Serviço de Imprensa, 30 de julho de 1993

 

Reforma Agrária favelizará o campo

 

"Fazer desapropriações de Reforma Agrária sem antes verificar porque tantos assentamentos viraram favelas rurais, é ampliar a desgraça dos próprios assentados".

A afirmação resume o conteúdo da carta enviada pela Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade - TFP ao Ministro da Agricultura, Sr. José Antonio Barros Munhoz, o qual afirmou que, em matéria de Reforma Agrária, pretende "cumprir a legislação recentemente aprovada" ("Gazeta Mercantil", 16-6-93).

A carta enumera as principais razões pelas quais a Reforma Agrária não tem razão de ser no Brasil. "A desapropriação de terras particulares não se justifica, onde o Poder público é o maior latifundiário improdutivo do mundo, com 350 milhões de hectares de terras devolutas disponíveis", argumenta a TFP.

 

Conquistas no chão

A mensagem ao Ministro Barros Munhoz enfatiza a posição competitiva e destacada da agropecuária brasileira no cenário mundial, que faz hoje do Brasil ora a segunda, ora a terceira potência exportadora mundial de produtos de origem rural.

"A agropecuária nacional está no caminho certo. As deficiências que infelizmente existem têm sua origem na desastrosa política governamental para o setor e não na estrutura de posse e uso da terra".

"A legislação agro-reformista, se aplicada, forçosamente jogará no chão toda essa prosperidade".

 

Invasões

Para a TFP, o proprietário rural quer trabalhar e produzir, mas se sente "ameaçado de confisco por parte da Reforma Agrária e de agressões violentas por parte de hordas de invasores de terras".

"Hordas de invasores que, diga-se de passagem, sempre vêm de fora das fazendas. Não há notícia de que empregados do fazendeiro se revoltem e tomem as terras de seu patrão. Ou seja, apesar da agitação organizada pelo Movimento Sem Terra, que consome anualmente polpudas verbas vindas do Exterior, os trabalhadores rurais permanecem ao lado dos proprietários, defendendo, em muitos casos com o risco da própria vida, as fazendas em que trabalham".

 

Pedidos

Em nome dos aderentes e simpatizantes da campanha "SOS Fazendeiro", uma iniciativa da TFP voltada para defender a propriedade rural em nosso País, a entidade pede ao Ministro Barros Munhoz que "nenhuma nova desapropriação seja feita sem um amplo e sério debate".

Antes de tudo, "nomeie uma comissão do Ministério da Agricultura para apurar a real situação dos assentamentos já existentes, e que essa comissão aponte as razões pelas quais a maioria destes se transformou em favelas rurais".

Quanto às invasões, a TFP pede ao Ministro da Agricultura que "dirija ao seu colega da Pasta da Justiça, a solicitação de abertura de meticulosa investigação sobre o movimento que as promove no Brasil, sua doutrina, suas verdadeiras metas, seus agentes, seus métodos e seus mecanismos de apoio".

Com efeito, a cada dia que passa aumenta no País o número dos que acham que o povo inteiro precisa ter pormenorizadas explicações sobre tudo isso.