Plinio Corrêa de Oliveira

 

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Coragem apostólica

 

 

 

 

 

 

 

 

Legionário, 7 de setembro de 1941, N. 469, pag. 2

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Em certa cidade do Interior, houve uma reunião no gabinete do Prefeito, para ser discutido o momentoso assunto da cultura física feminina. Causou grande impressão em todos os presentes a atitude firme e decidida das freiras, que dirigem um grande Colégio local.

Estas abnegadas educadoras denunciaram com grande coragem e zelo verdadeiramente apostólico os exageros da biometria, que se quer instaurar nos Colégios de moças, violando grosseiramente o recato feminino, e submetendo o pudor e delicadeza naturais do sexo a vexames tremendos, e bem desnecessários; além de que a minuciosa crueza do processo biométrico, a ser empregado, é de molde a comprometer, por si só, as mais belas virtudes de nossa juventude feminina.

Esta enérgica atitude provocou um movimento de simpatia por parte das famílias daquela cidade, pois viram nas freiras as mais ardentes defensoras da honra de suas filhas.

É necessário, contudo, que este movimento de simpatia não se cinja aos habitantes daquela cidade do Interior, mas se alastre por todos os católicos brasileiros. É preciso fazer compreender a certos espíritos estreitos que o problema da saúde das novas gerações brasileiras não se coloca nem se resolve da mesma forma por que se coloca e se resolve nos campos experimentais de criação. Há uma diferença essencial, que é necessário se faça perceber.

Porém, há uma lição a tirar do gesto decidido das abnegadas freiras. Há quem pense que só as atitudes conciliatórias, as soluções intermediárias, os clássicos “panos quentes” enfim, são capazes de suscitar simpatias e conquistar adesões. Não é assim. O exemplo, que acabamos de mostrar, evidencia plenamente que uma definição corajosa, quiçá mesmo ousada, é capaz de arrastar simpatias, uma onda de simpatia e entusiasmo.


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