castigo.

Então, os senhores têm prevista a vitória do comunismo, os senhores têm demonstrada a vitória do comunismo, os senhores tem demonstrada a vitória, depois, de Nossa Senhora.

Mas entre a vitória do comunismo e a vitória de Nossa Senhora, o que é que fica? Há uma espécie de contradição naquilo que eu digo. Porque de um lado, eu digo que tem que vir um grande castigo, e depois eu digo que a humanidade vai continuar. Então, quem é que vai ser castigado? Como é que vai ser esse castigo?

A gente já vê bem como é. Muitos têm que ser exterminados. E a mensagem de Fátima diz isso expressamente: "Nações inteiras desaparecerão..." Muitos têm que ser exterminados. Quer dizer, provavelmente, os incorrigíveis vão ser eliminados. Como é que vai ser isto? Provavelmente numa guerra.

Mas vem pelo meio algum castigo misterioso, que não é só uma guerra. E que se misturará talvez com a guerra e que vai colher os incorrigíveis e os elimina. Os outros ficam. Se nações inteiras tem que ser exterminadas, ou haverá uma guerra ou haverá um castigo misterioso que as exterminará: uma epidemia terrível, uma coisa que não se sabe o que é. É claro.

Quais são as nações que vão ser exterminadas? As mais pecadoras. É evidente. Se as nações pecadoras vão ser exterminadas - as nações mais pecadoras - nas outras nações são os maiores pecadores que vão ser exterminados, porque vai ser a caça ao pecado.

O que é que vai ficar? O que for mais limpo, mais branco, mais luminoso. Ou ao menos, menos porco, menos sujo e menos escuro. Quer dizer, os senhores têm aí a “Bagarre”: o grande caos, o grande entrechoque, que fará a transição entre a vitória da Revolução e o Reino de Maria.

Minha demonstração está pronta e eu apenas a repito.

Quer dizer, eu provei que a Revolução é irreversível; provei que, por que a Revolução é irreversível, ou o mundo acaba, e ele não vai acabar, ou tem que vir uma Contra-Revolução que domina o mundo, e isto é forçoso. Esta Contra-Revolução domina de que maneira? Por um grande castigo que liquida o poder dos maus. E pela luta dos bons, que vencem em nome de Maria. Os senhores têm portanto o quê?

* Um punhado de bons que lutará nas piores circunstâncias da Bagarre para levantar o estandarte de Nossa Senhora

Que fica prognosticado que um punhado de bons, lutará até nas piores ocasiões. Na Bagarre, até nas piores circunstâncias. E que eles vão levantar o estandarte de Nossa Senhora durante a luta. E que eles, que por enquanto são muito pouco numerosos, em vista da massa imensa da Revolução, eles têm de seu lado o curso dos acontecimentos. O curso dos acontecimentos porque o mal caminha para a sua própria morte e para a sua própria aniquilação.

O curso dos acontecimentos porque o mal é de uma natureza tal que forçosamente, ele se destrói a si próprio. O mal é como uma doença: quando ela tem livre curso, ela mata o doente. Mas, matando o doente, morre a doença. O câncer mata o canceroso; mas a morte do canceroso mata o câncer, porque o câncer morre também com o canceroso.

Assim é o mal, ele na sua evolução, ele se destrói a si próprio. E então, a única coisa o que é que fica? São aqueles que tiverem sido fiéis. Um número pequeno, um número insignificante que continua valentemente e imperturbavelmente a lutar.

Eu estou sendo chamado para uma ligação internacional e não poderei terminar minha conferência normalmente. Vou dar apenas as duas palavras que lhe marcam o fim. As duas palavras são estas: por que essa conferência foi feita?

Esta conferência não foi feita para distrair os senhores, não foi feita para descansar os senhores, agora. Foi feita para lhes dar alento depois.

A "Semana de Estudos" vai acabar, os senhores vão voltar para a luta de todos os dias. Nesta luta de todos os dias, os senhores várias vezes vão se perguntar se é bem verdade que nós conseguiremos deter o passo da Revolução. Os senhores várias vezes vão se perguntar se é bem verdade que vem o Reino de Maria. E cada vez mais os senhores vão se perguntar isto à medida que a Revolução for crescendo e for parecendo incontenível. E eu quereria que os senhores levassem consigo uma demonstração. Uma demonstração seca, uma demonstração sem literatura, uma demonstração sem floreio, mas que é irrecusável para o homem que tenha fé.

Por quê? Porque aos senhores foi dado o lindo papel de serem dos poucos privilegiados, abençoados por Nossa Senhora, escolhidos dentre milhões, aqueles que agora não cedem em nada, não transigem em nada, não recuam diante de nenhuma luta, não têm medo de nenhum sacrifício. Querem ter todas as dedicações e todos os heroísmos. Aqueles que estão dispostos a ser cada vez mais dedicados à medida que a luta for se tornando mais feroz. Aqueles para quem vai ser um prêmio incomensurável atravessar os acontecimentos e encontrar, do outro lado, o Reino de Maria. Nossa Senhora nos sorrindo e nos dizendo a nós aquelas palavras de Nosso Senhor: "serei Eu mesmo - disse Nosso Senhor - a vossa recompensa demasiadamente grande".

* Aqueles que abandonam tudo por amor a Nossa Senhora, já recebem o cêntuplo nesta vida, e o recebem no ato da renúncia

Agora, a nossa luta é difícil, a nossa luta é árdua, ela é terrível, mas Nossa Senhora será nossa recompensa demasiadamente grande.

A única recompensa? Não. Aqueles que abandonam tudo por amor a Nossa Senhora, já recebem o cêntuplo nesta vida. E recebem o cêntuplo no ato da renúncia. Os senhores estão trabalhando, estão lutando, enquanto outros estão se divertindo. Os senhores são perseguidos, atacados, contestados por um mundo em desagregação que não os compreende, porque não os quer compreender. Mas os senhores trazem consigo, desde já, um prêmio que é um prêmio que vale mais que todo o resto. Os senhores trazem consigo a paz de consciência, a tranquilidade da verdade conhecida, da causa certa adotada, da vida entregue à sua verdadeira finalidade e que segue o seu rumo. Os senhores trazem a paz, que segundo diz Nosso Senhor Jesus Cristo mesmo, tem um valor que excede de muito a todos os bens da terra.

Que Nossa Senhora os mantenha na luta e na guerra contra os inimigos dEla e com esta paz de alma interior, à espera do Reino dEla, e antes do Reino dEla, da grande justiça dEla.

É isto que eu vos desejo e para isto que eu fiz esta conferência.

[Aplausos]

(*) Para aprofundar a respeito do ensinamento imutável da Santa Igreja Católica, Apostólica, Romana, a respeito da moral no referente aos trajes, piscinas mistas, ocasiões próximas e remotas e temas conexos, basta clicar aqui.


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