Plinio Corrêa de Oliveira

Legionário, 20 de fevereiro de 1938, N. 284, pag. 2

O Ministério do Trabalho aprovou as propostas do Departamento Nacional de Indústria e Comércio, sobre a representação do Brasil nas próximas feiras internacionais de Budapest, Leipzig, Bari e Milão. A representação ficará a cargo dos escritórios de propaganda e expansão comercial do Brasil instalados nos países correspondentes.

Nestes últimos anos o Brasil se tem feito representar com êxito nas diversas feiras internacionais que se têm realizado em cidades da Europa. Melhores do que as Exposições, pois não exigem despesas sumptuárias e permitem um maior contato entre todos os que nelas tomam parte, favorecendo o conhecimento mútuo e a realização de negócios, as feiras internacionais representam um sistema ideal para os países que, como o nosso, não dispõem de grandes verbas de propaganda e precisam desenvolver o seu comércio.

Uma representação bem orientada e também uma exposição daquilo que é o Brasil, em suas riquezas exploradas ou não, deverão, porém, ser acompanhadas de uma demonstração de sua força como grande país independente. Feiras realizadas em países europeus, sedentos de matérias primas que o Brasil pode oferecer em abundância, significam evidentemente um incentivo aos apetites daquelas nações, que procuram colônias, ou que as tendo, procuram outras. E não nos devemos esquecer que, para muitos, o Brasil é um país semicolonial, ou uma espécie de China na América.

O melhor para o Brasil será que de seu comparecimento às Feiras realizadas na Alemanha, na Itália, na Hungria ou em outros países, resulte, ao lado dos bons negócios e de uma maior expansão de seu comércio, um grande e perfeito conhecimento de sua posição como potência sul-americana. Para essa propaganda do Brasil como nação, e não apenas como país de grandes riquezas, é que desejaríamos fosse despertada a atenção dos nossos representantes.