Plinio Corrêa de Oliveira

 

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Maravilhas "ortodoxas"

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Legionário, 26 de abril de 1942, N. 502, pag. 2

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Antes de mais nada, é preciso esclarecer um ponto de capital importância. A denominação “ortodoxa”, com que se brindam a igreja russa, e outros ramos orientais separados de Roma, e pela qual são geralmente conhecidos, não tem razão alguma de ser: é um rótulo falso, tão perigosamente falso, como um vidro de veneno sobre que estivesse escrito “Água de Rosas”.

Ora, do mesmo modo uma pessoa conscienciosa não poderia deixar que um vidro de veneno permanecesse com o rótulo de “Água de Rosas”, nós, católicos, não podemos admitir que as Igrejas orientais separadas se chamem “ortodoxas”. De fato, a palavra “ortodoxia” quer dizer opinião certa, que está de posse da verdade. Mas os orientais separados estão errados, por isso mesmo que não aceitam a supremacia do Papa; e, se estão errados, não podem ser ortodoxos. Ortodoxos, no verdadeiro sentido da palavra, somos nós, que professamos a verdadeira fé, que só é ensinada pela Santa Igreja Católica Apostólica, Romana, a única legítima. Então, como chamar os pseudo-ortodoxos? Nada mais simples; chamá-los-emos “cismáticos”, que quer dizer “separados”, cortados do tronco vivo da Hierarquia Eclesiástica.

E esta separação produz logo seus resultados próprios. Todo ramo cortado daquele tronco vivo, logo seca, murcha, torna-se incapaz de produzir folhas e frutos, e se transforma num pedaço de pau retorcido, útil apenas para o fogo.

Estas igrejas, segregadas da única Igreja, se vão logo cobrindo de ridículo, já pelas dissenções internas, já pela falta de orientação fixa, que as faz derivar ao sabor dos ventos do momento, já pelo agachamento ante os poderosos do dia. Veja-se, por exemplo, o que ainda agora está acontecendo com a igreja “ortodoxa” russa de São Paulo. Por causa da guerra entre a Rússia e Alemanha os cismáticos da “paróquia” de Vila Alpina abandonaram a jurisdição do “arcebispo” Teodósio e se colocaram sob a direção do “arcebispo” Benjamin Fedchenkow, que representa o “patriarca” de Moscou. Por aí se vê que a Igreja “ortodoxa” russa é uma espécie de saco de gatos, em que os “arcebispos” se disputam os fiéis, e estes aproveitam a oportunidade para fazer a sua política. E não contentes de tanta confusão, ainda vêm pela imprensa fazer alarde de seus grandes feitos, como este “padre” Tkatchenko que veio contar toda a história em sensacional entrevista, com fotografia e tudo.

Afinal, onde foi parar o Pedro da igreja “ortodoxa” russa? Diga-o o “padre” Tkatchenko.


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