A TFP interpela os comunistas:

no Brasil

tem que ser como na Rússia,

onde só vocês têm o direito de falar?

 

 

 

 

 

ESTADO DE MINAS – terça-feira, 28 de outubro de 1986 – 6

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Durante a manhã do dia 27 de outubro passado, antes que a violência comunista se ostentasse contra a campanha, propagandistas da TFP venderam a obra na principal artéria de Belo Horizonte, a avenida Afonso Pena.

Às 10h30m da manhã de ontem, a sempre acolhedora população de Belo Horizonte viu os conhecidos estandartes da TFP serem erguidos em vários pontos da Av. Afonso Pena. Desta feita, os sócios e cooperadores da Entidade difundiam a mais recente obra do presidente de seu Conselho Nacional, o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira: "No Brasil: a Reforma Agrária leva a miséria ao campo e à cidade. A TFP informa, analisa, alerta".

A obra do insigne pensador católico documenta as investidas do agro-reformismo socialista e confiscatório no Brasil, além de apresentar as sucessivas campanhas empreendidas pela TFP ao longo de um quarto de século, na defesa da propriedade privada e da livre iniciativa, em consonância com a doutrina tradicional da Igreja.

A receptividade do povo belo-horizontino manifestou-se em todas as esquinas onde a campanha de esclarecimento se desenvolvia ordeira e pacífica.

Magote de comunistas - o qual liderou toda a agitação contra a campanha da TFP, na capital mineira - com punhos cerrados e braços levantados, em atitude ameaçadora e agressiva em face dos propagandistas da TFP, na praça Sete de Setembro.

Em altos brados e de punhos cerrados. Mas a TFP não cede.

Entretanto, contrariando a índole de nossa gente e o clima de abertura política, cerca de vinte baderneiros ligados a correntes partidárias de extrema esquerda procuraram, de todas as formas, impedir que a TFP defendesse nas ruas o direito de propriedade, ameaçado pela Reforma Agrária.

Desse modo, investiram primeiramente contra um dos conjuntos de propagandistas da TFP, gritando repetidamente em altos brados e com punhos cerrados: "Reforma Agrária já!"

A TFP, buscando a paz e não a luta, por medida de precaução retirou-se para outro local. Os baderneiros insistiram. Mais uma vez a TFP procurou outro logradouro público.

Da violência verbal à violência física

Vendo que a TFP não estava disposta a ceder às provocações, os agitadores de esquerda passaram então, após a violência verbal, à violência física. A TFP, inflexível cumpridora da lei, solicitou apoio às autoridades policiais competentes, para que lhe garantissem a liberdade de palavra que a todos brasileiros a Constituição assegura.

A fim de que os ânimos serenassem, os sócios e cooperadores da Sociedade se retiraram normalmente, por três horas, de quase todos os pontos em que se encontravam. Ao voltarem, ao lado da mesma amistosa acolhida que ao longo da manhã haviam recebido dos belo-horizontinos, propagandistas da TFP encontraram também o ódio do grupelho de baderneiros ainda mais acirrado. E o desejo de agressão ainda mais patente.

A TFP evita a agressão física e continua, altaneira, a denunciar a Reforma Agrária

A TFP continuou com galhardia nas ruas, proclamando os malefícios que  a Reforma Agrária" trará, não só para os proprietários, mas também para o trabalhador rural. E mostrava como essa Reforma é o primeiro passo para a introdução do comunismo no País.

Agitadores esquerdistas investem contra o cooperador da TFP (com megafone na mão) e ameaçam agredi-lo.

A baderna agro-reformista se atira a nova agressão física

Os provocadores, insuflados notoriamente por ativistas profissionais –  todos eles facilmente reconhecíveis – aproveitando a desorientação por parte dos policiais que acorreram ao local quando a ameaça comunista cresceu de intensidade, passaram então a agredir fisicamente os sócios e cooperadores da TFP os quais, serenos, apenas respondiam bradando "Agressores, agressores. Liberdade! Liberdade! Agressores, agressores. Protestamos, protestamos.

Em seguida, após entoar o hino católico "Queremos Deus", cantaram em conhecido refrão "Agressores, quem sois vós? Dizei a vossa sigla!" Aturdido, o grupelho agitador – já com cerca de 60 pessoas nessa ocasião – perdeu um tanto seu ímpeto. Mas com a chegada de novos reforços, aumentou sua sanha e partiu para a agressão física declarada.

Jovens da TFP foram violentamente cercados e agredidos. Gritos de "lincha, lincha" e "Reforma Agrária já", partiram da frenética minoria. O povo belo-horizontino, atónito, em nada os seguia.

- A TFP, contando com a solidariedade expressiva por parte de numerosos transeuntes e a chegada de novos contingentes policiais, levantou uma vez mais seus estandartes em nossa Praça Sete de Setembro.

Rápida como uma faísca, nova palavra de ordem correu entre os agitadores: "Praça Sete, Praça Sete!" Desta feita, entretanto, havia um cordão policial que tentava conter a fúria dos comunistas, que chegaram a agredir inescrupulosamente senhoras e moças – correspondentes da TFP – que ali estavam para assistir a campanha.

Estando já patente neste momento aos olhos de todos os circunstantes que a meta dos comuno-agitadores era interromper definitivamente, pela violência, o direito da TFP de se dirigir ao perspicaz povo belo-horizontino, a Entidade resolveu encerrar suas atividades dia de hoje. Sem recuar, sobranceira, ela fez reboar pela Praça Sete o brado "Tradição, Família e Propriedade – Brasil, Brasil, Brasil". Os comunistas passaram a perseguir cada um dos sócios e cooperadores da TFP que se dirigiam às sedes da Sociedade. Magotes de 30 a 50 baderneiros procuravam encurralar jovens cooperadores. Mas a ajuda de indignados populares e de alguns prestativos policiais impediu violências maiores. Um desses policiais chegou a em flagrante um dos agressores. Mas a minoria organizada, obedecendo com disciplina a central da baderna, começou a bradar slogans marxistas e exigir a liberdade imediata do detido. O comandante da operação policial, no mesmo instante, liberou o agitador.

No Brasil, não se pode mais defender proprietários rurais

Os arruaceiros, não contestes com a retirada pacífica e ordeira da TFP, tomando potentes alto-falantes de um caminhão de propaganda eleitoral, continuaram a vociferar: "Fora a TFP, defensora dos proprietários rurais".

A meta óbvia dessas agitações era impedir que a argumentação da TFP, a favor da propriedade rural contra a Reforma Agrária, chegasse ao conhecimento do povo. O que os baderneiros tinham razão de temer, pois conhecem de sobejo a índole conservadora do posso mineiro.

A agitação deu ensejo a que, mais uma vez, o público notasse o contraste entre a coragem altaneira e serena dos que defendem a tradição, a família e a propriedade, e o ódio revolto e desenfreado dos que, através das Reformas Agrária, Urbana e Empresarial, querem transformar nosso País em uma URSS brasileira.

Belo Horizonte, 27 de outubro de 1986

Antonio Rodrigues Ferreira

Presidente da Secção Mineira


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