Plinio Corrêa de Oliveira

 

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Ainda o Salomão

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Legionário, 19 de março de 1939, N. 340, pag. 2

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O sr. Salomão Ferraz, que se fez bispo por sua alta recreação, enviou a Pio XII uma mensagem de saudação. Isso não passa de mais uma tentativa de embair as consciências, por parte de quem vive procurando turvar as águas, desde que forjou a tristemente célebre Igreja Católica Livre.

Essa Igreja não é católica. O sr. Salomão e seus asseclas não são bispos nem padres, e os pobres coitados que se deixarem guiar por aquelas raposas, são hereges, com todas as letras. Assim, as missas, que esta seita celebra, são farsas blasfemas e, como não há transubstanciação, isto é, a transformação do pão e do vinho no Corpo e Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo, a adoração, que lá se presta às espécies falsamente consagradas, é uma horrorosa idolatria.

Mas, voltando à mensagem de saudação do Salomão, nesse documento encontram-se coisas deste jaez: “Pois sem cessar fizemos subir nossas preces a Deus para que, nesse sufrágio (o conclave), livre de influências subalternas, prevalecessem as injunções do alto”. Do alto de onde? E que “influências subalternas” poderão decidir a eleição de um Papa? Não há uma coisa nem outra. Falemos claro: a Igreja de Deus é assistida pelo Espírito Santo, e ninguém é escolhido Vigário de Cristo na Terra sendo o que foi escolhido por Deus. Os Cardeais são meros instrumentos nas mãos da Providência.

Ainda num outro ponto da mensagem lê-se o seguinte: “Permita-se que à vossa santidade dirija algumas linhas quem, sem liames oficiais, julga-se todavia dentro de uma jurisdição moral e espiritual que se impõe a todos os homens de retas intenções”.

De duas uma: ou a Igreja Católica Apostólica Romana é verdadeira ou não é verdadeira. Se, por absurdo, não for verdadeira, por que mandar mensagens de saudação ao Papa?

E, sendo verdadeira, porque não prestar-lhe obediência, isto é, ligar-se a Ela por liames oficiais?

A atitude do “soi-disant” [falso, n.d.c.] bispo é equívoca e falsa, e apenas revela o desejo de estabelecer confusão, para — segundo a palavra do Evangelho — entrar no aprisco da Igreja sem ser pela porta, como um ladrão em busca de almas desprevenidas.


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