Plinio Corrêa de Oliveira

 

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A imprensa, o cinema e o rádio

 

 

 

 

 

 

 

 

Legionário, 17 de agosto de 1941, N. 466, pag. 2

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O Revmo. Pe. Morlion, o ilustre dominicano que se acha atualmente em São Paulo, em propaganda da Internacional “Pro Deo”, abordou, em sua a conferência pronunciada na Faculdade de Direito, na semana finda, um aspecto interessantíssimo da atividade dos católicos pela extensão de seus ideais. Trata-se da influência decisiva que os católicos podem exercer sobre a imprensa, o cinema e o rádio, a fim de impedir que estes meios de propaganda sirvam à desmoralização das massas e ao seu afastamento de Deus, mas, pelo contrário, sejam instrumentos de elevação espiritual e de edificação popular.

O século XX, conforme tão bem salientou o conferencista, vive sob a ditadura da propaganda. O homem moderno já não vive de convicções solidamente argamassadas por uma reflexão madura, mas é visceralmente um impressionista e um impressionável, que se deixa levar ao sabor das sensações exteriores do momento, e, assim, a sua conduta não é congruente, mas  descreve uma linha sinuosa, de acordo com as tonalidades emocionais do ambiente. Ora, estas tonalidades emocionais, hoje em dia, são criadas artificialmente pela propaganda, cujos veículos mais eficientes são a imprensa, o cinema e o rádio.

Ora - e aí o ponto mais palpitante da conferência do Revmo. Pe. Morlion - acontece que estes veículos avassalantes da propaganda onipotente são monopolizados e manipulados por uma pequena minoria, que lhes imprime o movimento degradante e anti-humano, movimento que se desenvolve em dois momentos: o primeiro que tende a despersonalizar o homem, a dar-lhe aquele caráter impressionista (que o Revmo. Pe. Morlion chama tão expressivamente caráter “molusco”); e o segundo, que tange as massas despersonalizadas para objetivos maus, criando esta atmosfera de imoralidade e de impiedade, de nossos tempos.

Por aí se patenteia a fraqueza da corrente maléfica, que enche o mundo. Bastará que aquela pequena minoria seja bloqueada por todos os lados e ficará impossibilitada de continuar a fazer mal. Mais um pouco de esforço, e a máquina da propaganda acabará por cair em nossas mãos, para ser empregada no bem.

O que acontece é que, muitas vezes, nós, católicos, ignoramos a extensão de nossa força. Quando nos capacitarmos plenamente dela, nenhum obstáculo poderá deter-nos.


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