Plinio Corrêa de Oliveira

 

A Custódia do Congresso Eucarístico

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Legionário, 8 de setembro de 1940, N. 417, pag. 2

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Custódia feita especialmente para a exposição do Santíssimo no 4º Congresso Eucarístico Nacional (setembro de 1942)

Dentre todos os preparativos que se estão levando a efeito para a realização, com o maior brilho possível, do 4º. Congresso Eucarístico Nacional, tem alcançado êxito invulgar a campanha em prol do ostensório que, nessa ocasião, deverá ser oferecido a Jesus Sacramentado.

As fileiras católicas da Capital e do interior estão mobilizadas, um único propósito anima e orienta todos os pensamentos: o arrebatamento é geral e não há quem não queira contribuir, mesmo com humildes parcelas, para a consecução desse fim que por si só já é empolgante e sumamente edificante!

Nada mais belo, realmente, que esse ideal, para alimentar as nossas aspirações. Honrarás o mais dignamente possível ao Deus que por nosso amor se encerra na solidão imperscrutável do Santuário, é neste momento o objetivo que constitui a nossa divisa de combate.

Todos se congregam em torno desse intuito elevado e nobre. Pobres e ricos querem auxiliar, quer em pedras preciosas, ouro ou prata, quer em dinheiro, na confecção do ostensório. Muitos a quem a infinita sabedoria do Padre Eterno reservou uma condição mais humilde de vida, já ofereceram contribuições que à pequenez de seu valor material se contrapõe o preço inigualável das privações que acarreta ao doador e, ainda, a valia imensa de sua enobrecedora intenção.

O ostensório, que deverá ser confeccionado em Caxias, no Rio Grande do Sul, será agora trabalhado nesta Capital, pelas hábeis mãos de um artista. Tal medida foi tomada com o fim de facilitar os trabalhos.

O sr. Antonio Vasques Netto, remeteu um precioso donativo aos encarregados desse serviço, fez agora acompanhar uma carta, de cujo conteúdo, a seguir, transcrevemos um trecho:

“Na impossibilidade de contribuir com um donativo grande, resta-me o consolo de fazer diversos pequenos. Já fiz o primeiro, volto para o segundo e confesso a minha profunda emoção. Passo às suas mãos essa linda moeda brasileira e antiga da classe popularmente chamada “Libra Esterlina do Brasil”.

“Antigamente, havia o interessante costume de se colocar uma moeda de ouro no primeiro banho do recém-nascido. Assim, diziam os antigos paulistas, quando ele se tornar um homem, num misto de saudade e respeito, concretizável nessa moeda, a quadra feliz dos dias primeiros de sua vida e a assistência áurea que lhe deram os seus bons pais. Linda usança essa que, como muitas outras peculiares à nossa gente, foi tragada pelo modernismo dos séculos que correm, nos quais só há interesse pela riqueza, poderio, luxo, festas, futilidades etc., não se cuidando do coração e da alma, causas que estão “fora da moda”, caminhando-se assim a passos gigantescos para o desaparecimento da fé.

“A moeda que ofereço, é a de meu primeiro banho. O seu valor real e histórico é muito grande e o estimativo é incalculável. Não me desfaria dessa moeda por preço algum, e a considero como o mais valioso dos poucos objetos que possuo: nela está gravada, nítida e suavemente um “fac-símile” do meu coração, a imagem dos meus queridos pais, ora em descanso na paz do Senhor.”

Ostensório do IV Congresso Eucarístico Nacional de 1942 em São Paulo


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