Plinio Corrêa de Oliveira

 

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Mal jeito

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Legionário, 7 de maio de 1944, N. 613, pag. 2

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Uma revista carioca publicou um artigo, em que, a respeito das considerações de D. Jamet O.S.B., transcritas não há muito pelo LEGIONÁRIO, são tecidas apreciações bastante azedas, não só contra nós, mas também contra o mesmo D. Jamet. A parte que nos cabe do azedume do articulista carioca é pura irritação de quem não tem o que retorquir e não sabe o que deve dizer para justificar-se.

O LEGIONÁRIO, quando entrou na liça em pós de Maritain, encontrou pela frente todo um estado de espírito criado e mantido pelos sequazes do filósofo francês. E este estado de espírito exprimia o mais incrível tabu de que já tivemos notícia. Maritain seria um luminar sem contraste, figura ínclita, pensador excelso e sumo intérprete do Catolicismo; e nada seria mais descabido do que tão grande mestre vir a ser atacado exatamente nestes rincões longínquos e obscuros, neste “là-bas” inglório e sem fama. Este estado de espírito transpareceu ainda com nitidez muito significativa no modo como os partidários que Maritain aqui conta receberam a carta em que o seu mestre lhes agradecia a solicitude com que o defenderam. Parecia que um maná lhes caíra do Céu; e eles, com as rótulas em terra, chegaram, a afirmar que sendo “provincianos canhestros”, não eram dignos de tão alta munificência.

Ora, tudo isto era é francamente risível. O articulista carioca não gostou. Nós também não gostamos. Porém os culpados não somos nós. A revista não se deve zangar conosco, mas com seus “canhestros” aliados que fizeram o papel que tão justamente a irrita. E que a revista carioca não se iluda porque, se ela quiser, poderemos demonstrar a qualquer momento, que a nossa ironia não era desprovida de objetivo. Por isso, tudo quanto a revista disse acerca da posição de Maritain no movimento cultural do mundo, não deve dirigir a nós, mas aos que tão completamente o ignoravam.

Quanto ao eminente beneditino D. Jamet, não temos procuração para defendê-lo. Uma coisa, porém, não podemos admitir: é que um digno membro da ilustre Ordem de São Bento, à qual devotamos tanta veneração, seja vilipendiado sem nenhuma razão por quem quer que seja. O que o articulista carioca disse de D. Jamet não se diz de um homem de bem, e muito menos de um Monge digno do hábito glorioso que veste. Uma revista que se diz católica devia ter pejo de acusar a um virtuoso filho de São Bento de mentira, de baixeza e de calúnia.


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