Plinio Corrêa de Oliveira
Carta para Alceu Amoroso Lima, 1°. de Julho de 1933
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São Paulo, 1°. de Julho de 1933 Meu querido Dr. Alceu Contrariou-me muito a notícia de que os da LEC [Liga Eleitoral Católica] nos Estados têm tomado tal vulto, que fazem pensar na dissolução da associação. Aliás, digo-lhe muito em particular, que é possível que uma tal medida trouxesse também para São Paulo efeitos bons, uma vez que também aqui há um perigo muito sério a conjurar, e que é um movimento envolvente dos “figurões”. Quando pudermos conversar pessoalmente, haveremos de abordar todos estes pontos. Passemos a outro assunto. Parece certo que o Código Eleitoral vai ser reformado. Os Partidos Socialistas, da Lavoura etc. já estão desenvolvendo um trabalho intenso, de angariação de requerimentos, certidões etc., para atulharem as repartições eleitorais, logo que seja franqueada a inscrição. Isto indica que as modificações não serão muito grandes, pois que é de se supor que o Partido oficial não estaria tomando tais atitudes, se não tivesse plena certeza de que uma forma do Código não lhe será prejudicial. No entanto, o Sr. conhece a nossa falta de dinheiro, motivo pelo qual tenho receio de encomendar impressos etc., expondo-me ao risco de perdê-los, inutiliza-los, ou ser forçado a iniciar nesses trabalhos de modo defeituoso. Por este motivo, quero que o Sr. me faça o favor de mandar dizer o seguinte: 1) para quando será a reforma do Código? 2) é certa esta reforma? 3) quais os principais pontos em que se verificará a reforma? 4) o que pretende fazer a Junta Nacional em matéria de impressos? Imprimir antes da reforma, ou esperar ainda? Ainda outro assunto. Tudo está a exigir que nossos “Legionário” se transforme em um órgão de envergadura e feitio maiores, de sorte a preparar a ser um futuro jornal católico, com o auxílio de Nossa Senhora. Todas as dificuldades decorrentes de seu feitio paroquial ou regional já estão mais ou menos resolvidos, ou são de fácil solução. O caminho está, portanto, aberto para um voo... mas faltam apenas as asas, isto é, humanamente falando, o dinheiro. Para isto, pensamos em fazer uma “semana”, que seria inaugurada por uma conferência de Robert Garric, e alguns números de piano de Guiomar Novais, para o que convidaríamos tudo quanto há de mais seleto em São Paulo. Seria, no entanto, necessário que nesta conferência se desse também a estreia do Garric, uma vez que, tendo ele vindo a São Paulo antes disto, ele já se teria tornado conhecido do público, e perderia um pouco do sabor de “novidade”. Pensamos, pois, em promover a conferência para o dia 1º. de Agosto. Mas, para o devido êxito, seria indispensável que tivéssemos uma resposta URGENTISSIMA, para podermos fazer a propaganda pela imprensa quanto antes, e fazer da estreia de Garric uma verdadeira apoteose. Seria particularmente interessante se ele falasse precisamente sobre “imprensa católica”. Uma vez que já não pensamos em poder obter o nosso Tristão de Athayde, querendo ver se ele nos pode, ao menos, obter a vinda do Garric. Converse sobre este assunto com o José Pedro, que lhe dará a este respeito todas as informações necessárias. Esperando receber uma resposta nestes 2 ou 3 dias, abraça-o afetuosamente o muito seu amigo em Nossa Senhora Plinio
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