Plinio Corrêa de Oliveira
Comentando...
Legionário, 15 de outubro de 1939, N. 370, pag. 2 |
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O órgão da campanha antireligiosa russa anuncia, conforme dão conta as agências telegráficas, o trucidamento de inúmeros sacerdotes católicos, nas regiões da infeliz Polônia submetidas ao jugo do paganismo soviético. Acrescenta o mesmo jornal que muitos dos referidos padres se haviam entrincheirado, juntamente com capitalistas e oficiais poloneses, dentro das Igrejas. No que se refere aos capitalistas é bom que se note que, segundo a doutrina Católica, não são necessariamente pessoas desonestas, assim como o operário não é necessariamente um santo. A companhia dos oficiais seria antes honrosa, e a última a poder falar contra o imperialismo e as forças armadas será exatamente a Rússia, que também veio a adotar a teoria dos espaços vitais. Enfim, que a defesa tivesse sido feita dentro do recinto das Igrejas, nada mais natural, porquanto todo templo católico, assim como o antigo Templo de Jerusalém, é ao mesmo tempo uma cidadela em que se defendem os direitos de Deus, até com armas na mão, se preciso for. O que, porém, é mais importante, para nós católicos, é que a Santa Igreja foi ultrajada na sua parte mais nobre, o Clero. Devemos sentir, como praticada em pessoa de nossa família, a violência que sofreram os valorosos sacerdotes poloneses, martirizados pelo satanismo comunista. Entretanto, em meio a este quadro sombrio, há um facho de luz fulgurante, para incentivar a nossa resistência: a constância e fidelidade à fé, por parte dos membros do Clero católico, sem exceção de um só, que, tanto na Espanha vermelha, como agora na Polônia esquartejada, preferiram a morte à apostasia. E por que mais um pedaço da Igreja, o que equivale a dizer mais um pedaço da Carne de Cristo, foi atirada às imundas feras bolchevistas? Porque um certo sr. Adolf Hitler, inculcado frequentemente como o defensor mais valoroso da civilização cristã contra a barbárie soviética, lembrou-se de fazer um pacto com a Rússia para partilharem amigavelmente a Polônia. Mera manobra internacional? Não, porque em verdade só há uma questão em jogo: a Igreja Católica. |