Plinio Corrêa de Oliveira

 

 

Comentando...

O bem comum e os direitos dos operários

 

 

 

 

 

Legionário, 28 de março de 1943, N. 555, pag. 2

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As múltiplas transformações de caráter social e político a questão sendo submetidos todos os países, por motivo do estado de guerra, se tem prestado à toda sorte de comentários da parte da imprensa. E, como de direito, um dos aspectos mais salientes deste fenômeno, que consiste na limitação das larguezas próprias às situações desafogadas, tem provocado comentários judiciosos, pelas situações a que tem dado lugar.

Entretanto, é preciso não permitir que a justa exigência das limitações que a guerra nos impõe, se transforme para nós em hábito, de tal forma que, além de tolher uma ou outra manifestação exagerada de opulência, nos conduzisse a uma organização social acirradamente socialista.

É do feitio da Igreja defender com zelo de mãe o interesse das classes pobres. Mas a mesma Igreja afirma que é o próprio bem comum que exige a formação de classes elevadas, dotadas de um alto grau de cultura, e grande dignidade de maneiras, como estímulo insubstituível de arte, da vida intelectual e do esplendor da civilização (*).

Ora, se nada disto se obtém só com dinheiro, também é certo que sem dinheiro nada disto se obtém. E o combate acirrado a uma justa largueza das classes abastadas, exagerando e desvirtuando o sentido social da doutrina da Igreja, redunda, em última análise, em prejuízo para a própria coletividade. 

(*) Nota deste site: Para aprofundar este assunto, vide "Nobreza e elites tradicionais análogas nas Alocuções de Pio XII ao Patriciado e à Nobreza romana" (Plinio Corrêa de Oliveira, 1993), Parte III, Documentos III - Deveres especiais da sociedade para com a nobreza empobrecida e Documentos V - A doutrina da Igreja sobre as desigualdades sociais


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