Plinio Corrêa de Oliveira

 

Comentando...

Contra a religião, a moral e os bons costumes

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Legionário, 5 de novembro de 1939, N. 373, pag. 2

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Telegrama do Rio informa-nos de que passaram por aquele porto, com destino a Santos, Rio Grande, Montevidéu e Buenos Aires, 9 missionários mórmons, que pretendem espalhar e fazer praticadas as suas idéias e doutrinas.

Os mórmons constituem uma religião, fundada por um norte-americano, e da qual nem ao menos se pode dizer que seja cristã, no sentido de reivindicar para si origem e fundamento em Nosso Senhor Jesus Cristo. É, em certo sentido, uma religião nova, embora tenha elementos evangélicos. Seu fundador, um certo Joseph Smith, pretendeu-se inspirado por um anjo, que lhe ensinara a decifrar certas inscrições misteriosas, deixadas pela civilização incaica, no Peru. De um modo geral, os mórmons esperam, para muito breve, a segunda vinda de Jesus Cristo, e, por aí, a seita se reveste de um aspecto apocalíptico sui-generis. Entretanto, o que os faz mais estranhos e discordantes, no seio de nossa cultura ocidental católica, é a prática da poligamia, admitida doutrinariamente entre eles.

Por causa disso, foram perseguidos pelo Governo norte-americano, que não permitiu semelhante violação a suas leis. Retiraram-se, então, para o interior do país, para as margens do Lago Salgado, onde fundaram Salt-Lake City, a capital do Estado de Utah. Aí, ao que parece, gozaram de uma certa tolerância, no que concerne aos seus costumes familiares.

Ora, diante de tudo isso, é de se esperar que as nossas autoridades não permitam a entrada, em território nacional, de missionários que vêm infeccionar o nosso ambiente social e religioso com semelhantes doutrinas. O Estado que nos rege não é um Estado liberal, conforme as declarações reiteradas de seus mais diretos responsáveis. Ora, o pior liberalismo é o liberalismo religioso, que afirma a veracidade de todas as religiões, ou que se desinteressa de todas elas, tolerando-as todas. Este liberalismo é a origem de todos os outros, inclusive o político. Assim, não se deve admitir qualquer coisa que possa vir a quebrar a unidade religiosa de nosso povo, principalmente quando se trata de uma seita a que não repugnou a prática imoral da poligamia.


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