São Pedro de Alcântara,

declarado pela Santa Sé, juntamente com

Nossa Senhora Aparecida,

padroeiro especial do Brasil

 

 

 

 

 

 

Legionário, 15 de outubro de 1939, N. 370, pag. 4

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Plinio Corrêa de Oliveira,

Diretor do LEGIONÁRIO

 

São Pedro de Alcântara (1499-1562), estátua na Basílica de São Pedro (Vaticano)

“Aqueles que são de Cristo crucificaram sua própria carne, com os seus vícios e concupiscências”. Estas palavras de São Paulo tiveram admirável aplicação em São Pedro de Alcântara.

Filho de um jurisconsulto, Pedro nasceu em 1499, em Alcântara, na Espanha. Ainda menino, a sua Santidade já se revela pela modéstia e mansidão. Embora fosse estudiosíssimo, e um dos melhores alunos da Universidade de Salamanca, sempre foi humilde e piedoso. Todos os dias ia à igreja, onde implorava a Deus graças bastantes para dominar absolutamente os seus sentidos.

As horas vagas eram por ele empregadas em visitar os doentes que tinham por ele verdadeira veneração.

Embora fosse vontade de seu pai que estudasse direito, aos 16 anos pediu admissão na Ordem franciscana. E com o hábito tomou também o espírito do grande Santo, de quem mais se aproximou até hoje na Ordem. Tão rápidos foram os seus progressos na virtude que com 20 anos foi nomeado Superior do Convento de Badajoz.

Sucessivamente ocupou os mais altos cargos na Ordem na Província. Como pregador de missões era extraordinário e ninguém competia com ele como diretor espiritual. A própria Infanta Da. Maria a ele se entregou confiante.

Nada possuía, e de nada usava. Dormia só 2 horas por dia e nunca se agasalhava. E quando os outros frades lhe pediam que abrandasse o rigor de suas penitências, sempre respondia sorrindo: “Fiz com o meu corpo um contrato: ele se compromete a sofrer nesta vida, e eu me comprometo a lhe conseguir um repouso na outra”.

Eleito Provincial, abdicou para fundar no promontório Arrábida em Portugal um convento da Ordem por ele reformada. O Papa consentiu e foi tão feliz essa reforma, que algum tempo depois, contava com 300 conventos. Foi, pois, organizada uma nova Província franciscana.

São Pedro, doando de novo a Ordem o seu maior bem, a Pobreza, levantou um dique contra as heresias que avassalavam então a Europa.

Muitas pessoas que foram por eles dirigidas espiritualmente, não foram flagelo menor do erro, como Santa Teresa a Grande. Esta o viu na glória dizendo: “Bem-aventurada penitência, que me fez alcançar um grau de glória tão sublime”. Quando os mundanos poderão dizer isso de suas diversões?

São Pedro foi canonizado por Clemente IX, e o seu túmulo é um lugar de constante romaria, pois os milagres continuam tão numerosos como por ocasião da morte do Santo. Deus é sempre misericordioso e a Santidade não perde a sua força.


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