Plinio Corrêa de Oliveira
Nova
et Vetera
Legionário, 10 de março de 1946, N. 709, pag. 5 |
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SEGUNDO um dos mais argutos estudiosos da ação das forças secretas na sociedade hodierna, a obra revolucionária a que estamos presenciando poderia ser representada pelo movimento de um pêndulo, de oscilações descrentes. A humanidade é levada aos paroxismos de determinada agitação política ou social e ao reagir contra os excessos ou contra os erros em que se emaranha, é “dirigida” para o lado oposto, sem de início perceber que está sendo tangida para uma pseudo-reação. E assim arrastada de um lado para outro, aos poucos vai perdendo a capacidade de discernimento e de luta, para, afinal, indiferente e embrutecida, permanecer imóvel e mitridatizada, à mercê das maquinações do poder oculto. * * * Se essa imagem é bem expressiva para a ação das sociedades secretas de um modo geral, ela tem uma aplicação toda especial no jogo “direita totalitária” versus “esquerda totalitária”. O Legionário não se cansa de mostrar a lamentável ingenuidade dos que sinceramente acreditam na oposição entre os dois grupos, e que julgam ser o totalitarismo da direita um movimento realmente “reacionário” e de combate à esquerda bolchevizante.
A verdade é que a direita totalitária é tão revolucionária e socialista quanto a esquerda, provindo das mesmas mãos os cordéis que regulam seus movimentos. Esquerda totalitária e direita totalitária são fantoches bifrontes, usados ora para assustar, ora para atrair os ingênuos, num jogo sincronizado que acabará por cansar a humanidade, lançando-a nos braços do omniarca que reimplantará no mundo o paganismo. Para impedir tal “volta ao vômito”, a que alude São Pedro, a humanidade terá que recorrer à Santa Igreja, e à sua doutrina, em vez de apelar para esses fantoches “salvadores”. |