Revista "Catolicismo", n° 528, dezembro de 1994 (www.catolicismo.com.br)

Senilidade da Esquerda abre perspectivas para a Direita

A derrota de Lula e o recuo do esquerdismo no Brasil:

Aspecto não salientado pela mídia

A popularidade de Lula veio decrescendo consideravelmente nos últimos tempos. E isto apesar de que – especialmente desde a eleição presidencial de 1989 até agora – os acontecimentos políticos brasileiros favoreceram largamente o PT.

De fato, tudo quanto cercou a renúncia do Presidente Collor foi de molde a favorecer seu principal opositor político, Lula. Também os escândalos que a CPI do Orçamento pôs em foco, praticamente não atingiram o PT, que se saiu como um partido impoluto. E, apesar disso, a popularidade da esquerda vem despencando continuamente.

Alguém dirá: não é bem assim, pois o candidato eleito, Fernando Henrique Cardoso, também se afirma um homem de esquerda.

Quanto a isso não há dúvida. Mas não estamos analisando aqui a posição ideológica dos candidatos, e sim a da opinião pública. E a campanha de Cardoso foi imaginada pela massa da população como situada muito mais à direita do que a de Lula.

Como político experiente, Cardoso percebeu, logo de início, que lhe era vantajoso aliar-se a partidos que estivessem bem mais à direita do que o seu. E tanto o PFL quanto o PTB, aos quais Cardoso se aliou, são vistos como partidos de centro, ou talvez de centro-direita, em todo caso bem à direita do PSDB.

Para se entender corretamente esse fenômeno, que se poderia talvez qualificar como sendo uma "direitização" da opinião pública brasileira, é preciso ter em vista um outro acontecimento, este de caráter internacional, que ocorreu concomitantemente aos fatos que estamos analisando. Referimo-nos à queda da Cortina de Ferro e do Muro de Berlim.

Diante desses fatos, a opinião pública mundial começou a abandonar o fatalismo quase hipnótico que a levava para a esquerda e pôs-se a pensar em outras possibilidades políticas e sócio-políticas. O que era trombeteado como juvenil, anunciando o futuro – a esquerda – era portador, na realidade, de uma senilidade que não foi possível disfarçar.

A idéia nova de que a vitória do regime vermelho não era fatal, produziu em muitos espíritos a tendência a voltar para trás. Já que o caminho que estavam seguindo, rumo à esquerda, conduzia àquele precipício, por que não olhar para a direita? Por que não para o passado? Por que não procurar no passado lições para um presente que se revelava frustro?

Nesse contexto torna-se mais fácil entender a fragorosa derrota de Lula nas últimas eleições presidenciais.

A posição da TFP

Cabe aqui dizer uma palavra de esclarecimento sobre a atuação da TFP dentro desse panorama.

A TFP não é uma entidade político-partidária. Se o fosse, ela teria que se submeter às leis eleitorais e não poderia prestar ao Brasil todos os serviços que abundantemente presta em seu amplo campo de ação.

A atuação da TFP vem se fazendo sentir marcadamente, ao longo de décadas, no sentido de impedir que o País resvale definitivamente para o abismo comuno-socialista. Perigo esse agora camuflado, mas bastante vivo e atuante. É uma ação de esclarecimento junto à opinião pública, com enorme aceitação.

Nossas publicações, nossas caravanas que percorrem ininterruptamente o Brasil de Norte a Sul, até os rincões mais afastados, nossa atuação junto aos operários e trabalhadores agrícolas levam a todas as cidades e vilas, a todos os lares, a todos os indivíduos, a mensagem de esperança para um Brasil cristão.

Tal atuação, evidentemente, faz sentir seus efeitos em praticamente todas as atividades da vida nacional, inclusive, e de modo não pequeno, na hora de o eleitor depositar seu voto na urna.

Assim, qualquer observador lúcido do panorama nacional, não pode deixar de levar em conta a influência altamente benéfica que vem sendo exercida pela TFP na batalha que se trava em torno dos rumos a serem seguidos pelo Brasil.

(Notas extraídas de palestra do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira para sócios e cooperadores da TFP. Sem revisão do orador).