
Durante a manhã do dia 27 de outubro passado, antes que a
violência comunista se ostentasse contra a campanha, propagandistas da
TFP venderam a obra na principal artéria de Belo Horizonte, a avenida
Afonso Pena.
Às 10h30m da manhã de
ontem, a sempre acolhedora população de Belo Horizonte viu os conhecidos
estandartes da TFP serem erguidos em vários pontos da Av. Afonso Pena.
Desta feita, os sócios e cooperadores da Entidade difundiam a mais
recente obra do presidente de seu Conselho Nacional, o Prof. Plinio
Corrêa de Oliveira: "No Brasil: a Reforma Agrária leva a miséria ao
campo e à cidade. A TFP informa, analisa, alerta".
A obra do insigne pensador
católico documenta as investidas do agro-reformismo socialista e
confiscatório no Brasil, além de apresentar as sucessivas campanhas
empreendidas pela TFP ao longo de um quarto de século, na defesa da
propriedade privada e da livre iniciativa, em consonância com a doutrina
tradicional da Igreja.
A receptividade do povo
belo-horizontino manifestou-se em todas as esquinas onde a campanha de
esclarecimento se desenvolvia ordeira e pacífica.

Magote de comunistas - o qual liderou toda a agitação contra a campanha
da TFP, na capital mineira - com punhos cerrados e braços levantados, em
atitude ameaçadora e agressiva em face dos propagandistas da TFP, na
praça Sete de Setembro.
Em altos
brados e de punhos cerrados. Mas a TFP não cede.
Entretanto, contrariando a
índole de nossa gente e o clima de abertura política, cerca de vinte
baderneiros ligados a correntes partidárias de extrema esquerda
procuraram, de todas as formas, impedir que a TFP defendesse nas ruas o
direito de propriedade, ameaçado pela Reforma Agrária.
Desse modo, investiram
primeiramente contra um dos conjuntos de propagandistas da TFP, gritando
repetidamente em altos brados e com punhos cerrados: "Reforma Agrária
já!"
A TFP, buscando a paz e não
a luta, por medida de precaução retirou-se para outro local. Os
baderneiros insistiram. Mais uma vez a TFP procurou outro logradouro
público.
Da
violência verbal à violência física
Vendo que a TFP não estava
disposta a ceder às provocações, os agitadores de esquerda passaram
então, após a violência verbal, à violência física. A TFP, inflexível
cumpridora da lei, solicitou apoio às autoridades policiais competentes,
para que lhe garantissem a liberdade de palavra que a todos brasileiros
a Constituição assegura.
A fim de que os ânimos
serenassem, os sócios e cooperadores da Sociedade se retiraram
normalmente, por três horas, de quase todos os pontos em que se
encontravam. Ao voltarem, ao lado da mesma amistosa acolhida que ao
longo da manhã haviam recebido dos belo-horizontinos, propagandistas da
TFP encontraram também o ódio do grupelho de baderneiros ainda mais
acirrado. E o desejo de agressão ainda mais patente.
A TFP evita
a agressão física e continua, altaneira, a denunciar a Reforma Agrária
A TFP continuou com
galhardia nas ruas, proclamando os malefícios que a Reforma Agrária"
trará, não só para os proprietários, mas também para o trabalhador
rural. E mostrava como essa Reforma é o primeiro passo para a introdução
do comunismo no País.

Agitadores esquerdistas investem contra o cooperador da TFP (com
megafone na mão) e ameaçam agredi-lo.
A baderna
agro-reformista se atira a nova agressão física
Os provocadores, insuflados
notoriamente por ativistas profissionais – todos eles facilmente
reconhecíveis – aproveitando a desorientação por parte dos policiais que
acorreram ao local quando a ameaça comunista cresceu de intensidade,
passaram então a agredir fisicamente os sócios e cooperadores da TFP os
quais, serenos, apenas respondiam bradando "Agressores, agressores.
Liberdade! Liberdade! Agressores, agressores. Protestamos, protestamos.
Em seguida, após entoar o
hino católico "Queremos Deus", cantaram em conhecido refrão "Agressores,
quem sois vós? Dizei a vossa sigla!" Aturdido, o grupelho agitador – já
com cerca de 60 pessoas nessa ocasião – perdeu um tanto seu ímpeto. Mas
com a chegada de novos reforços, aumentou sua sanha e partiu para a
agressão física declarada.
Jovens da TFP foram
violentamente cercados e agredidos. Gritos de "lincha, lincha" e
"Reforma Agrária já", partiram da frenética minoria. O povo
belo-horizontino, atónito, em nada os seguia.
- A TFP, contando com a
solidariedade expressiva por parte de numerosos transeuntes e a chegada
de novos contingentes policiais, levantou uma vez mais seus estandartes
em nossa Praça Sete de Setembro.
Rápida como uma faísca,
nova palavra de ordem correu entre os agitadores: "Praça Sete, Praça
Sete!" Desta feita, entretanto, havia um cordão policial que tentava
conter a fúria dos comunistas, que chegaram a agredir inescrupulosamente
senhoras e moças – correspondentes da TFP – que ali estavam para
assistir a campanha.
Estando já patente neste
momento aos olhos de todos os circunstantes que a meta dos
comuno-agitadores era interromper definitivamente, pela violência, o
direito da TFP de se dirigir ao perspicaz povo belo-horizontino, a
Entidade resolveu encerrar suas atividades dia de hoje. Sem recuar,
sobranceira, ela fez reboar pela Praça Sete o brado "Tradição, Família e
Propriedade – Brasil, Brasil, Brasil". Os comunistas passaram a
perseguir cada um dos sócios e cooperadores da TFP que se dirigiam às
sedes da Sociedade. Magotes de 30 a 50 baderneiros procuravam encurralar
jovens cooperadores. Mas a ajuda de indignados populares e de alguns
prestativos policiais impediu violências maiores. Um desses policiais
chegou a em flagrante um dos agressores. Mas a minoria organizada,
obedecendo com disciplina a central da baderna, começou a bradar slogans
marxistas e exigir a liberdade imediata do detido. O comandante da
operação policial, no mesmo instante, liberou o agitador.
No Brasil,
não se pode mais defender proprietários rurais
Os arruaceiros, não
contestes com a retirada pacífica e ordeira da TFP, tomando potentes
alto-falantes de um caminhão de propaganda eleitoral, continuaram a
vociferar: "Fora a TFP, defensora dos proprietários rurais".
A meta óbvia dessas
agitações era impedir que a argumentação da TFP, a favor da propriedade
rural contra a Reforma Agrária, chegasse ao conhecimento do povo. O que
os baderneiros tinham razão de temer, pois conhecem de sobejo a índole
conservadora do posso mineiro.
A agitação deu ensejo a
que, mais uma vez, o público notasse o contraste entre a coragem
altaneira e serena dos que defendem a tradição, a família e a
propriedade, e o ódio revolto e desenfreado dos que, através das
Reformas Agrária, Urbana e Empresarial, querem transformar nosso País em
uma URSS brasileira.
Belo Horizonte, 27 de
outubro de 1986
Antonio Rodrigues Ferreira
Presidente da Secção Mineira

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