Plinio Corrêa de Oliveira

 

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A técnica da armadilha

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Legionário, 3 de maio de 1942, N. 503, pag. 2

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Vem a propósito. Muito a miúde, com uma insistência que já deve ter chamado à atenção dos nossos leitores, temos falado da confusão que se estabelece cada vez mais densa a respeito dos sagrados nomes de “Cristão” e “Cristianismo”. Pessoas de má fé procuram dar a estas respeitáveis palavras significados que elas não têm, nem podem ter. Por isso, já o dissemos várias vezes, não nos devemos contentar com quaisquer vagos cristianismos que apareçam por aí, mas devemos exigir exclusiva e intransigentemente a marca explícita da Santa Igreja Católica Apostólica Romana em tudo o que se diz cristão, para o aceitar como tal. Pois bem, agora se nos depara mais um exemplo frisante e irretorquível da utilidade e do acerto desta nossa tese.

Como ninguém ignora, a Associação Cristã de Moços, depois de ocultar durante muito tempo a sua protestantíssima feição com os véus de um manhoso “cristianismo” — com o que, aliás, embaiu muita gente boa — se viu obrigada a tirar os últimos farrapos que lhe restavam, e mostrar ao sol a sua verdadeira e desengraçada fisionomia. Contudo, aqueles véus, embora já rotos e de segunda mão, foram avidamente aproveitados por uma certa Associação “Cristã” de Acadêmicos, que se arrasta obscuramente pela Faculdade de Direito. Como de costume, esta associação se apresenta como genericamente cristã, “acima” de qualquer divisão ou seita; o que já constitui erro palpável, posto que não existe tal cristianismo genérico. De fato, o verdadeiro cristianismo católico é essencialmente distinto de qualquer outro cristianismo. Entretanto, como nem todos percebem distintamente este fato, a Associação “Cristã” de Acadêmicos ia pescando em águas turvas. Porém, a sua cauda serpentina não podia deixar de aparecer mais claramente, de modo a desabusar as pessoas mais ingênuas. Foi assim que um dos membros da referida associação resolveu pronunciar uma conferência. Ora bem, sabem qual foi o local escolhido para esta conferência? A sede da Associação Cristã de Moços...

Uma reflexão final. Nós, católicos, apresentamo-nos em todos os lugares como católicos, agimos como católicos, nossas associações e organizações levam ostensivamente título de católicos. O móvel e o verdadeiro caráter das iniciativas que tomamos não são charadas de ninguém. Já não são assim os protestantes. O seu trabalho consiste em montar armadllhas e arapucas, para pilhar assim o incauto e o ingênuo; e procuram introduzir a sua doutrina como quem passa mercadoria de contrabando. Não tem a sinceridade, não tem a hombridade de se dizerem protestantes. Não procuram conquistar homens concretos, mas apanhar moscas em suas teias de aranha. Bela tarefa!


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