Plinio Corrêa de Oliveira

 

Milagres eucarísticos

 

 

 

 

 

 

 

 

Legionário, 3 de março de 1940, N. 390, pag. 2

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Sob este título, encontramos em “La Croix” uma belíssima crônica que procuramos traduzir para os nossos leitores; assina-a o sr. A. Mabille de Poncheville.

“Antigo uso, abandonado nas cidades, mas que persiste ainda nas paróquias do interior da França, manda que, no instante em que o celebrante eleva em suas mãos a sagrada Hóstia e o Cálice, o Acólito faça ressoar os sinos da Igreja, anunciando assim o mistério da transubstanciação a todos os fiéis impossibilitados de participar do Santo Sacrifício, os quais podem assim, do seu canto de inválido ou leito de enfermo, juntar-se espiritualmente aos que se encontram no templo e com eles adorar a Deus, presente sob as espécies de pão e do vinho.”

Ouvindo esse tanger do bronze, esse piedoso e distante apelo à adoração e ao recolhimento, Pascoal Bailón, jovem pastor espanhol de guarda a seu rebanho, elevando o olhar ao céu, viu surgir uma estrela de extraordinário brilho, desaparecida a qual, abriram-se as nuvens, permitindo-lhe ver a divina Hóstia sustentada por dois Anjos.”

“Há dois mil anos que o mistério da Eucaristia ilumina a terra e a impede de voltar ao caos e à lama; há vinte séculos que milhões de seres humanos vêm brilhar o Cálice e a Hóstia e sentem a sobrenatural energia que infunde um pouco de pão e algumas gotas de vinho, quando, por virtude de um poder delegado pelo próprio Deus, são transformados no Corpo e Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo.”

“Segundo a ordem natural das coisas, nada percebemos exteriormente, e, no entanto, sabemos que o Corpo de Jesus aí está, oferecido à nossa fome, para fortalecer nosso corpo e nossa alma, chegando a nos fazer participar, frágeis criaturas que somos, da imensidade divina! O que sentimos então, o espírito não pode conceber, e a experiência somente nos faz conhecer.”

“A infinita bondade Divina, tem permitido em todos os séculos que se afaste o véu Eucarístico e que o Sangue do Salvador, corra da Sagrada Hóstia como no Calvário, ante testemunhas irrecusáveis, permitindo assim, com uma sucessão de milagres cercados de todas as circunstâncias de credibilidade histórica a confirmação da fé pelo testemunho dos sentidos.”

“Faz-se necessário recolher mais uma vez esses prodígios da graça divina e recordá-los à humanidade sempre pronta a desanimar, por falta do sagrado alimento, no rude caminho de sua peregrinação terrestre. Os tempos mudaram, mas os homens são os mesmos. Hoje como ontem, só o Espírito pode reerguer a matéria; o Espírito tão somente pode sustentar os passos trôpegos do homem atormentado pelas lutas da carne.”

A Igreja, quando os povos se entrechocam e entredevoram, é mais do que nunca aquela coluna luminosa que guia Israel através do deserto. A Eucaristia, nas mesmas circunstâncias, é também mais do que nunca reconhecido o maná indispensável ao sustento e à vida.”

“Nos tempos atribulados que correm, recolher e publicar esses milagres da Eucaristia é tanger um sino de prata, que faça vibrar de alegria os fiéis reunidos no seio da Igreja e que aos outros, onde quer que estejam, na inquietação, na dúvida ou no perigo, faça ouvir a voz de Deus, para que saibam todos que o Senhor passa e vê os seus sofrimentos, e que um raio de luz os ilumina!

 


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