Plinio Corrêa de Oliveira

 

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A perseguição antissemita

 

 

 

 

 

 

 

 

Legionário, 27 de dezembro de 1942, N. 542, pag. 2

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Já expusemos qual o ponto de vista da Igreja a respeito dos judeus: o povo deicida constitui um perigo real para a civilização cristã e, assim sendo, é necessário que a Cristandade tome as devidas cautelas para evitar eficientemente este perigo. Entretanto, apesar disso, o povo judeu tem a mesma dignidade humana de todos os demais povos e, por aí, possui os mesmos direitos naturais, que não podem ser violados. Esta atitude, que é a única verdadeira em face do problema judaico, tem desnorteado muita gente imbuída já de preconceitos racistas, já de um liberalismo dissolvente. Quem não quiser ver o perigo judaico, e quem quiser combater a “raça” judaica, ambos estão errados, e não afinam pelo mesmo diapasão da Igreja Católica.

É por esta razão que muitos elementos pseudo-restauradores das instituições, que se lançaram contra a “raça” de Israel, tiveram pela frente a Igreja, que se erigia em protetora da “raça” perseguida. Ainda agora os nazistas, acompanhados pelos colaboracionistas franceses, todos eles pertencentes à temível e famigerada espécie dos “mais católicos do que o Papa”, estão esbravejando o Clero francês porque protestou contra o inumano tratamento que está sendo dispensado a pessoas inocentes, cujo único delito é terem sangue judeu a lhes correr nas veias. Por causa disso, até Padres Jesuítas já foram presos.

Tudo isto posto, sentimo-nos perfeitamente à vontade para dizer que já está ficando ridícula, e fora de qualquer propósito, a grande, a imensa, a inenarrável choradeira com que se anda carpindo a desgraça israelita. Para dizer toda a verdade, o defunto não merece um tão grande desperdício de cera, principalmente nesta época de racionamentos. De fato, se é inumana a perseguição aos judeus, só por serem judeus, não é ainda mais inumana a perseguição movida aos católicos, só por serem católicos? Entretanto, é preciso reconhecer que as lágrimas que ameaçam afogar os judeus, transformando-os paradoxalmente em muro de lamentações, escasseiam deploravelmente para com os católicos perseguidos. E, no entanto, foi a doutrina católica que edificou esta civilização, que ora se quer defender contra a barbárie, ao passo que o judaísmo talmudista traz consigo germens deletérios e mortais para a civilização cristã. Portanto, por que lamentar os judeus, só porque são judeus? Esta simpatia de inspiração racista é tão errônea, tão perversa, e tão condenável quanto o antissemitismo.


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