Plinio Corrêa de Oliveira
Comentando...
Legionário, 15 de dezembro de 1940, N. 431, pag. 2 |
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“Pode ser eterna a desventura? Nunca, pois o homem não vive de teorias, nem de palavras, nem de explicações, nem de conceitos sobre a vida e sobre a morte — vive do que pode retirar da terra, pelo trabalho dos seus músculos, do seu cérebro, de sua consciência. Por conseguinte, notamos que a causa remota das tensões existentes no mundo atual, está na iniquidade da distribuição das terras e dos meios de aproveitamento destas terras. “O regime feudal, o mundo eclesiástico, cheio de dogmas, contribuíram, ou melhor, foram a única e verdadeira razão para esse estado de coisas antinatural e humilhante. A inquietação dos nobres aumenta cada vez mais. Os ricos tremem de pavor ao pensar nas tremendas consequências de uma avalanche revolucionária. E contra a força, é preciso que se anteponha a força. “Companheiros! Não esqueçais que a nossa luta de hoje visa um futuro melhor. Se dela sairmos vencedores, seremos nós, o povo, os vencedores! E não dois ou três industriais milionários ou aristocratas pernósticos! Desejamos construir um estado social exemplar para o mundo todo, para que a nossa revolução se estenda, seja imitada por outros povos, com toda a sinceridade. As barricadas da plutocracia foram derrubadas há tempo... “Por isto, nossa vitória não há de ser a vitória de poucos, mas sim a vitória da multidão. E há de fazer surgir a Era das Multidões em que os povos viverão dentro de um sistema de bem-estar humano! Já que nos impusemos grandes planos, levemos nossa tarefa adiante, colimando um único objetivo: edificar definitivamente o mundo dentro dos seus verdadeiros e justos princípios de igualdade e fraternidade, varrendo todos os obstáculos que se vêm opondo à revolução do indivíduo e das coletividades modernas! Quanto ao mais, todos temos a esperança de que chegará a hora em que retornem ao convívio da humanidade a Razão e a Paz. E desse binômio seja banida a ganância opressiva do Capitalismo! Mais fácil será também demonstrar ao mundo, chegado o momento, quem é na realidade o Senhor Absoluto: se o Capital vil, se o Trabalho nobre! “Contra esse ideal levanta-se um mundo no qual a ideia é sempre a luta pela fortuna de uma família para a satisfação do egoísmo do indivíduo, para a vitória da riqueza sobre a pobreza! Sou o primeiro a reconhecer que um destes dois mundos tem que ruir!” Como se pode ver, toma novo fôlego a propaganda comunista. Semelhantes conceitos foram expendidos em lugar público, perante uma multidão delirante sem que ninguém ousasse sequer protestar. É necessário, portanto, que todos os homens de bem se reúnam para defender as instituições. Mas quem é o temerário orador, que ousou pronunciar discurso tão subversivo? É o sr. Adolf Hitler, que em sua oração de Berlim, a 10 de Dezembro de 1940, afirmou todas aquelas coisas. |